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Está programada para a tarde desta quarta-feira (8) uma manifestação dos lojistas do shopping de Mogi das Cruzes, que reivindicam maior redução no valor do aluguel durante o período de pandemia do novo coronavírus, que começou em março. O protesto acontecerá na área de estacionamento, próximo a uma das entradas do shopping e, segundo os lojistas, já conta com mais de 50 participantes, além dos funcionários.
“O shopping não negociou nenhum desconto no aluguel de março. Em abril e maio, com o shopping fechado, deram um desconto de 50% e, agora na reabertura, em junho, um desconto de 30%”, disse uma lojista que preferiu não se identificar. “Nenhum lojista está conseguindo pagar e nem negociar. Na verdade, a situação está bem delicada para a maioria. Muitas lojas já fecharam e outras estão na iminência de fechar também, caso não haja uma negociação sensata por parte do shopping”, acrescentou ela.
Segundo a lojista, o grupo tentou marcar uma reunião com os representantes da administração do Mogi Shopping. “A resposta deles foi que não seríamos recebidos e que os casos seriam tratados individualmente. Porém, individualmente, eles estão dando negativa e sendo irredutíveis em cobrar um aluguel mais justo e viável para mantermos nossos negócios”, afirmou ela, dizendo, ainda, que os lojistas pedem aluguel proporcional dos dias que o shopping ficou aberto em março, isenção dos aluguéis de abril e maio – quando o shopping ficou fechado – e, a partir de junho, aluguel proporcional ao faturamento.
Procurado pela reportagem do Notícias de Mogi, até o momento o Mogi Shopping não se pronunciou sobre o assunto.
O protesto dos lojistas deve se iniciar às 15h, mesmo horário de abertura do shopping enquanto estiver na fase 2 (laranja) da quarentena. A previsão dos manifestantes é que o ato tenha aproximadamente uma hora de duração, período em que boa parte das lojas pode ter o atendimento suspenso.
Veja mais: Protesto de lojistas termina de forma pacífica no shopping de Mogi das Cruzes
Embate nacional
Em março, assim que começou a quarentena, uma negociação entre a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) e a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) foi encerrada com a decisão de que os lojistas de shopping centers ficariam isentos do pagamento de aluguel durante o período em que os estabelecimentos estiverem fechados em razão da pandemia de coronavírus.
“A gente percebe que o momento é de integração, de união. E a nossa compreensão é que, enquanto você tem as lojas fechadas, não tem cabimento fazer uma cobrança”, disse, em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun.
O representante dos lojistas afirmou entender o lado dos shoppings, porque todos tem prejuízo com essa situação do mercado. Por outro lado, disse que se trata de uma situação igual para todo mundo. “Uns com mais prejuízo, outros com menos, mas vamos tentar superar esse momento com muita tranquilidade e todos se ajudando”.
Em comunicado distribuído à imprensa, a Abrasce, que representa os shoppings, manifestou que “a equação é complexa e depende fundamentalmente das ações tomadas pelos governos municipais, estaduais e federal”. A associação informou, porém, que ficaria suspensa a cobrança dos aluguéis enquanto o período de fechamento permanecer, “mantendo-se exigibilidade do aluguel para uma posterior definição sobre o assunto”.
O presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, disse que a decisão da Abrasce de postergar a decisão “contrariou totalmente a comunidade dos lojistas”. Com os shoppings fechados, as lojas não podem funcionar, alegou, acrescentando que não tem lógica cobrar dos lojistas se eles não puderam faturar no período.
*com informações da Agência Brasil