A Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC) confirmou participação no movimento contra a implantação de um pedágio no KM 45 da Rodovia Mogi-Dutra (SP 88), anunciada pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo).
Um dos reflexos negativos, segundo a associação, é a elevação dos custos de transportes de mercadorias para Mogi das Cruzes, o que impactará diretamente no preço final dos produtos comercializados na cidade.
Outro prejuízo mencionado pela direção da entidade é a segmentação do município, com o afastamento dos moradores e trabalhadores da região norte (Itapeti e Taboão) – onde existem inúmeros condomínios residenciais e empresas – do centro da cidade que concentra o principal polo de comércio e serviços de Mogi.
A ACMC também alerta para a ampliação do tempo de deslocamento para a região central, já que é comum a lentidão nas praças de pedágio.
“Há vários aspectos negativos na implantação do pedágio na Mogi-Dutra que precisam ser considerados e é certo que a economia local será impactada por eles. Por isso, a ACMC aderiu ao movimento Pedágio Não e somará esforços com outras entidades para impedir que essa proposta avence”, argumenta José David Abílio, vice-presidente da associação.
A união de diversos segmentos para impedir o avanço da proposta da Artesp foi articulada na última segunda-feira (25) em reunião que contou com representantes da ACMC, Associação de Engenheiros e Arquitetos (AEAMC), Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e do condomínio Aruã.
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Pedágio na Mogi-Dutra
As obras estudadas pela Artesp foram anunciadas em uma audiência pública realizada no dia 21 de outubro, em Mogi das Cruzes. A que mais gerou polêmica foi a implantação de uma nova praça de pedágio no km 45 da Mogi-Dutra, próximo à Casa do Queijo.
De acordo com o diretor-geral da Artesp, Giovanni Pengue Filho, a previsão inicial era criar a praça tarifária na Mogi-Bertioga, no entanto, com o objetivo de tornar a tarifa menor, a proposta foi alterada para a Mogi-Dutra.
Poucas horas após a reunião, mogianos que nela estiveram iniciaram uma grande mobilização contra a cobrança de tarifa na Mogi-Dutra, através de publicações nas redes sociais e abaixo-assinados virtuais que tiveram rápida aderência popular.
Com a repercussão, políticos da região também se posicionaram contra a ideia do pedágio na Mogi-Dutra, sem, no entanto, afirmar que também não concordariam com a mudança dele para a Mogi-Bertioga. Enquanto o deputado federal Marco Bertaiolli (PSD) disse que conversaria com o governador João Doria (PSDB) para reverter a decisão da Artesp, o prefeito Marcus Melo (PSDB) enviou um ofício ao Governo do Estado com a mesma solicitação. Os vereadores da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, por sua vez, aprovaram por unanimidade uma moção repudiando o projeto do pedágio na Mogi-Dutra, que será entregue a deputados da região e ao executivo estadual.
Em 26 de outubro, moradores do condomínio Aruã, que fica às margens da Mogi-Dutra, organizaram uma manifestação para protestar contra o pedágio. A principal reclamação deles é com relação ao fato de que começarão a ter que pagar tarifa para se deslocar ao trecho urbano da cidade, assim como moradores do Taboão e de outros bairros que fazem divisa com municípios na região. “Se o pedágio for instalado, tornará oneroso para os moradores o trajeto dentro da própria cidade. Os moradores da minha região terão que pagar pedágio toda vez que quiserem se locomover para o centro da cidade ou imediações”, reclama Aline Afonso Castro Mattiuzzo, moradora que pretende participar da manifestação. Ela completa dizendo: “mesmo sendo mogianos, ficaremos ‘isolados’ da região central e imediações, o que custará caro para nós, em especial aos trabalhadores e estudantes”.
A Artesp abriu, no dia 25 de outubro, uma consulta pública para colher opiniões e informações sobre as intervenções anunciadas no Lote Rodovias do Litoral Paulista. Puderam participar da consulta pública pessoas físicas ou jurídicas interessadas na matéria. O prazo para envio de sugestões foi encerrado no dia 25 de novembro.
2 respostas em “Pedágio na Mogi-Dutra vai encarecer produtos em Mogi das Cruzes, diz ACMC”
É só pegar a estrada do Taboão ali onde tem o CDP, sentido Dutra. Pega a estrada do beija flor inteira até sair em Botujuru. Entra sentido Mogi. E isola esse pedágio. Deixe só pros forasteiros, infelizmente. Se esses não souberem dessa saída. Para os moradores do Taboão, Piedade, Guanabara vale essa opção.
Só aumentan o custo de vida do brasileiro, mas a qualidade de vida…..