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MOGI DAS CRUZES

Mogiana conta como conseguiu dar “volta ao mundo” em nove meses

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Já imaginou passar por 20 diferentes países em apenas nove meses? É uma experiência única e um tanto cansativa, garante Mariana Yoshita, mogiana que está prestes a concluir o roteiro, iniciado em abril de 2019.


Apaixonada por viagens, Mariana saiu do Brasil sozinha pela primeira vez quando completou 18 anos. Foi morar nos Estados Unidos, de onde, após algum tempo, partiu rumo à Alemanha – um de seus países preferidos.

Na Alemanha, a mogiana arrumou um emprego como administradora de vendas em uma empresa da área de tecnologia e passou a juntar o dinheiro que custearia sua volta ao mundo. Segundo ela, para levantar o montante de forma mais rápida, realizava jornadas duplas e até triplas como bartender, garçonete, entre outras funções operacionais. Ao todo, em dois anos e meio de trabalho, ela conseguiu o equivalente a cerca de R$ 26 mil.


O dinheiro foi suficiente para levá-la à Indonésia, Cingapura, Malásia, Camboja, Tailândia, Alemanha, Áustria, Israel, Egito, Palestina, Grécia, Bulgária, Romênia, França, Bélgica, Holanda e Brasil. A viagem terminará agora em dezembro, com os três últimos países: Paraguai, Argentina e Uruguai.

Foto: Arquivo pessoal

Mesmo tendo passado por tantas zonas de conflito, inclusive com ameaças terroristas, o maior medo de Mariana, hoje, é voltar ao Brasil. Não por conta da violência e outros males que existem no país – “eu amo o Brasil”, pontua ela – mas pelo fato de ter que encarar, novamente, uma rotina.

Em conversa com o Notícias de Mogi, a mogiana contou um pouco mais sobre a volta ao mundo e sobre seu medo de voltar para a casa. Confira:

Notícias de Mogi – Antes de embarcar nessa viagem, você estava morando onde?

Mariana Yoshita – Eu nasci em Mogi das Cruzes, cresci em Suzano, e com 17 anos eu já mudei e com 18 já estava morando nos Estados Unidos. Depois, quando eu me formei em 2016, mudei para a Alemanha. Trabalhei, ralei muito, juntei a grana e, em abril deste ano, comecei a viajar.

Foto: Arquivo pessoal

NM – Então todo dinheiro que usou na volta ao mundo (R$ 26 mil), você conseguiu trabalhando na Alemanha? Por quanto tempo? E fazendo o que exatamente?

MY – Eu trabalhei na Alemanha por dois anos e meio. No começo, eu trabalhei só em um emprego, que era como administradora de vendas para uma empresa muito grande na área de tecnologia, gerenciando muitas contas e, depois, no fim, eu tive que começar a trabalhar em jornada dupla, tripla, para conseguir economizar a grana. Aí eu trabalhei como bartender, garçonete etc.

NM – Sua intenção é escrever um livro ou algo do tipo? Ou a história foi – e só será – contada mesmo no Instagram (@marianayoshita)?

MY – Eu conversei sobre esse assunto de escrever um livro com um pessoal que veio dos Estados Unidos para uma reunião comigo na semana passada ou retrasada. É uma ideia que está rolando, mas não é nada certo ainda. No ano que vem vou pensar sobre o assunto, vou explorar as oportunidades, conversando com algumas editoras e, quem sabe, eu consiga escrever e realizar mais um sonho.

Foto: Arquivo pessoal

NM – Você pode contar um pouco mais sobre seu medo de voltar a morar no Brasil?

MY – Desde 2012, quando eu saí do Brasil pela primeira vez, já se passaram sete anos. Minha vida adulta inteira foi fora do Brasil, então, culturamente eu mudei muito, costumes, jeito… por isto estou com medo de não me adaptar, mas estou metendo a cara e coragem. Vai ser um recomeço, do zero, como se eu estivesse mudando para outro país de novo. Vou ter que fazer novos amigos, encontrar uma nova rotina, uma empresa, um trabalho – que seja autonômo ou não – então, o meu medo é de uma rotina, porque eu não tenho rotina viajando, cada hora estou em um canto.

Foto: Arquivo pessoal

NM – Você chegou a morar inclusive em locais com ameaça terrorista. O que é pior?

MY – Sim, eu acabei viajando para o Egito, Israel e Palestina, e são três países onde acontece terrorismo quase todo dia. É um negócio normal para eles e eles nem se assustam mais, mas eu já corri. Aliás, quando eu estava no Egito e em Israel eu estava perto de terrorismo também, e é complicado, é perigoso. A família ficava apreensiva.

Foto: Arquivo pessoal

NM – Imagino que esteja voltando por causa da família, mas depois de passar por tantos países, se pudesse escolher um para morar, qual seria?

MY – Ah, com certeza, eu estou dando essa chance para o Brasil por causa da minha família. Família não tem preço, não se discute e é muito importante. Depois de tantos países – na verdade já passei por 33; agora no final do ano serão 35 – eu voltaria para a Alemanha, que foi o país que eu morei, e foi o país que me deu mais estabilidade, em todos os aspectos (segurança, saúde, profissional, tudo!). Por isto eu voltaria para a Alemanha se tudo desse errado. Já falei para a família que se eu não me acostumar e der tudo errado, eu vou correr de volta.

Foto: Arquivo pessoal

NM – Você disse que tem o sonho de empreender em 2020 aqui no Brasil. Já sabe em que área?

MY – Penso em entrar na área de empreendedorismo digital. Eu quero criar um curso para ensinar as pessoas a viajar da mesma forma que eu viajei, com muito pouco dinheiro. Também quero fazer palestras motivacionais, eventos, contando um pouco da minha história na região. Uma terceira ideia que eu tenho em mente, que é a longo prazo, é abrir um hostel (espécie de acomodação econômica), seja em São Paulo ou Rio de Janeiro, não sei ainda, mas, é um mercado que está crescendo no Brasil, o pessoal está começando a abrir a mente um pouco para esse tipo de acomodação alternativa. Mas… são apenas ideias.

Foto: Arquivo pessoal

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