O Notícias de Mogi prossegue, nesta quinta-feira (5), com a série de entrevistas com os candidatos a prefeito nas Eleições Mogi das Cruzes 2020, com o objetivo de esclarecer propostas apresentadas nos planos de governo e trazer respostas a outras questões inerentes à candidatura de cada um.
Hoje é a vez de Marcus Melo, candidato que nasceu em Mogi das Cruzes, tem 48 anos de idade e atualmente cumpre seu primeiro mandato como prefeito pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Ele está em busca da reeleição.
O candidato a vice de Marcus Melo é o vereador e presidente da Câmara de Mogi das Cruzes, Sadao Sakai, de 53 anos, do Partido Liberal (PL). A coligação “Mogi de Todos Nós” conta ainda com PSL, PV, DEM, MDB, Republicanos, PP, Avante, PSB, PCdoB, Rede, PSC, Cidadania e PSD.
Confira abaixo a entrevista que Marcus Melo concedeu ao Notícias de Mogi:
Notícias de Mogi – Como o senhor considera ter contribuído com o crescimento social e econômico de Mogi das Cruzes nos últimos quatro anos em que esteve no comando da Prefeitura? De que forma este trabalho poderia ter continuidade?
Marcus Melo – Primeiro, entendo as necessidades das empresas da cidade por meio do diálogo constante. Realizei dezenas de visitas às empresas da cidade, procurando entender o que a Prefeitura poderia fazer para facilitar e melhorar a vida de quem empreende na cidade. Ao mesmo tempo, procuramos implantar na cidade um ambiente propicio à inovação, criando o Polo Digital que incentiva a cultura startup, e a Escola de Empreendedorismo e Inovação que oferece cursos e prepara os jovens para aproveitar as oportunidades de novos negócios e empregos que surgem a cidade.
Temos uma legislação hoje em dia que incentiva a entrada de novas empresas na cidade, tiramos alguns impostos onde nos cabe a responsabilidade. E uma das coisas mais importantes que tenho feito junto com toda a equipe é desburocratizar a Prefeitura. Desburocratizar porque não podemos ser a primeira dificuldade para quem vai abrir uma empresa. Hoje somos um modelo de abertura de empresas para o Brasil inteiro. Em Mogi, uma empresa pode ser aberta em 24 Horas. Aliás, a nossa Sala do Empreendedor e o Polo Digital conquistaram em 2019 o prêmio Prefeito Empreendedor do Sebrae como os melhores projetos do Estado de São Paulo nas áreas de desburocratização e inovação.
Para o nosso futuro, estamos sempre a buscar por novas empresas de outras cidades ou quem quer empreender. E claro, ajudando quem já está instalado aqui em Mogi. Nós temos algumas dificuldades de licenciamento ambiental, então a minha equipe sempre vai conversar com o pessoal dessa área para que democraticamente haja equilíbrio e crescimento. Estamos sempre procurando entender qual é a necessidade dessas empresas. Uma indústria aqui na cidade, recentemente, por exemplo, precisou fazer uma ampliação e iria contratar duzentos novos colaboradores. Para isso, foi solicitada a retirada de um poste de um lugar e a construção de uma via nova. O que eu tenho feito é visitar essas empresas pessoalmente com o objetivo de entender quais suas necessidades para que juntos possamos avançar. Afinal, esse é o objetivo de todo e qualquer mogiano.
NM – Quando começaram a surgir os primeiros casos de Covid-19 na região, o poder de disseminação do vírus ainda era de certa forma desconhecido, tanto que os próprios prefeitos temiam a indisponibilidade de leitos de UTI. Hoje, após enfrentar o pico da doença, inclusive tendo a contraído, como o senhor avalia os riscos do coronavírus aos mogianos? A cidade está preparada para o caso de uma possível segunda onda?
MM – Durante a pandemia, foi preciso agir de maneira responsável e rápida. Nos preparamos da melhor forma possível, sempre seguindo as recomendações dos médicos e dos cientistas. Assim, transformamos o Hospital Municipal em referência para o Covid e implantamos um Hospital de Campanha. Quintuplicamos o número de leitos de UTI com respiradores e fizemos várias baterias de testes em nossa cidade. Tomamos todas as medidas restritivas sugeridas pelos especialistas. Hoje, graças a Deus, podemos confirmar que todas as medidas adotadas foram acertadas. Era melhor pecar pelo excesso do que pela falta de medidas preventivas. No estágio em que nos encontramos, mesmo já tendo superado o auge das contaminações em nossa cidade, a Covid-19 nos mostrou a importância de ter um sistema de saúde preparado. Não somente estivemos preparados para receber à nossa população que foi infectada como também aos habitantes das cidades vizinhas. Foram meses de muitos desafios que enfrentamos. Então, com toda a experiência adquirida nesses meses de pandemia, posso assegurar que a nossa cidade está preparada para uma eventual segunda onda da doença. Mas, espero, sinceramente, que todos continuem adotando todas as medidas necessárias para se prevenir da doença.
NM – Mogi das Cruzes tem evoluído nas últimas avaliações do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). A nota da 4ª série, que era de 6.3 em 2015, foi para 6.8 em 2017 e 6.9 em 2019. A que o senhor atribui este crescimento? O fato de já ter administrado uma escola particular facilitou sua compreensão sobre o que poderia ser feito para melhorar a educação no município?
Muito mais que minha experiência particular como administrador de uma escola particular, atribuo muito desses resultados indiscutivelmente positivos à nossa política de valorização do profissional da educação e à atenção contínua e intensiva aos nossos alunos. Além de claro, toda a estrutura que lhes foi atribuída nos últimos 4 anos.
E não somente isso, porque poderíamos muito bem deixar tudo como está. Afinal atingimos metas que poucos lugares do planeta atingiram. A nota conquistada pelas escolas municipais da nossa cidade é semelhante a de países do Primeiro Mundo e superou a média Nacional e a Estadual.
Na contramão de todo e qualquer pensamento e atitude que nos leve à estagnação, e tratando-se também de um ano atípico em todo o Planeta, estamos preparando um material de reforço para as nossas crianças.
Quer dizer, além do que já foi criado, das videoaulas, do material que é encaminhado, do conteúdo dos livros, do material didático que a Prefeitura já tem, estamos criando um material de reforço para encaminhar a todos os alunos da nossa rede para servir como complemento, um apoio por conta desse distanciamento que nós tivemos que ter neste último ano por conta da pandemia.
E a nossa meta para o próximo mandato é continuar melhorando a nossa educação. Vou construir pelo menos mais 15 prédios escolares, adquirir pelo menos mais 5 mil tabletes e notebooks para as escolas, além de continuar incentivando a formação contínua dos nossos educadores.
NM – Um dos grandes desafios de administrar uma cidade é fazer com que a mobilidade urbana acompanhe suas transformações. Quais são seus planos para melhorar o trânsito na cidade, principalmente em regiões em processo de desenvolvimento, como Cezar de Souza, por exemplo?
MM – Nós vamos no próximo ano fazer uma reavaliação de todo o transporte coletivo da cidade. Temos algumas linhas que tem 36, 37 quilômetros, portando reavaliaremos a integração, as rotas, e se o sistema que temos hoje é um sistema eficiente, usando a tecnologia. No ano que vem faremos uma nova pesquisa na cidade com o objetivo desse modelo ser ampliado e melhorado. Entendo que está na hora dele ser reavaliado para identificarmos como podemos melhorar. Mas já posso adiantar que a construção de dois terminais de ônibus, em Cezar e Braz Cubas, estão nos nossos planos. Estes terminais vão ajudar a reorganizar o atendimento para os usuários do transporte na cidade.
A implantação de terminais nos distritos de Cezar de Souza e Braz Cubas faz parte de um projeto de reorganização do transporte coletivo, buscando oferecer mais eficiência e atendimento à população. Pelo projeto, os terminais receberão as linhas vindas dos bairros, ao mesmo tempo em que deles sairiam linhas que fariam a ligação entre os distritos e a região central. Com isso, a utilização dos ônibus será otimizada, possibilitando ampliação do atendimento à população e maior regularidade nos horários, uma vez que as linhas não precisarão atravessar toda a cidade para chegar aos bairros.
É fato que César de Souza cresceu muito e a mobilidade é super importante na vida dos mogianos. Hoje, para atravessá-lo temos uma linha do trem. Portanto criaremos uma avenida paralela à Avenida Ricieri José Marcatto que vai resolver o problema dos congestionamentos na ligação entre Cezar e o centro da cidade. A nova avenida sairá do entroncamento da Ricieri José Marcado com a Catarina Carrera Marcatto, chegando até a rotatória da Francisco Rodrigues Filho e de lá até a Waldemar Costa Filho, no Mogilar. Essa obra faz parte do Programa +Mogi Ecotietê, que também irá melhorar a questão do saneamento básico e ambiental de toda a região.
Em paralelo a isso tudo, já fizemos e entregamos 137 rampas de acessibilidade, 55 travessias iluminadas, 15 lombofaixas, 18 novas botoeiras sonoras, e 17 pontos com linhas para a redução de velocidade. Também recuperamos 300 mil metros quadrados de pavimentação na nossa cidade, entregamos a Avenida das Orquídeas, uma obra muito importante que veio para melhorar a mobilidade da cidade e facilitar a vida de muita gente.
NM – Nos últimos dois anos, foram denunciados casos suspeitos de corrupção envolvendo um funcionário da Prefeitura e contratos da Secretaria Municipal de Saúde e do Semae de Mogi das Cruzes. Em caso de um possível segundo mandato, o que o senhor pensa em fazer para fortalecer a transparência dos gastos públicos?
MM – A prefeitura toma muito cuidado e fiscaliza bem o dinheiro público. Nossa tolerância é zero para corrupção, não importa de que lado ela venha. Não aceito desrespeito com o dinheiro público. Todos os contratos da Prefeitura podem ser conferidos no nosso Portal da Transparência. No próximo mandato, vamos ampliar essas ferramentas de controle. Importante ressaltar que o caso do funcionário foi descoberto e denunciado pela própria Prefeitura. E os contratos do Semae e do Hospital seguiram rigorosamente o que manda a legislação, vencendo as concorrências as empresas que apresentaram o menor preço. No caso da empresa de portaria contratada pelo Semae, 14 empresas participaram da licitação e 11 participaram do pregão presencial. E no Hospital, a organização social que venceu o processo apresentou também um orçamento muito inferior ao da segunda colocada.
NM – Em seu primeiro programa eleitoral na TV, o senhor afirmou que o aumento do IPTU foi um erro cometido em sua gestão e que, quando isto acontece, é preciso voltar atrás e corrigir o mais rápido possível. O que te levou a concluir que estava errado e, na prática, como isto poderia ser corrigido?
MM – O Brasil vivia um período de grave crise financeira. Meu objetivo era o de garantir o equilíbrio das contas da Prefeitura. Mas, depois conversando com as pessoas, com os mais diversos setores da nossa população, senti que errei. E não tenho medo de admitir, tanto que revoguei aquele reajuste. Todos nós estamos sujeitos a tomar decisões equivocadas, mas é necessário ter a grandeza de admitir, corrigir e voltar atrás. Não tenho compromisso com o erro.
Todos os candidatos foram convidados, simultaneamente, a participar das entrevistas e elas estão sendo publicadas de acordo com a ordem de envio das respostas
