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MOGI DAS CRUZES

Vereadores de Mogi criam comissão para tentar barrar pedágio na Mogi-Dutra



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Foi aprovado, na sessão ordinária da Câmara de Mogi das Cruzes de quarta-feira (12) o Projeto de Resolução 01/2020, que constitui a Comissão Especial de Vereadores (CEV) para estudos referentes à possível instalação de um pedágio na Rodovia Mogi-Dutra (Rodovia Pedro Eroles ou SP 088), conforme anunciado em outubro do ano passado pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo).


O grupo, que tentará barrar a implantação da praça tarifária na entrada da cidade, será composto pelos vereadores Mauro Araújo (MDB), Edson Santos (PSD) e Marcos Furlan (DEM).


“Nesse momento se torna imperativo a participação efetiva no Poder Legislativo, até porque nós já reclamamos, mas de concreto a cidade ainda não conseguiu nada. Se torna imperativo a criação de uma Comissão Especial para acompanhar isso”, disse Araújo.


Furlan completou dizendo que são os próprios mogianos quem pagarão pelo pedágio, sendo que os recursos não serão revertidos ao município. “Utilizaremos todos os recursos necessários para barrar isso”, pontuou o vereador.


O vereador Caio Cunha (PV), por sua vez, responsabilizou o prefeito Marcus Melo (PSDB) pelo fato do projeto ter sido apresentado em uma audiência pública realizada em Mogi das Cruzes. “Para fazer um projeto como esse, com uma audiência pública, a Artesp precisaria pelo menos de um ok do prefeito municipal. Não venham me dizer que o prefeito, do mesmo partido do governador, não estava sabendo desse projeto. Por isso que é muito bom que essa CEV entre em vigor, pois as coisas vão ficar claras”, disse Cunha.

Os vereadores do PT criticaram a forma com que o governador João Doria lida com os interesses do município. “A cidade é governada pelo PSDB e nesta Casa há quatro vereadores do partido e não se consegue uma audiência com o governador. É desrespeito o que o PSDB tem por essa cidade”, argumentou Rodrigo Valverde. “É uma comissão de suma importância. Uma ação no sentido de dialogar e pressionar o Estado de São Paulo para que não privatize a Mogi-Dutra”, complementou Iduigues Martins.

O vereador Francimário Vieira Farofa (PL) também criticou o governador em relação à possibilidade de pedágio na Mogi-Dutra . “É bom para que todos saibam de fato quem é João Dória, que quer ser o presidente do país”, disse.

“É uma luta de toda a cidade. Nesta Casa todos são unânimes contra a instalação do pedágio. Nós temos que nos unir, independente das posições ideológicas e cores partidárias”, argumentou Jean Lopes (PCdoB).

“O governo já privatizou algumas estradas estaduais e não podemos deixar que isso aconteça aqui na cidade. O governador não está nem aí para Mogi das Cruzes”, complementou o vereador Diegão Martins (MDB).

Protássio Nogueira (PSD) relembrou a Moção de repúdio contra o pedágio assinada pelos 23 vereadores da Casa em 27 de novembro de 2019. “Tomara que essa CEV atinja os objetivos maiores porque a Moção de repúdio não surtiu efeito algum”, disse.

“É um pedágio que vai tirar mais emprego da gente. A gente tem que brigar pra tirar esse pedágio de dentro da cidade que vai atravancar o nosso desenvolvimento”, afirmou Otto Rezende (PSD).

Já Cuco Pereira (PSDB) enalteceu a união da cidade contra o possível pedágio na Rodovia. “Várias manifestações já foram feitas, inclusive por moradores. A população se uniu e mostrou que não deseja e não quer o pedágio”.

Antonio Lino (PSD) propôs uma ação para barrar o pedágio. “Se tudo isso não valer eu acho que temos que tirar uma semana e fechar a Mogi-Dutra para que o governador sinta na pele o que é a cidade, a resposta do povo de nossa cidade”.

Manifestação

Um novo protesto da população contra o projeto de pedágio na Mogi-Dutra foi marcado para o próximo sábado (15) pelo Movimento ‘Pedágio Não’.

O ato, que está marcado para às 10h, será o terceiro realizado pelo grupo. Entretanto, de acordo com o representante do movimento, Paulo Boccuzzi, este será o maior de todos, pelo fato de unir, pela primeira vez, moradores da Serra do Itapety e do perímetro urbano.

“Somente através da mobilização popular é que nós vamos conseguir derrubar essa possibilidade de pedágio na Mogi-Dutra, embora tenha muitos políticos envolvidos e articulando com o Governo do Estado, é somente o clamor popular que pode virar esse jogo”, concluiu o manifestante.

Entenda o caso

A implantação do pedágio foi anunciada pela Artesp no dia 21 de outubro, junto com um pacote de obras que faz parte da concessão do Lote Rodovias do Litoral Paulista.

De acordo com o diretor-geral da Artesp, Giovanni Pengue Filho, a previsão inicial era criar a praça tarifária na Mogi-Bertioga, no entanto, com o objetivo de tornar a tarifa menor, a proposta foi alterada para a Mogi-Dutra.

Poucas horas após a reunião, mogianos que nela estiveram iniciaram uma grande mobilização contra a cobrança de tarifa na Mogi-Dutra, através de publicações nas redes sociais e abaixo-assinados virtuais que tiveram rápida aderência popular.

Com a repercussão, políticos da região também se posicionaram contra a ideia do pedágio na Mogi-Dutra, sem, no entanto, afirmar que também não concordariam com a mudança dele para a Mogi-Bertioga. Enquanto o deputado federal Marco Bertaiolli (PSD) disse que conversaria com o governador João Doria (PSDB) para reverter a decisão da Artesp, o prefeito Marcus Melo (PSDB) enviou um ofício ao Governo do Estado com a mesma solicitação. Os vereadores da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, por sua vez, aprovaram por unanimidade uma moção repudiando o projeto do pedágio na Mogi-Dutra, que seria entregue a deputados da região e ao executivo estadual.

Em 26 de outubro, moradores do condomínio Aruã, que fica às margens da Mogi-Dutra, organizaram uma manifestação para protestar contra o pedágio. A principal reclamação deles foi com relação ao fato de que começarão a ter que pagar tarifa para se deslocar ao trecho urbano da cidade, assim como moradores do Taboão e de outros bairros que fazem divisa com municípios na região.

A Artesp abriu, no dia 25 de outubro, uma consulta pública para colher opiniões e informações sobre as intervenções anunciadas no Lote Rodovias do Litoral Paulista. Puderam participar da consulta pública pessoas físicas ou jurídicas interessadas na matéria. O prazo para envio de sugestões foi encerrado no dia 25 de novembro de 2019.

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