O governador de São Paulo, João Doria, disse, nesta segunda-feira (27), que a vacina contra o novo coronavírus produzida por um laboratório chinês, em parceria com o Instituto Butantan, poderá estar disponível para a população brasileira a partir de janeiro de 2021. Isso, segundo o governador, vai depender se os testes da vacina forem bem sucedidos.
“Já no final do ano, não havendo intercorrências na terceira fase de testes, poderemos iniciar a produção da vacina em dezembro e imediatamente iniciar a vacinação de milhões de brasileiros”, disse Doria. No entanto, nem toda a população brasileira poderia ser vacinada em janeiro já que a produção ainda seria insuficiente para vacinar todo mundo. A expectativa é que inicialmente sejam vacinadas 60 milhões de pessoas no país, ou seja, aproximadamente 28% da população.
Segundo o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, a fase 3 vai demonstrar se a vacina produz anticorpos contra a Covid-19 e se essa produção de anticorpos é sustentada, ou seja, se isso é mantido por um tempo prolongado.
“Como estamos no meio de uma pandemia, nada mais justo que as autoridades sanitárias promovessem emergencialmente a liberação. Se tenho segurança e estou produzindo anticorpos nesses três meses, vamos utilizar [a vacina para a população]. Claro que todo o estudo deve continuar até para saber se vai precisar dar doses de reforço com o decorrer dos anos”, justificou Gorinchteyn.
A CoronaVac, como foi batizada a vacina, está na fase 3 de testes em humanos, que está sendo realizada também no Brasil. Ao todo, os testes com a CoronaVac serão realizados em nove mil voluntários em centros de pesquisas de seis estados brasileiros: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. A pesquisa clínica será coordenada pelo Instituto Butantan e o custo da testagem é de R$ 85 milhões, custeados pelo governo.
Caso seja comprovado o sucesso da vacina, ela começará a ser produzida pelo Instituto Butantan.