Seis ex-vereadores da Câmara de Mogi das Cruzes foram condenados pela Justiça por corrupção e participação em um esquema em que empresários compravam votos dos então parlamentares para que determinados projetos fossem aprovados no legislativo municipal. A decisão é do juiz Tiago Ducatti Lino Machado, da 3ª Vara Criminal de Mogi das Cruzes, e as informações foram divulgadas pelo portal G1.
O ex-vereador Mauro Araújo, que foi apontado na investigação como principal articulador do esquema, foi condenado a 12 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão no regime inicial fechado. Carlos Evaristo da Silva a 6 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão no regime inicial semiaberto. Francisco Moacir Bezerra a 6 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão no regime inicial semiaberto. Diego de Amorim Martins, o Diegão, a 5 anos, 8 meses e 20 dias de reclusão. Jean Lopes a 5 anos e 11 meses de reclusão no regime inicial semiaberto. Já Antonio Lino, que faleceu em novembro do ano passado, foi condenado a 6 anos e 6 meses de reclusão no regime inicial semiaberto. Todos eles poderão recorrer em liberdade.
Cinco dos seis ex-vereadores condenados já haviam sido presos em setembro de 2020, em um desdobramento da Operação Legis Easy, do Ministério Público (MP-SP).
O que dizem os envolvidos
Ao portal G1, a defesa de Mauro Araújo informou que somente irá se pronunciar após a publicação oficial de eventual sentença, o que ainda não ocorreu, e criticou o fato de, mais uma vez, os desdobramentos da Operação Legis Easy estarem acontecendo em ano eleitoral. Além disso, a defesa se disse perplexa com as notícias que circulam, “já que a acusação, para além das incontáveis ilegalidades cometidas no curso da investigação, não se prestou a produzir uma única prova em juízo acerca da descabida denúncia”.
Diego de Amorim Martins, o Diegão, afirmou que a decisão é uma injustiça e que o condenaram por uma votação que nem existiu, sobre a mudança do zoneamento da Vila Oliveira, e que não existe uma prova sequer de que ele tenha cometido algum crime.
A defesa de Francisco Moacir Bezerra disse ao G1 que: “Em recurso a ser apresentado no Tribunal ficará demonstrado que, apesar de sua extensão e longo período para que fosse elaborada (mais de um ano), a sentença sequer analisou nulidade do processo ou os inúmeros depoimentos e documentos que comprovam a inexistência de qualquer conduta ilícita por parte dos denunciados. É mera repetição do entendimento unilateral, que antecedeu o contraditório, utilizado para deflagrar a operação às vésperas das eleições municipais de 2020.”
A defesa de Jean Lopes, por sua vez, afirmou que: “É inaceitável a condenação do Jean, uma vez que, todas as provas que foram produzidas demonstram a inocência do Jean e que não houve qualquer tipo de ilegalidade e em decorrência disso, está claro e claríssimo que não há qualquer justificativa para uma condenação e que apresentarão recurso.”
A defesa de Carlos Evaristo da Silva não quis se manifestar, informou o G1. O espaço segue aberto para manifestações.