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MOGI DAS CRUZES

Vereadores de Mogi recebem EDP para debater problemas na distribuição de energia

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Vereadores da Câmara de Mogi das Cruzes receberam, na manhã de terça-feira (21), representantes da EDP, distribuidora de energia da região, para discutir sobre a constante demora no reestabelecimento da distribuição elétrica e a realização de podas de árvores na cidade.


Após as fortes chuvas das últimas semanas, moradores de diversos bairros de Mogi das Cruzes e região enfrentaram problemas com a falta de energia, o que acarretou inclusive em outras complicações, como a falta de água em algumas regiões.

Pela EDP Brasil, marcaram presença na reunião Thiago Lafalce, gestor; Moacir Ferreira Junior, analista comercial; Juscélio Moreira, gestor operacional; e Renata Faedda, analista de poder público da concessionária. Os trabalhos foram conduzidos pelo presidente do Legislativo, Marcos Furlan (Pode). Também compareceram ao encontro os vereadores Francimário Vieira (PL), o Farofa, Mauro de Assis Margarido (PSDB), Juliano Botelho (PSB), Bi Gêmeos (PSD), Mauro Yokoyama (PL), Pedro Komura (PSDB), Malu Fernandes (SD), Inês Paz (PSOL), Edson Santos (PSD), Zé Luiz (PL) e professor Eduardo Ota (Pode). O secretário-adjunto Municipal de Meio Ambiente e Proteção Animal de Mogi das Cruzes, Daniel Lima também esteve presente.


Marcos Furlan solicitou um meio de comunicação mais amplo e eficiente entre a Casa de Leis mogiana e a EDP. “Precisamos de um canal oficial e direto para ligar a EDP e a Câmara. Vale lembrar que somos os representantes da população. Essa triangulação: vereador, prefeitura e EDP acaba em ausência de respostas. Somos a voz dos munícipes e estamos sem o retorno efetivo. Embora tenha melhorado o relacionamento com o intermédio da Renata [Renata Faedda, analista de poder público da concessionária], disse Furlan.


Thiago Lafalce respondeu. “Até pouco tempo, tínhamos uma só pessoa para atender a Prefeitura e a Câmara juntas. Entendemos que era preciso separar. Hoje, temos um profissional para cada órgão. O canal direto da EDP é mesmo o 0800. A Renata atende a Câmara de Mogi justamente para facilitar a nossa Comunicação”.

Edson Santos endossou a solicitação de Furlan. “Reforço o pedido do presidente Furlan para vocês melhorarem a relação com esta Casa. Muito complicado sugerir resolver pelo 0800. A Renata vem atendendo a gente. Mas é preciso reforçar a equipe da Renata. Ela está sozinha para dar conta de 23 vereadores. Isso tem gerado um estresse mútuo. Até peço desculpas à Renata, mas somos muito cobrados pela população, que está cansada”.

Zé Luiz (PL), por sua vez, questionou sobre as compensações em Mogi das Cruzes devido às perdas elétricas e não elétricas causadas pelas fortes chuvas no início do mês. “Como vai ser o ressarcimento dos danos causados pela paralisação da energia? Os comércios ficaram parados por muitos dias. Alimentos congelados e outros danos aconteceram. Como o contribuinte pode pedir essa indenização?”

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Thiago Lafalce, gestor da EDP, disse que os pedidos de restituições estão sendo verificados individualmente. “Estamos recebendo todas as solicitações de indenização tanto na agência da EDP como pela internet. Avaliamos pontualmente cada questão”.

Zé Luiz insistiu. “No meu gabinete, há muitas reclamações de que a EDP indefere sistematicamente os pedidos de indenização. Isso é verdade? Vocês não têm um plano para evitar a judicialização?”. Lafalce negou que haja negativas de ressarcimento em massa. “Todos os casos são avaliados um a um. Não há prática de não se fazer a avaliação. Somos regulados pela Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica], órgão bem atuante”.

O vereador Edson Santos (PSD) mencionou um caso de longa interrupção de energia. “A própria Renata [Renata Faedda, analista de poder público da concessionária] passou para mim que a Moralogia ficou 192 horas sem energia. Depois, o serviço voltou, porém tornou a cair, deixando a população de lá com tudo desligado por mais três dias”.

Lafalce prometeu uma resposta para a demora nesse caso específico. “Vamos estudar especificamente o caso desse bairro Moralogia. Entendemos que ele merece uma análise mais profunda para descobrir as causas e definir o que pode ser feito. Daremos o retorno através da Renata”.

O vereador Farofa citou mais uma situação de longa espera pela retomada da energia. “Na Chácara dos Baianos, há pedidos sem respostas há mais de nove meses. Inclusive, nesta última tempestade [início de novembro], o galho caiu na rede e pegou fogo. Estou há sete anos como vereador e estou cansado dessas reuniões sobre podas. É sempre a mesma situação. É muito raro ver um carro da EDP fazendo poda em Mogi das Cruzes. E olha que eu rodo bastante pelo Município”.

O gestor justificou argumentando que os consertos são complexos. “Em 90% das ocorrências de interrupção, as causas são as vegetações. Um poste caído requer oito horas para ser consertado. Por isso, passar um prazo é muito difícil. É um desafio de todas as distribuidoras, mas estamos estudando formas para melhorar isso”.

Zé Luiz perguntou sobre as medidas preventivas para o próximo verão, quando as chuvas e ventos costumam ser mais fortes e frequentes. “Existe um estudo técnico a exemplo do que já fazem a Prefeitura e a Defesa Civil para se preparar para as chuvas e ventanias mais comuns no verão?”.

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Bi Gêmeos reforçou o mesmo questionamento. “Qual vai ser o plano da EDP para o verão? Por exemplo, nesse feriado que acabou de passar, havia previsão de intensas tempestades”. Thiago Lafalce disse que a companhia dobrará o número de operadores nas ruas. “Estamos investindo na automatização da rede para reestabelecer grandes blocos de clientes de uma só vez. A gente trabalha com as equipes dobradas no verão. Além disso, estamos contratando mais profissionais para atender nesse período”.

Inês Paz quis saber mais detalhes. “Mas qual é esse dobro? Porque o dobro de um é dois. Quantas pessoas estarão nas ruas de Mogi no verão?”. “Trabalhamos com cerca de 50 equipes normalmente, que chegam a 100 nesses períodos. Mas, em casos pontuais, reforçamos Mogi com os times do Vale do Paraíba e vice-versa”, esclareceu Lafalce.

As dúvidas sobre de quem é a responsabilidade de podar as árvores da Cidade também foram alvos de questionamentos pelos parlamentares mogianos à EDP Brasil. O vereador Bi Gêmeos, por exemplo, disse que a população fica perdida sem sabercomo solicitar o atendimento. “A população reclama, mas persiste um empurra-empurra entre a Prefeitura e a EDP. Por isso, até chamei o secretário Daniel [secretário-adjunto Municipal de Meio Ambiente e Proteção Animal, Daniel Lima] para esclarecermos de uma vez por toda de quem é a responsabilidade”.

Segundo os técnicos da Prefeitura e da concessionária, em áreas privadas, a responsabilidade é do proprietário, mas, em alguns casos, ele só pode podar com autorização do Executivo. Em locais públicos nos quais os galhos não atingem a rede elétrica, a prerrogativa da poda é do Município. Porém, quando a vegetação enrosca nos fios, o encargo é da EDP. “A EDP é responsável a partir do momento em que a vegetação entra em contato com a rede elétrica. Atualmente, a Prefeitura aciona nossos serviços para fazer as podas”, disse Thiago Lafalce.

O secretário-adjunto de Meio Ambiente, Daniel Lima, também reclamou da falta de resposta da distribuidora de energia às demandas feitas pela pasta. “Cerca de 30% dos pedidos de podas de árvores são em área de fios, isto é, de responsabilidade da EDP. O problema é que a EDP não recebe nossos pedidos em blocos. Ou seja, para cada situação, precisamos abrir uma solicitação junto à empresa, sendo que cada uma delas tem duração média de 14 minutos para ser protocolada. Isso onera demais o Município. Temos que manter um servidor só para fazer esse serviço. Em outras palavras, dificultaram ainda mais a relação”.

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Thiago Lafalce disse que, em uma semana, dará uma resposta ao Executivo sobre possível mudança na forma de receber as demandas de podas de árvores em áreas públicas que encostam na rede de energia, ou seja, que a Prefeitura aciona para a distribuidora elétrica executar.

“Vamos internalizar o problema para tentar passar a receber em bloco as demandas da Prefeitura. Acredito que possamos ter uma resposta em uma semana”. Daniel Lima também reclama do tipo de poda feito pela EDP. “Além disso, fazem aquela poda estilingue, que propicia o aumento da queda da vegetação. É uma poda que desiquilibra a árvore, favorecendo a queda ao invés de evitá-la. Isso sem contar que a EDP abandona as galhadas na rua sem sequer nos avisar”.

Thiago Lafalce defendeu a concessionária. “Não somos especialistas em podas. Fazemos somente aquelas que atrapalham a rede elétrica. Recolhemos os galhos em até cinco dias. Mas vamos receber as reclamações específicas para saber o que está acontecendo”.

Já o vereador Pedro Komura disse que pretende criar legislação municipal para disciplinar as podas de vegetação. “A gente só combate as consequências. Estou estudando a criação de uma legislação específica sobre as podas de árvores. Precisamos delimitar: até onde a responsabilidade é do proprietário. Temos que ter lei que obrigue a Prefeitura a notificar os donos dos imóveis. Muitas vezes, a árvore que cai sobre a rede está em terreno particular. Infelizmente, será necessário penalizar os envolvidos. Isso porque as consequências são graves e atingem a todos”.

Komura sugeriu ainda uma parceria com a iniciativa privada para criar respostas rápidas em situações climáticas extremas. “Por que não vamos pedir ajuda da iniciativa privada nas situações emergenciais? Por exemplo: as indústrias mantêm o PAM (Plano de Auxílio Mútuo). No PAM, há profissionais treinados como bombeiros civis e técnicos. Muitos sabem como combater o fogo e atuar com eletricidade. É impossível para uma única empresa, em caso de catástrofes, atender a inúmeras demandas simultaneamente e em curto espaço de tempo”, ponderou.

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