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Jovem de Mogi das Cruzes faz sucesso como Maquiadora de Celebridades



Ela começou a ter seus primeiros contatos com a maquiagem como toda garota que se torna mulher: ao sair para a balada. Automaquiava-se e, de quebra, ainda cuidava do make de todas as amigas, gratuitamente. Era sua forma de praticar. Hoje, ela faz maquiagem em personalidades do naipe de Kell Smith e Vera Fischer. Seu nome é Ingrid Lopes, paulistana e moradora de Mogi das Cruzes.



Apesar de ter iniciado um curso de engenharia química, se formado em ciências contábeis, além de ter feito cursos de canto e teatro, foi na maquiagem que Ingrid se encontrou e, até hoje, se sente realizada. Não é à toa que, publicando dicas para iniciantes na área, ela já soma mais de 48 mil seguidores em seus dois perfis no Instagram (@souingridlopes e @il.make).



Mesmo tendo se projetado em tão pouco tempo, entretanto, a maquiadora afirma que o mercado da beleza é árduo e competitivo. “É uma área com muitos altos e baixos, porque as pessoas não se maquiam todos os dias e nem sempre têm eventos para os quais querem gastar com isso”, diz ela.



É difícil, mas não impossível, garante Ingrid, que conversou com o Notícias de Mogi e deu algumas dicas a quem pensa em ingressar na área, além de contar um pouco mais sobre sua trajetória e explicar quais são as tendências e preferências para maquiagem na atualidade. Confira abaixo.



Notícias de Mogi – Você é natural de São Paulo mas, atualmente, vive em Mogi das Cruzes, correto? O que te levou a escolher a cidade para morar?

Ingrid Lopes – Isso mesmo, sou natural de São Paulo, nasci na Zona Leste. Meus pais são pernambucanos, porém ambos vieram pra São Paulo e se conhecerem aqui, mas são de Pernambuco. Eu escolhi Mogi para morar depois que me casei, na verdade. Vou fazer seis anos de casada e mesmo nova, tenho 26 anos, me casei com 20 anos. Eu morava em Suzano também um período com meus pais e depois que fui para Suzano comecei a conhecer Mogi, isso depois que comecei a namorar porque o meu esposo já morava com a família dele em Mogi das Cruzes, e aí quando nos casamos, pela segurança, e por ser uma cidade que gosto muito, nos mudamos para cá.

NM – Pode contar um pouco sobre sua formação e se você também atua na área cursada na faculdade?

IL – Eu já fiz vários cursos, estudei em Suzano em uma escola particular e sempre gostei muito da área de exatas. Até iniciei engenharia química e depois mudei para ciências contábeis porque meu primeiro emprego foi em um escritório de contabilidade e comecei a gostar muito da área, por este motivo escolhi esse curso. Hoje eu não atuo, eu terminei a faculdade o ano passado e vou fazer a prova agora do CRC [Conselho Regional de Contabilidade], porque quero ter isso e eu gosto da área, porém eu não atuo e não pretendo atuar, pois gosto muito do que faço. Eu fiz canto quando era mais nova, fiz teatro, sempre gostei dessa parte meio artística. Meu pai até brinca que eu nasci para alguma coisa parecida, tanto que eu trato principalmente a maquiagem como arte mesmo – criar para as pessoas.

NM – Como você ingressou no mundo da maquiagem?

IL – Eu sempre maquiei desde muito nova – 11 anos, 12 anos – eu ficava me arriscando muito, sempre gostei de ficar vendo essas meninas, essas blogueiras nos tutoriais, sempre gostei, sempre. E eu maquiava a minha mãe, a minha irmã, me maquiava para sair quando me tornei adolescente e saia à noite. E eu tenho uma irmã do meio que normalmente sempre foi minha cobaia e ainda é. Ela tinha as festas de 15 anos na época, já era mais velha, mas eu maquiava ela e todas as amigas. Elas amavam, pois não precisavam gastar com isso. E eu fiquei brincando assim por muito tempo.

NM – E quando foi que você se deu conta de que essa se tornaria sua principal atividade?

IL – Depois que eu me casei, mesmo na faculdade e trabalhando eu engravidei. Quando eu engravidei, fiquei em casa, mas nunca gostei de ficar parada e isso começou a me incomodar um pouco. Eu até poderia ter voltado para o escritório, mas em uma conversa com meu esposo ele perguntou se eu realmente queria voltar, porque eu tinha tido bebê e queria ter um tempo a mais com o meu filho, e foi aí que eu comecei a pensar nessa possibilidade de maquiar. Então, quando eu comecei a procurar sobre cursos, enfim, sobre como ser uma maquiadora, começar a seguir pessoas que fazem isso e entender um pouco mais sobre esse trabalho, eu já vi que era realmente o que eu amava. No dia que eu fiz o primeiro curso, eu falei: “nossa, é isso que quero fazer pelo resto da minha vida!”. Eu faço outras coisas também, extensão de cílios, micropigmentação, só que a parte da maquiagem é o que me encanta e sempre me encantou, tanto que eu dou curso de automaquiagem também, em alguns salões de Mogi das Cruzes. Até em empresa, na casa da pessoas, ou elas vêm até meu estúdio. Desde o primeiro dia, eu já sabia que queria fazer aquilo, e gosto muito mesmo, então o primeiro dia de contato do curso foi quando eu vi que queria fazer aquilo e pronto, não como hobby mas como profissional mesmo.

Ingrid Lopes maquiando a atriz Vera Fischer (Foto: Arquivo pessoal)

NM – Que personalidades você já maquiou?

IL – Personalidades que já maquiei são inúmeras, vou fazer de tudo para lembrar. Já maquiei a Kell Smith, a Vera Fischer, que deu mais repercussão, Adriana Lessa, Gianne Albertoni, Miguel Rômulo, Anni Gabrielli, uma cantora brasileira que canta em uma banda americana e estava aqui para fazer um ensaio fotográfico. Na lista estão também Isabela Cecchi, Maycon Santos, Sophia Valverde, Cinthia Cruz, Paula Amorim, Breno Simões, Raquel Bertani, e Holland Roden.

NM – Como você continua se aperfeiçoando e se atualizando com as novidades da maquiagem?

IL – Eu faço muito curso mesmo e participo de vários workshops desses maquiadores famosos de aqui de São Paulo, gosto demais. E eu sempre estou vendo vídeos, procurando matéria, artigo, acho bacana, mas tem uma coisa que eu faço muito, que é sentir as pessoas. Eu sempre procuro entender como está o mundo como um todo, e às vezes é até engraçado que eu prevejo algumas coisas que vão acontecer. Eu até brinco com os meninos que me dão assessoria, com meu esposo, que às vezes parece que eu tenho pressentimento. A maquiagem está mudando muito. Antes, estava cada vez mais marcada e agora está voltando à naturalidade, ao brilho, não mais ao opaco. Essas coisas que a mulher vêm voltando ao natural, assim como o cabelo. Jamais vão sair sem maquiagem, porque mulher é muito vaidosa, mas elas não querem parecer tão maquiadas, não é como antes.

NM – Que dicas você daria a quem pensa em ingressar na área?

IL – É uma área muito difícil e concorrida, que mexe muito com a autoestima das pessoas, muito com a beleza. E é uma área com muitos altos e baixos, porque as pessoas não se maquiam todos os dias, não saem sempre maquiadas e nem sempre têm eventos para os quais querem gastar com isso. E é uma coisa que não é barata, por isso tem que estar preparada. E aconselho também procurar outras coisas para fazer para aumentar o leque de serviços, pois a maquiagem é algo muito difícil. Procure profissionais para fazer cursos, que realmente usem produtos de qualidade, que você admira o trabalho e queira fazer igual, não só pelo valor mas também porque você tem admiração por aquele profissional. Acho que quando você faz um curso com alguém que você tem admiração é como se fosse uma mentoria, é muito diferente. E é legal também principalmente as pessoas gostarem muito de lidar com pessoas porque é uma coisa que mexe muito com o ser-humano, o contato, a emoção, é surreal. Se atualizar também é super importante mas não é o principal, porque acredito que tem meios que acabam nos atualizando de qualquer maneira. Usar produtos de qualidade, produtos que façam bem para a pele das pessoas também é legal, para não causar nenhum problema no seu e isso facilita o trabalho. Às vezes queremos comprar produtos muitos mais baratos, mas nem sempre vale a pena. E entender que existe uma concorrência gigantesca, mas que existe trabalho para todo mundo. Eu queria muito que os maquiadores fossem mais unidos, que compartilhassem mais, porque tem público para todo mundo. Se as pessoas focarem no que elas querem mesmo, em um determinado público, em uma determinada região e não desistir, elas vão chegar ao objetivo, não tenho dúvida.

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