O aumento dos casos de dengue em 2024 e a superlotação das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de Mogi das Cruzes foram temas centrais de uma reunião realizada na Câmara Municipal na manhã desta quarta-feira (10).
O encontro contou com a presença de vereadores, do secretário municipal de Saúde, William Harada, e representantes das Organizações Sociais contratadas pela Prefeitura de Mogi das Cruzes, assim como a gerente administrativa regional do CEJAM e a gerente administrativa da UPA Oropó.
O chefe da pasta da saúde falou sobre as ações que a secretaria tem tomado para enfrentar a superlotação na rede, o que, segundo ele, se deve ao aumento nos casos de dengue. “Estamos ampliando os profissionais e equipamentos, porém encontramos uma média de atendimento de quatro a seis horas. Estendemos o atendimento específico para dengue nas Unidades de Atenção Primária e isso faz com que atrase um pouco a rotina, principalmente no que diz respeito a clínico geral e pediatra”, disse Harada.
O vereador Edinho (PP) solicitou ao secretário a ampliação da UPA do Jardim Universo. Segundo ele, existe um problema de superlotação na unidade desde antes da epidemia de dengue. “Moro em Braz Cubas, que tem cerca de 150 mil habitantes e na UPA do Jardim Universo há superlotação há muito tempo. O atendimento lá é de 10 a 16 horas. Tem gente colocando a cadeira do lado de fora e a população tem reclamado muito”.
“No Taboão também é um absurdo. A médica vai fazer um procedimento lá e não tem espaço. Também precisamos de uma ampliação no Taboão”, complementou o vereador Zé Luiz (PL).
A diretora de Vigilância de Saúde, dra. Paula Mateus Santos, falou sobre a complexidade da dengue e dos números registrados no município. “Estamos enfrentando nacionalmente uma epidemia sem precedentes de Dengue, que é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que já é bastante conhecido nosso, mas ainda um pouco desconhecido da população. Nosso objetivo é trabalhar a prevenção, pois o mosquito é altamente eficaz em termos de modificação e de adaptação ao ambiente”, explicou a diretora.
De acordo com os dados, já foram notificados 8.788 casos suspeitos em Mogi das Cruzes em 2024, com 2.268 casos positivos e dois óbitos. Até o momento, 9.505 crianças de 10 a 14 anos foram vacinadas contra a doença.
A vereadora Inês (PSOL) Paz afirmou que a dengue é uma doença com a qual a sociedade brasileira convive há muito tempo e perguntou sobre as ações da Prefeitura na prevenção da doença. A diretora de Vigilância de Saúde respondeu que, no Centro de Controle de Zoonoses existe o Núcleo de Prevenção e Controle de Arboviroses, que já tem mais de 10 anos de atuação no município. Dentre as ações deste Núcleo para prevenção estão as visitações às residências dos munícipes; visitação dos imóveis considerados estratégicos para combate à Dengue; visita a imóveis cadastrados como especiais; capacitação de brigadistas; e ações educativas junto à comunidade.
A presidente da Comissão Permanente de Saúde, vereadora Malu Fernandes (PL), comentou sobre a importância da reunião e sobre os desafios da saúde. “Nós vereadores somos essa ponte mais próxima da comunidade quando se trata de reclamações e demandas. É muito desafiador o momento que estamos vivendo hoje. A principal função do vereador aqui é esclarecer para a população e mostrar que estamos acompanhando, mas o desafio na superlotação é no Brasil e não exclusivo de Mogi”, afirmou ela.
Ao final do encontro, o presidente da Câmara de Mogi das Cruzes, Francimário Vieira Farofa (PL), agradeceu a presença da Equipe da Secretaria de Saúde e dos representantes das Organizações Sociais presentes. “É muito bacana ter esse relacionamento da Comissão de Saúde e da Câmara com as Organizações Sociais e isso facilita muito o dia a dia. E nesta gestão o relacionamento foi facilitado. Temos cobrado isso a muito tempo, mas com todo o respeito. Precisamos ter esse feedback de vocês, até para prestar contas à sociedade que nos cobra todos os dias”, disse o vereador, que conduziu a reunião.