O Ministério Público de São Paulo (MP/SP) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (4), a Operação Legis Easy, que contou com o apoio da Polícia Militar (PM/SP) e resultou na prisão de cinco vereadores de Mogi das Cruzes e três empresários por suspeita de envolvimento em corrupção. Outros quatro mandados de prisão foram expedidos, mas as detenções não foram concretizadas até o momento.
Segundo a investigação, os empresários compravam apoio dos vereadores para aprovar leis encomendadas por eles. A suspeita é de corrupção na Câmara Municipal e em contratos com a Secretaria Municipal de Saúde de Mogi das Cruzes e o Semae de Mogi das Cruzes. O MP/SP apura se houve organização criminosa, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
De acordo com o MP/SP. os parlamentares que foram alvo das ordens são: Carlos Evaristo da Silva (PSB), Diego de Amorim Martins (MDB), Francisco Moacir Bezerra (PSB), Jean Lopes (PL) e Mauro Araújo (MDB). Também foram presos, segundo a Promotoria, Carlos César Claudino de Araújo (irmão de Mauro Araújo), Willian Casanova e Joel Leonel Zeferino, da construção civil.
Os suspeitos passaram o dia prestando depoimentos na sede do Ministério Público em Mogi das Cruzes e, no fim da tarde, foram encaminhados ao 1º Distrito Policial de Mogi das Cruzes – com exceção do vereador Francisco Moacir Bezerra, que passou mal e ficará em prisão domiciliar.
As prisões são desdobramento da investigação de lavagem de dinheiro que cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete do vereador Mauro Araújo em novembro de 2019. As apurações são conduzidas pelo promotor Kleber Basso.
O que dizem os envolvidos
O Notícias de Mogi entrou em contato com os vereadores envolvidos, mas não ainda não obteve respostas. A reportagem também tenta obter um posicionamento da defesa dos empresários detidos.
Em publicação nas redes sociais, o vereador Diego de Amorim Martins foi o primeiro a se pronunciar. Ele escreveu: “Estou apenas depondo no Ministério Público e estou fornecendo todos os esclarecimentos necessários, pois a minha vida é pautada pela total transparência, inclusive deixo à disposição todas as minhas contas, Imposto de Renda e tudo que me for pedido pela Justiça. Infelizmente, estou sendo perseguido politicamente, provavelmente devido ao trabalho que venho desenvolvendo na cidade de Mogi das Cruzes. Esse fato só vai servir para que eu prossiga cada vez mais forte”.
Em nota, a Câmara Municipal de Mogi das Cruzes informou que “recebeu da Justiça, na tarde desta sexta-feira (4), uma determinação de afastamento do vereador Francisco Moacir Bezerra de Melo Filho (PSB), em razão de prisão preventiva na modalidade de prisão preventiva domiciliar, e que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações no processo que segue sob sigilo judicial. Informa ainda que, sobre os demais fatos, não foi oficialmente notificada, ficando impossibilitada de se pronunciar a respeito”.