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Bolsa Família: PEC que garante auxílio de R$ 600 em 2023 é formalizada no Senado



Nesta segunda-feira (28), o senador Marcelo Castro (MDB-PI) informou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição foi protocolada junto ao Senado Federal. No texto da PEC, consta a exclusão do Auxílio Brasil – que será rebatizado de Bolsa Família a partir de 2023 – da regra do teto de gastos para os próximos anos. 



A medida é uma forma de viabilizar a manutenção do valor mínimo de R$ 600 para o programa de transferência de renda, além de instituir um valor adicional de R$ 150 por criança menor de 6 anos de idade de cada beneficiário, que foram um dos principais compromissos de campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).



A regra constitucional do teto de gastos limita o crescimento das despesas públicas, exceto o pagamento de juros da dívida pública, ao crescimento da inflação do ano anterior. Para iniciar a tramitação, o texto ainda precisará ser subscrito por, pelo menos, 27 senadores, o que deve ocorrer ainda esta semana.



O senador Marcelo Castro disse que o ideal é que a PEC esteja aprovada até o dia 10 de dezembro, já que no dia 16 do mesmo mês ele deve apresentar seu relatório final do Orçamento de 2023, que precisa ser aprovado antes do fim do ano. A PEC precisará ser aprovada em dois turnos, tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados sendo exigida a aprovação de três quintos do total de parlamentares tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados.



O texto da PEC da Transição apresentado por Marcelo Castro é praticamente o mesmo da minuta enviada pelo governo eleito, mas com uma alteração. Inicialmente, a exclusão do Bolsa Família do teto de gastos seria permanente, mas como essa regra não foi bem recebida no mundo político e entre agentes econômicos, o novo governo decidiu fixar um prazo, que agora é de 4 anos, abrangendo o período da próxima gestão. A proposta, no entanto, ainda deve sofrer novas alterações durante a tramitação no Poder Legislativo. Pelos cálculos dos valores previstos no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2023, a manutenção do Bolsa Família em R$ 600 teria um custo total de até R$ 175 bilhões.

Além de excluir o programa Bolsa Família da regra de teto de gastos pelos próximos 4 anos, a PEC da Transição propõe usar receitas obtidas com excesso de arrecadação para investimentos públicos, limitado a cerca de R$ 23 bilhões. O outro item da proposta da PEC é excluir da regra do teto de gastos recursos extras obtidos por meio de convênios e serviços prestados pelas universidades públicas, além de doação feita por fundos internacionais para ações na área socioambiental. Assim, essas instituições não teriam esses recursos abatidos pela regra do teto de gastos, como acontece atualmente.

*com informações da Agência Brasil

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