Está marcado para o próximo sábado (14) um novo protesto contra a implantação do pedágio na Rodovia Mogi-Dutra anunciada em outubro pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo). A manifestação faz parte das ações lideradas pelo Movimento Pedágio Não, integrado pela ACMC (Associação Comercial de Mogi das Cruzes) e outras entidades de classe e associações de moradores.
Uma carreata partirá do Ginásio Professor Hugo Ramos, em Mogi, às 10h, com destino ao km 45 da rodovia, nas proximidades da Casa do Queijo, local indicado para criação de uma praça de pedágio.
A ACMC está divulgando e pedindo a participação de comerciantes da cidade no protesto. “A participação do comércio nas ações é fundamental, pois o setor será muito impactado no caso da implantação do pedágio na Mogi-Dutra”, alerta o diretor Mohamad Issa, que representa a ACMC no movimento Pedágio Não, com o vice-presidente da entidade, José David Abílio. “O pedágio vai elevar o custo do transporte e isso, inevitavelmente, vai refletir no aumento dos preços das mercadorias. Além disso, uma parcela importante de consumidores que vivem nos condomínios e bairros da região do Itapeti poderá deixar de comprar no comércio mogiano”, alerta Abílio.
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Melo tentará audiência com Doria
Na última terça-feira, o vice-presidente e o diretor da ACMC participaram, juntamente a representantes de outras entidades, de uma reunião com o prefeito Marcus Melo, o qual se comprometeu a agendar uma audiência com o governador João Doria e o vice-governador Rodrigo Garcia.
O prefeito falou sobre a importância da união de forças contra o pedágio e argumentou que o trecho da rodovia Mogi-Dutra entre a cidade e a rodovia Ayrton Senna já possui estrutura consolidada, tendo tido a sua duplicação entregue em 2005. “A rodovia já teve este trecho duplicado e já está consolidada. Uma praça de pedágio não traria nenhum benefício para a população de Mogi das Cruzes”, disse o prefeito.
“As entidades estão mobilizadas e temos o apoio também da Prefeitura. Quanto mais pessoas se unirem à luta, mais força teremos para convencer o Estado a desistir da proposta de um pedágio. Sabemos que o comércio está envolvido com o Natal, mas pedimos o apoio para que participem da carreata no sábado”, afirmam os dirigentes da ACMC.
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Pedágio na Mogi-Dutra
A implantação do pedágio foi anunciada pela Artesp no dia 21 de outubro, junto com um pacote de obras que faz parte da concessão do Lote Rodovias do Litoral Paulista.
De acordo com o diretor-geral da Artesp, Giovanni Pengue Filho, a previsão inicial era criar a praça tarifária na Mogi-Bertioga, no entanto, com o objetivo de tornar a tarifa menor, a proposta foi alterada para a Mogi-Dutra.
Poucas horas após a reunião, mogianos que nela estiveram iniciaram uma grande mobilização contra a cobrança de tarifa na Mogi-Dutra, através de publicações nas redes sociais e abaixo-assinados virtuais que tiveram rápida aderência popular.
Com a repercussão, políticos da região também se posicionaram contra a ideia do pedágio na Mogi-Dutra, sem, no entanto, afirmar que também não concordariam com a mudança dele para a Mogi-Bertioga. Enquanto o deputado federal Marco Bertaiolli (PSD) disse que conversaria com o governador João Doria (PSDB) para reverter a decisão da Artesp, o prefeito Marcus Melo (PSDB) enviou um ofício ao Governo do Estado com a mesma solicitação. Os vereadores da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, por sua vez, aprovaram por unanimidade uma moção repudiando o projeto do pedágio na Mogi-Dutra, que será entregue a deputados da região e ao executivo estadual.
Em 26 de outubro, moradores do condomínio Aruã, que fica às margens da Mogi-Dutra, organizaram uma manifestação para protestar contra o pedágio. A principal reclamação deles é com relação ao fato de que começarão a ter que pagar tarifa para se deslocar ao trecho urbano da cidade, assim como moradores do Taboão e de outros bairros que fazem divisa com municípios na região. “Se o pedágio for instalado, tornará oneroso para os moradores o trajeto dentro da própria cidade. Os moradores da minha região terão que pagar pedágio toda vez que quiserem se locomover para o centro da cidade ou imediações”, reclama Aline Afonso Castro Mattiuzzo, moradora que pretende participar da manifestação. Ela completa dizendo: “mesmo sendo mogianos, ficaremos ‘isolados’ da região central e imediações, o que custará caro para nós, em especial aos trabalhadores e estudantes”.
A Artesp abriu, no dia 25 de outubro, uma consulta pública para colher opiniões e informações sobre as intervenções anunciadas no Lote Rodovias do Litoral Paulista. Puderam participar da consulta pública pessoas físicas ou jurídicas interessadas na matéria. O prazo para envio de sugestões foi encerrado no dia 25 de novembro.