Após ser pressionada por manifestações populares, rejeição nas redes sociais e providências de políticos da região, a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), que em outubro do ano passado anunciou que pretendia instalar um pedágio no KM 45 da Rodovia Mogi-Dutra (Rodovia Pedro Eroles ou SP 088), começou a sinalizar que o projeto sofrerá mudanças.
Procurada pela reportagem, a autarquia informou que “está ciente das demandas e preocupações da região de Mogi e proporá uma nova localização para a praça, com tratamento tarifário diferenciado”, sem esclarecer, porém, onde exatamente ficará o pedágio e qual será o valor da tarifa.
Na nota, a Artesp conclui dizendo que “com todas as possibilidades técnicas viáveis, que garantam segurança, investimentos e modicidade tarifária, os estudos serão finalizados de maneira a garantir a realização das obras previstas no programa”.
Manifestação
Mesmo com a resposta da Artesp, um novo protesto da população contra o projeto de pedágio na Mogi-Dutra está mantido para este sábado (15).
O ato, que está marcado para às 10h, será o terceiro realizado pelo Movimento ‘Pedágio Não’. De acordo com o representante do movimento, Paulo Boccuzzi, este será o maior de todos, pelo fato de unir, pela primeira vez, moradores da Serra do Itapety e do perímetro urbano.
“Somente através da mobilização popular é que nós vamos conseguir derrubar essa possibilidade de pedágio na Mogi-Dutra”, afirma o manifestante.
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Entenda o caso
A implantação do pedágio foi anunciada pela Artesp no dia 21 de outubro, junto com um pacote de obras que faz parte da concessão do Lote Rodovias do Litoral Paulista.
De acordo com o diretor-geral da Artesp, Giovanni Pengue Filho, a previsão inicial era criar a praça tarifária na Mogi-Bertioga, no entanto, com o objetivo de tornar a tarifa menor, a proposta foi alterada para a Mogi-Dutra.
Poucas horas após a reunião, mogianos que nela estiveram iniciaram uma grande mobilização contra a cobrança de tarifa na Mogi-Dutra, através de publicações nas redes sociais e abaixo-assinados virtuais que tiveram rápida aderência popular.
Com a repercussão, políticos da região também se posicionaram contra a ideia do pedágio na Mogi-Dutra, sem, no entanto, afirmar que também não concordariam com a mudança dele para a Mogi-Bertioga. Enquanto o deputado federal Marco Bertaiolli (PSD) disse que conversaria com o governador João Doria (PSDB) para reverter a decisão da Artesp, o prefeito Marcus Melo (PSDB) enviou um ofício ao Governo do Estado com a mesma solicitação. Os vereadores da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, por sua vez, aprovaram por unanimidade uma moção repudiando o projeto do pedágio na Mogi-Dutra, que seria entregue a deputados da região e ao executivo estadual.
Em 26 de outubro, moradores do condomínio Aruã, que fica às margens da Mogi-Dutra, organizaram uma manifestação para protestar contra o pedágio. A principal reclamação deles foi com relação ao fato de que começarão a ter que pagar tarifa para se deslocar ao trecho urbano da cidade, assim como moradores do Taboão e de outros bairros que fazem divisa com municípios na região.
A Artesp abriu, no dia 25 de outubro, uma consulta pública para colher opiniões e informações sobre as intervenções anunciadas no Lote Rodovias do Litoral Paulista. Puderam participar da consulta pública pessoas físicas ou jurídicas interessadas na matéria. O prazo para envio de sugestões foi encerrado no dia 25 de novembro de 2019.
2 respostas em “Após protestos contra pedágio na Mogi-Dutra, Artesp diz que “proporá nova localização””
Este pedágio que o governador João Dória quer implantar na Mogi Dutra é imoral. O povo de Mogi das Cruzes votou nele e ele nos agradece com um pedágio. Nas futuras eleições Dória será lembrado com a triste alcunha de “Governador dos pedágios”. Governar é saber contornar dificuldades sem onerar o povo. Alkmin reformou as estradas de Mogi sem pedágios.
Um pedágio e nescessário para melhorar o sistema viário.sim