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Na segunda-feira (5), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou os dados de um novo levantamento do Atlas da Violência, que apresenta as taxas de homicídios registradas em todos os municípios do país no ano de 2017. Na pesquisa, Mogi das Cruzes aparece entre as cidades com mais de 100 mil habitantes mais pacíficas do Brasil.
Em 2017, Mogi das Cruzes registrou 36 homicídios, sendo 26 registrados e 10 ocultos (óbitos erroneamente classificados como “causa indeterminada”). Lembrando que a cidade possuía 433.901 habitantes no ano, ou seja, a taxa foi de um homicídio para cada 12.052 habitantes.
O resultado colocou Mogi na 16ª posição dos municípios com mais de 100 mil habitantes mais pacíficos do Brasil, atrás de Jaú/SP, Indaiatuba/SP, Valinhos/SP, Jaraguá do Sul/SC, Brusque/SC, Jundiaí/SP, Passos/MG, Limeira/SP, Americana/SP, Bragança Paulista/SP, Santos/SP, Araxá/MG, Araraquara/SP, São Caetano do Sul/SP e Tubarão/SC.
De acordo com o Ipea, o estudo leva em consideração diversos aspectos do desenvolvimento, como a taxa de atendimento escolar da população, a renda per capita dos mais pobres, a porcentagem de crianças pobres e/ou vulneráveis à pobreza etc.
No último levantamento realizado pelo Atlas da Violência, em 2015, a cidade de Mogi das Cruzes havia contabilizado 81 homicídios, mais que o dobro apresentado em 2017.
Confira os relatórios completos no site do Atlas da Violência / IPEA
Violência nas regiões Norte e Nordeste
O Atlas da Violência mostra que houve um crescimento das mortes nas regiões Norte e Nordeste influenciado, principalmente, pela guerra do narcotráfico, a rota do fluxo das drogas e o mercado ilícito de madeira e mogno nas zonas rurais. O estudo identifica uma heterogeneidade na prevalência da violência letal nos municípios e revela que há diferenças enormes entre as condições de desenvolvimento humano nos municípios mais e menos violentos.
O município mais violento do Brasil, com mais de 100 mil habitantes, é Maracanaú, no Ceará. Em segundo lugar está Altamira, no Pará, seguida de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Dos 20 mais violentos, 18 estão no Norte e Nordeste do país. De acordo com o coordenador do estudo, o pesquisador Daniel Cerqueira, os municípios mais violentos têm 15 vezes mais homicídios relativamente que os menos violentos. “Em termos proporcionais, a diferença entre os municípios mais e menos violentes corresponde à diferença entre taxas do Brasil e da Europa”, compara. Nos municípios mais violentos, o perfil socioeconômico é mais parecido com os países latino-americanos ou africanos: as pessoas, em geral, não têm acesso à educação, desenvolvimento infantil e mercado de trabalho.
Alguns dados surpreenderam os pesquisadores. Apesar de Santa Catarina ser um dos estados mais pacíficos, a taxa de homicídios em Florianópolis aumentou 70%, de 2016 para 2017. Por outro lado, houve diminuição das mortes em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde há uma boa organização policial e a solução de homicídios é maior do que no resto do país.
Os desafios no campo da segurança pública no Brasil são enormes, na avaliação do coordenador do estudo. “Há luz no final do túnel para dias com mais paz no Brasil e a luz passa por políticas focalizadas em territórios vulneráveis”, acredita Cerqueira. “Quando essas políticas são feitas e concatenadas com a política de qualificação do trabalho policial, com inteligência e boa investigação, se consegue, a curto prazo, diminuir os homicídios no país”, afirma. A solução, sugerida pelo estudo conjugaria três pilares fundamentais. Em primeiro lugar, o planejamento de ações intersetoriais, voltadas para a prevenção social e para o desenvolvimento infanto-juvenil, em famílias de situação de vulnerabilidade. Em segundo lugar, a qualificação do trabalho policial, com mais inteligência e investigação efetiva. Por fim, o reordenamento da política criminal e o saneamento do sistema de execução penal, de modo a garantir o controle dos cárceres pelo Estado.
Uma resposta em “Mogi das Cruzes é a 16ª cidade mais pacífica do Brasil, diz Atlas da Violência”
qual a posição da prefeitura em relação a Cracolândia Mogiana?
Pois há vários estabelecimentos noturnos no centro da cidade que exploram mulheres e vendem drogas sem se preocupar com o policiamento, pois não tem mesmo.