Morreu, nesta quinta-feira (14), aos 78 anos, o presidente do Teatro Experimental Mogiano (TEM), Milton Feliciano de Oliveira. Ele estava internado no Hospital Municipal de Mogi das Cruzes em tratamento contra a Covid-19 desde 30 de setembro, dia de seu aniversário.
De acordo com familiares, o escritor e diretor de teatro ficou entubado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) por 13 dias e acabou sofrendo uma parada cardíaca na madrugada de hoje.
Apesar de já ter tomado as duas doses da vacina Coronavac, Milton possuía um agravante, que é o fato de ter um rim transplantado.
O sepultamento será realizado nesta sexta-feira (15), às 16h30, no Cemitério Parque das Oliveiras, em Mogi das Cruzes. Por conta dos protocolos contra a Covid-19, não haverá velório.
Teatro Experimental Mogiano
O TEM nasceu do idealismo de um grupo de jovens estudantes do Instituto de Educação Dr. Washington Luis (IEWL), que já tinham certa experiência de palco adquirida nos shows e nas festas realizadas pelo GEUP (Grêmio Estudantil Ubaldo Pereira) e pela Direção da Escola. Entre esses jovens estava Milton Feliciano de Oliveira.
Ao longo de 55 anos, o TEM já apresentou mais de 50 peças nacionais e estrangeiras para o público adulto e mais de 10 peças infantis, além de inúmeros shows em Mogi das Cruzes, São Paulo, interior paulista e Rio de Janeiro.
Nos últimos anos, o grupo lotou o Theatro Vasques por mais de uma vez, quando apresentou o espetáculo “Tem Amor Sob o Luar”, em setembro de 2018 e maio de 2019, em conjunto com o Grupo Ousadia e sob direção de Milton Feliciano.
Com a pandemia de Covid-19, no entanto, os integrantes do TEM se viram obrigados a interromper os ensaios e exibições, o que não foi suficiente para abalá-los, uma vez que o grupo já superou obstáculos tão grandes quanto, como a ditadura, por exemplo. “O TEM foi proibido. O TEM foi censurado às vésperas da apresentação da peça ‘Amor-te Natal’. A polícia proibiu a apresentação. Essa proibição durou pelo menos 12 anos. E a gente resistiu a tudo isso”, contou Feliciano ao portal Notícias de Mogi, na ocasião do 55º aniversário do TEM.
Na época, Milton Feliciano falou também sobre sua expectativa de voltar aos palcos após a pandemia de Covid-19: “Voltaremos com certeza com muita garra, com muito amor e esperando o seu aplauso ou a sua reclamação, se for o caso. O teatro é isso. O teatro é risco. O teatro é o salto no escuro. Não não sabemos onde vamos parar. Não sabemos se vamos ser aplaudidos, se vamos ser vaiados. Entramos cada noite em cena com essa apreensão. Mas no momento em que a cortina se abre, estamos em casa”, concluiu o diretor.