O vice-presidente da Niterra (antiga NGK do Brasil), Eduardo Tsukahara, esteve na Câmara de Mogi das Cruzes na última terça-feira (18) para discutir o futuro da indústria mogiana, especialmente em relação à necessidade de adaptação às demandas sustentáveis de produção.
O executivo foi recebido por vereadores da CEV (Comissão Especial de Vereadores) do Desenvolvimento Econômico: Edson Santos (PSD), Iduigues Martins (PT) e Vitor Emori (PL). Também participação da reunião os vereadores Francimário Vieira Farofa (PL), Bi Gêmeos (PSD), Eduardo Ota (Podemos) e Mauro Yokoyama (PL).
A Niterra está em Mogi das Cruzes há 65 anos e conta com 1.300 funcionários diretos. A planta industrial instalada no Cocuera tem capacidade para produzir 7 milhões de velas de ignição por mês.
O vice-presidente da empresa explicou que ela está se preparando para o fim do uso dos automóveis a combustão. “Os carros elétricos estão chegando e neles não são usadas as velas de ignição. Isso coloca a viabilidade do seu negócio em xeque. Para não sermos exterminados pelo mercado, teremos de inovar. Nesse contexto, estamos investindo em tecnologia voltada ao agronegócio, ao mercado de carros elétricos e à indústria hospitalar, entre outras possibilidades. Ou seja, estamos mantendo o negócio atual, porém pensando em novos nichos de negócios”, disse Tsukahara.
O presidente da Câmara de Mogi das Cruzes, Francimário Vieira, e o presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico reforçaram a importância da empresa no município.
“A Niterra, ou NGK, é uma tradição de Mogi das Cruzes. Qualquer mogiano conhece alguém que trabalhe ou já tenha trabalhado lá. Por isso, ela é muito importante para o crescimento econômico mogiano, seja pela arrecadação, seja pela geração de empregos e renda”, disse Edson Santos.
“Agradeço a presença do Eduardo Tsukahra [vice-presidente] para mantermos um relacionamento próximo com a Niterra, uma empresa tão imprescindível para nossa Mogi das Cruzes. O compromisso da marca com o crescimento mogiano sempre foi enorme”, afirmou Francimário Vieira, o Farofa.
Na sequência, o vice-presidente da Niterra respondeu a questionamentos dos parlamentares presentes no encontro. O vereador Mauro Yokoyama quis saber sobre o ingresso da juventude no universo profissional. “Devido a tantas incertezas sobre os rumos do mercado no futuro, muitos jovens sentem dúvidas sobre o que estudar. Qual conselho o senhor teria para os estudantes do Ensino Médio em Mogi?”.
Tsukahara recomendou a leitura e os cursos técnicos. “A indústria precisa de profissional qualificado. É necessário estudar. Mas o que estudar? Para a indústria, os cursos técnicos são muito interessantes e ajudam muito a ingressar no mercado. Falta gente com essa formação. Outra dica é se dedicar à leitura. Ter esse hábito contribui para abrir os horizontes”.
Já o vereador Bi Gêmeos perguntou sobre o programa Jovem Aprendiz. Segundo o vice-presidente, a empresa mantém iniciativas de formação de novatos. “Sim, nós temos. É uma oportunidade para os jovens terem seu primeiro emprego. Não temos condições de contratar todos que entram como aprendizes, mas alguns são de fato admitidos. Porém, todos que participam são preparados para trabalhar em outros lugares”.
O vereador Iduigues Martins, por sua vez, perguntou se a empresa tem pretensão de permanecer no município nos próximos anos. Tsukahara acenou positivamente. “Sim, vamos continuar por longo tempo em Mogi. Na América do Sul, os carros a combustão devem ter vida mais longa do que na América do Norte e na Europa. Isso porque o Brasil tem a solução do etanol, que utiliza a vela de ignição e é sustentável. Eu acredito que pelo menos pelos próximos 20 anos continuaremos a contar com carros a combustão no país”.
Ao ser questionado pelo vereador Edson Santos sobre a contribuição da empresa nas questões sociais, Tsukahara disse que a indústria tem a responsabilidade social como uma prioridade. “Participamos da Lei Rouanet, patrocinamos eventos esportivos e aportamos recursos próprios focados na formação de cidadãos. Investimos bastante na educação e na cultura. Esse trabalho vem sendo desenvolvido há longo tempo”.
O vereador Vitor Emori questionou sobre as possíveis parcerias entre a fabricante de peças para veículos e o poder público. “O que pode ser feito pelo Executivo e pelo Legislativo para ajudar a empresa a enfrentar esse cenário desafiador?”.
Tsukahara respondeu: “Nossos maiores desafios estão relacionados à logística, à mão de obra qualificada e à segurança pública. Roubos em estradas, por exemplo, encarecem nossos fretes. Também precisamos de gente capacitada para trabalhar”.