Em reunião realizada no fim da tarde desta quarta-feira (27), o Conselho de Prefeitos do Condemat (Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê) decidiu solicitar ao Governo de São Paulo, em caráter imediato, a revisão da classificação atribuída para a Região no ‘Plano de Retomada Consciente’, que prevê a flexibilização das regras de isolamento de acordo com a situação que a região enfrenta com relação ao novo coronavírus. De acordo com o anúncio feito pelo governador João Doria nesta quarta-feira (27), o Alto Tietê está na fase vermelha, o que significa a permanência das regras vigentes da quarentena pelo menos até 15 de junho. Os prefeitos discordam da classificação e querem o início da flexibilização a partir do próximo dia 1º, como se dará na capital, afirma o conselho.
“Estamos insatisfeitos, e indignados, com o posicionamento incoerente do Governo do Estado de classificar o Alto Tietê atrás da capital neste processo de saída da quarentena”, ressaltou o presidente do Condemat e prefeito de Guararema, Adriano Leite.
“Desde o início, os municípios da Região Metropolitana foram penalizados com as restrições necessárias principalmente para o controle da doença na capital. Agora, que chega o momento de flexibilizar, é inadmissível que São Paulo saia na frente. Vamos lutar pelos direitos do Alto Tietê ser classificada pelo menos na fase 2”, continua o presidente, ao fazer referência a etapa laranja, que permite, entre outros setores, o funcionamento do comércio de rua e shoppings ainda que em capacidade reduzida.
Além de pedidos oficiais de revisão do enquadramento do Alto Tietê, que, segundo Condemat, serão enviados entre hoje e amanhã ao Governo do Estado, a direção do consórcio e das prefeituras estudam também outros instrumentos legais para assegurar que o processo de retomada gradual das atividades econômicas comece já na próxima semana. Eles devem contar com o apoio de outros consórcios que representam as demais regiões da Grande São Paulo, assim como de deputados estaduais que integram a Frente Parlamentar em Apoio aos Municípios do Alto Tietê e deputados federais.
De acordo com o Condemat, o anúncio feito hoje pelo Governo do Estado vai na contramão da proposta de autonomia aos municípios apresentada aos prefeitos da região pelo secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, na noite da última terça-feira.
“A capital tem um peso desproporcional aos demais municípios da Grande São Paulo e o recorte permitiria critérios mais justos nas medidas a serem adotadas daqui para frente. Mas o que foi anunciado vai na contramão disso e penaliza a nossa Região que desde março está se desdobrando para ampliar os serviços de saúde enquanto aguarda pelos investimentos do Estado no aumento de leitos e equipamentos”, argumenta o presidente do Condemat.
A direção do consórcio informou que também reforçará as cobranças dos compromissos assumidos pela Secretaria de Estado da Saúde, junto aos prefeitos e ao Ministério Público Federal, de abrir 198 leitos de UTI e Clínica Médica nos hospitais do Alto Tietê até 30 de junho.