O vice-prefeito de Mogi das Cruzes, Juliano Abe, e o secretário municipal de Saúde, Henrique Naufel, estiveram na Câmara Municipal nesta terça-feira (12) para apresentar as principais ações de combate ao novo coronavírus em andamento desde o início da pandemia. A sessão foi conduzida pelo presidente Sadao Sakai e contou com a presença de vereadores, que puderam esclarecer dúvidas sobre a doença, infraestrutura existente e atendimento aos pacientes.
A iniciativa do convite partiu do vereador Mauro Araújo, na semana passada, diante do avanço no número do novo coronavírus na cidade. Até o momento, Mogi das Cruzes tem 411 casos de Covid-19 confirmados, dos quais 38 pacientes foram a óbito. Há, ainda, 228 exames aguardando resultados, 607 negativos e 174 descartados de coleta. Duzentos e oitenta pacientes tiveram cura ou alta.
O secretário iniciou a apresentação com um breve histórico sobre a evolução da Covid-19 em Mogi das Cruzes e apresentou dados sobre a capacidade atual do município para enfrentar a pandemia. De acordo com Naufel, Mogi das Cruzes passou de 51 para 81 leitos de UTI exclusivos para tratamento da doença, em hospitais públicos e privados, e a taxa de ocupação desses leitos, até o momento, é de 55%. No caso dos leitos de enfermaria exclusivos para tratamento da Covid-19, são 129 disponíveis, com 68 ocupados e taxa de ocupação de 53%.
O secretário esclareceu sobre o uso de leitos do Hospital Municipal por cidadãos que residem em outras cidades, direcionados por meio do sistema Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde do Governo do Estado). De 411 pacientes já internados na unidade, 225 são de Mogi e os demais residentes em outros municípios, a maioria da Região do Alto Tietê.
“Recebemos, por exemplo, um paciente de Caçapava. O SUS é um direito do cidadão. Não posso fechar a porta para eles. Longe do que todos dizem, o SUS é quem está segurando o atendimento em meio à pandemia. Mogi atuou de forma preventiva, está preparada e nosso sistema está funcionando”, afirmou Naufel.
Segundo dados apresentados pela administração municipal, 45,3% dos atendimentos realizados nos hospitais da cidade, relativos à infecção pelo novo coronavírus, são de cidadãos que residem em outros municípios, como Suzano (16,3%), São Paulo (6,3%), Poá (4,4), Itaquaquecetuba (4,4%), Ferraz de Vasconcelos (3,6%), entre outras.
O secretário voltou a falar sobre o Hospital de Campanha implantado na avenida Cívica para atendimento de casos leves da Covid-19. Ele reforçou que a nova unidade entrará em funcionamento somente quando a enfermaria do Hospital Municipal, onde está montado o Centro de Referência do Coronavírus, atingir 70% de ocupação. “Seria um custo muito mais elevado manter o hospital aberto sendo que não há necessidade nesse momento. Estamos conseguindo trabalhar muito bem nos leitos do Hospital Municipal”.
Outro tema abordado pelos vereadores foi o fechamento temporário do Pronto Atendimento Infantil no Hospital Municipal, medida adotada com base na queda nos número de atendimentos por conta do isolamento social, suspensão das aulas e o risco de infecção em ambientes que circulam o novo coronavírus.
Após a explanação do secretário, os parlamentares puderam fazer seus questionamentos e colocações acerca do trabalho da Secretaria de Saúde. O vereador Francimário Vieira Farofa (PL) enalteceu o trabalho da equipe do Hospital Municipal de Braz Cubas. “Quero parabenizar toda a equipe de saúde. Tive a oportunidade de estar no Hospital Municipal e vi o bom atendimento. Fiquei comovido como os funcionários do Hospital de Braz Cubas têm amor a profissão”.
Já o vereador Cuco Pereira (PSDB), que acompanhou remotamente a reunião, parabenizou o secretário pelo trabalho que vem sendo desenvolvido no Município. “Quero parabenizar pela dedicação e vontade, fazendo o máximo possível para que os acometidos tenham o máximo conforto e o apoio de nossa Prefeitura”.
Diegão Martins (MDB) perguntou se a Prefeitura vai seguir o decreto do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido) que coloca academias e salões de cabeleireiro como serviços essenciais. O vice-prefeito Juliano Abe (MDB) informou que o Município, por determinação legal, somente é obrigado a seguir o decreto do Governo do Estado.
Cláudio Miyake (PSDB) perguntou se já existem estudos em relação aos protocolos a serem implantados a partir da pandemia. “O sistema tem que ser repensado. A gente já está reestruturando a saúde. Tem muita coisa a ser feita para melhorar”, respondeu Henrique Naufel.
O vereador Marcos Furlan (DEM) perguntou sobre possíveis pesquisas em relação à prática ou ausência de atividades físicas nas vítimas fatais da doença. Naufel respondeu que, em grande parte dos casos, a Covid-19 se agrava em pacientes obesos, hipertensos e diabéticos.
Já Caio Cunha (Podemos), perguntou sobre a realização de testes na cidade, afirmando que o Brasil tem feito menos testes que outros países. O secretário municipal de Saúde enalteceu a metodologia científica para aplicação dos testes. “Com mil pacientes a gente consegue dizer com um grau de confiabilidade muito bom quantos munícipes estão contaminados. Não preciso fazer os 450 mil testes em todos os munícipes”, ressaltou.
Por fim, o vereador Edson Santos (PSD) pediu ao secretário que parte dos testes seja direcionado aos profissionais da Assistência Social que, de acordo com ele, esses profissionais estão na linha de frente no combate à pandemia.
A secretária adjunta de Saúde, Rosângela Cunha, o secretário de Gabinete e Ouvidor Romildo Campelo Filho e o secretário municipal de Gestão, Marcos Regueiro, acompanharam a sessão especial, assim como a equipe técnica da Saúde.