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MOGI DAS CRUZES

Indicação para “dissipar” ocupação na Vila São Francisco gera polêmica na Câmara de Mogi

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Uma indicação apresentada pelo vereador Felipe Lintz (PL) gerou polêmica durante a sessão ordinária realizada na Câmara de Mogi das Cruzes nesta quarta-feira (19). Isto porque a indicação (216/2025) propôs à Prefeitura a adoção de medidas para dissipar a ocupação existente atualmente na Vila São Francisco, paralela à linha de trem, na lateral da Avenida Governador Adhemar de Barros, região de Braz Cubas.


De acordo com o vereador, a ocupação tem gerado diversos transtornos a moradores da região, principalmente por conta da ocorrência de queima de lixo no local. “Enquanto não houver a desocupação da área, solicita-se que a Prefeitura notifique os ocupantes e intensifique a fiscalização ambiental, coibindo a prática de queimadas ilegais, o que compromete a saúde das pessoas que vivem na região, além de prejudicar o meio ambiente e representar risco de incêndios descontrolados”, disse Lintz na indicação.

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“Famílias inteiras estão sendo obrigadas a respirar fumaça tóxica, crianças sem conseguir dormir por causa do barulho e nós acuados dentro de nossas próprias casas. Ninguém faz absolutamente nada. A cada dia que passa, essa invasão – e não ocupação – está tomando proporções maiores”, acrescentou ele, em plenário.


“Dissipar. Olha o termo utilizado. Dissipar é exterminar, fazer desaparecer”, falou a vereadora Inês Paz (PSOL), acrescentando em seguida: “moradia, segurança, saúde e educação são itens básicos e constitucionais. Se essas famílias estão lá, é porque não tem uma política habitacional na nossa cidade”.

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O vereador Iduigues Martins (PT) também se posicionou contrário à indicação, alegando que a situação da ocupação está sendo analisada na Justiça. “Está sob a tutela do poder judiciário, nem da Prefeitura e nem da Câmara, então falar que nós vamos fazer e resolver é balela, é vender ilusão”, afirmou. Ele também se queixou do uso da palavra “dissipar”. “Eu estive lá com o bispo Dom Pedro, que rezou, batizou crianças e entendeu a dor daquelas famílias. E agora vem alguém aqui falar em dissipar, em eliminar, em acabar com um problema social?”, questionou ele.

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“A indicação está mantida. Não vou ceder à pressão do PT, do PSOL, não abaixo a cabeça para petista e nem para ninguém”, respondeu Felipe Lintz, pouco antes de retirar a indicação e afirmar que houve um “desajuste” no termo utilizado. “O que me chama a atenção é que os vereadores Inês Paz e Iduigues se preocuparam demais com a palavra dissipar e parece que pouco estão preocupados efetivamente com o problema que acontece naquela região”, disse ele, acrescentando que a indicação será reapresentada na próxima semana, sem o uso da palavra “dissipar”.

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