Foi realizada, na tarde de quarta-feira (25), uma reunião entre a Santa Casa de Mogi das Cruzes, a Prefeitura e a Câmara Municipal, com o objetivo de chegar a um acordo sobre o futuro do Pronto-Socorro (PS) da cidade, uma vez que a Santa Casa já sinalizou que não tem interesse em renovar o convênio com a administração municipal, alegando falta de condições estruturais e operacionais.
O encontro entre os representantes das três entidades foi realizado no prédio-sede da Prefeitura e chegou ao fim sem que uma solução fosse encontrada para a continuidade do serviço do PS, cujo convênio com a Santa Casa chega ao fim no mês de novembro.
A reunião contou com a participação do prefeito Caio Cunha e da vice-prefeita Priscila Yamagami; da Mesa Diretiva da Santa Casa, representada pelo provedor, José Carlos Petreca, o o presidente do Conselho Fiscal, Flávio Ferreira Mattos, e o 1º tesoureiro, Fábio Ferreira Mattos; com o presidente da Câmara de Mogi das Cruzes, vereador Marcos Furlan (PODE), e o presidente da Comissão de Saúde da Casa Legislativa, vereador Otto Rezende (PSD), além de outros vereadores.
Na ocasião, a Prefeitura argumentou que o fechamento da unidade trará diversos prejuízos à população e, desta forma, seria necessária uma transição de pelo menos dois anos para que seja realizado um planejamento adequado e a elaboração de uma estratégia para a substituição da unidade.
A Santa Casa, por sua vez, afirmou que está disposta a colaborar com uma transição amigável e responsável, no entanto, não se mostrou favorável a permanecer com o atendimento por mais dois anos.
Segundo a Mesa Diretiva da entidade, a decisão de fechar o pronto-socorro é técnica e não política. Os representantes ressaltaram que existe uma defasagem na estrutura da entidade, além da superlotação que está prejudicando o atendimento. Dados apresentados pela Santa Casa apontam que, no ano passado, 350 pacientes faleceram no pronto-socorro da entidade.
Durante o encontro, os membros da direção da Santa Casa sugeriram uma transferência do pronto-socorro para outra unidade de Saúde de Mogi das Cruzes, como o Hospital Municipal de Mogi das Cruzes ou para o prédio da futura Maternidade Municipal, ambos na região de Braz Cubas, sugestão que foi imediatamente rechaçada pelo secretário de Saúde Wiliam Harada, sob o argumento de que a retirada do equipamento de saúde da região central para o outro lado da cidade afetaria diretamente milhares de mogianos.
Sem chegar a um consenso sobre o futuro do PS em Mogi das Cruzes, os participantes da reunião decidiram, então, criar uma comissão técnica e abrangente, envolvendo Prefeitura, Santa Casa e Comissão de Saúde da Câmara, com o objetivo de estudar medidas urgentes para a resolução do problema.
O prefeito Caio Cunha informou, ainda, que há uma reunião marcada entre as partes e o Governo de SP, na próxima semana, que poderá resultar em uma solução definitiva para o impasse. “Nosso interesse coletivo é não prejudicar a saúde do município. Tudo o que for possível para que os mogianos tenham o devido atendimento na saúde será feito”, afirmou durante a reunião.
O presidente da Câmara, Marcos Furlan (Pode), defendeu uma solução pacífica e amigável, que atenda tanto a Prefeitura quanto a Santa Casa. “Apelo pelo bom senso. Entendo a situação de ambas as partes, mas acho que é possível chegarmos a um denominador comum nas propostas apresentadas”, afirmou.
O vereador Otto Rezende (PSD), que é presidente da Comissão de Saúde do Legislativo, também expressou a necessidade de uma solução rápida. “Vejo que a Prefeitura está com vontade de resolver o problema e a Santa Casa precisa de muito apoio para resolver a questão dos leitos, mas precisamos entender que população não pode ficar sem um pronto-socorro nesse momento”, ressaltou.
Já os vereadores Iduigues Martins (PT) e Inês Paz (PSOL) atribuíram à Prefeitura de Mogi das Cruzes a responsabilidade pela falta de um acordo para o pronto-socorro da cidade. “Nessa reunião deu para perceber, de fato, que essa Prefeitura não tem planejamento nenhum. A Santa Casa vem conversando com esse prefeito desde 2021 para buscar uma solução”, disse Inês Paz, acrescentando que a administração não apresentou proposta.
O vereador Iduigues, que durante a reunião chegou a protagonizar um momento de discussão mais acalorada com o prefeito Caio Cunha, também criticou a postura da administração municipal na negociação. “A Prefeitura está exigindo que a Santa Casa faça um esforço sem condições para prosseguir com o Pronto-Socorro. E a Santa Casa alegando as suas dificuldades, dizendo que não é possível porque não tem condições de atendimento da maneira como as coisas estão”, afirmou.
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