A moradora de Mogi das Cruzes que, segundo a Prefeitura, está sendo monitorada devido à suspeita de coronavírus aguarda o resultado dos exames em casa, informou a Secretaria Municipal de Saúde nesta quinta-feira (30).
A pasta afirmou, ainda, que a paciente está bem e, até a tarde de ontem, não havia tido febre e nem problemas respiratórios, principais sintomas da doença. “O histórico da viagem indicou a notificação do caso”, explicou a Secretaria ao Notícias de Mogi.
A paciente é uma jovem de 22 anos, que mora na região central da cidade e, no último domingo (26), chegou da China. Ela estava em Wuhan, cidade considerada o epicentro do coronavírus, onde concentra-se o maior número de casos confirmados e também o maior número de mortes por conta da doença.
Os exames laboratoriais foram realizados em um hospital particular na quarta-feira e encaminhados para análise em São Paulo.
Cuidados
A administração municipal afirma que os cuidados a serem tomados contra a infecção do coronavírus são os mesmos adotados para evitar outras doenças respiratórias:
- lavar as mãos com água e sabão ou álcool, principalmente antes das refeições;
- utilizar lenço descartável para higiene nasal;
- cobrir o nariz e a boca quando tossir ou espirrar;
- evitar tocar mucosas de nariz, olhos e boca; higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
- não compartilhar objetos de uso pessoal (copo, garrafa, talher, batom);
- manter ambientes sempre ventilados;
- evitar contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença.
Balanço
O Ministério da Saúde (MS) informou, nesta quarta (29), que existem nove casos considerados suspeitos de coronavírus no Brasil. São três casos em São Paulo, dois em Santa Catarina, e um nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Ceará. Até o momento, o ministério foi notificado de 33 suspeitas de casos. Após testes e verificações, 24 pacientes foram descartados para coronavírus.
No momento, apenas o primeiro caso suspeito, da estudante de Minas Gerais, está na etapa de teste para coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, é possível que o resultado do teste seja conhecido na próxima sexta-feira (31).
Atualmente, 6.065 casos de coronavírus foram confirmados em todo mundo, sendo 5.997 somente na China, onde 132 pessoas já morreram. Não houve ainda nenhuma morte em outros países.
Na última terça-feira (28), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou que o ministério elevou o nível de atenção para alerta de perigo iminente para a presença do vírus no país.
“O que muda é o grau de vigilância nessa fase. Aumenta a nossa vigilância de portos e aeroportos, triagem de pacientes, o uso de determinado equipamentos de proteção, mas o nosso foco principal nesta fase é a vigilância”, disse Mandetta em entrevista coletiva para falar sobre as medidas tomadas pelo governo para evitar a entrada do vírus no país. “Nessa fase a gente tem um olhar com muito mais atenção para dentro do país, para identificar se o vírus está circulando em território nacional, e outro [olhar] muito presente em informações técnicas e científicas a respeito do comportamento do vírus”, completou Mandetta.
O ministro disse ainda que o governo vai passar a tratar como casos suspeitos, os de pessoas que estiveram em toda a China nos últimos 14 dias e apresentarem sintomas respiratórios, como tosse ou dificuldade para respirar. Antes, a atenção recaía apenas às pessoas que estiveram na cidade de Wuhan, local com maior número de casos.
Ainda não se sabe exatamente a origem do coronavírus. Ele foi identificado pela primeira vez durante uma investigação laboratorial de casos de pneumonia em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, na China. Desde então, milhares de casos foram confirmados. A transmissão entre humanos se dá pelo contato físico, pelo ar ou secreções. Ainda não se sabe exatamente como acontece o contágio, mas sabe-se que o vírus é transmitido com facilidade. A maior parte dos casos apresenta infecções das vias aéreas superiores (semelhante ao resfriado) e febre. Em casos mais graves, pneumonia e insuficiência respiratória aguda. Crianças, idosos e pacientes com baixa imunidade.