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MOGI DAS CRUZES

Ex-aluna da Fatec Mogi inova abrindo porteiras de propriedades para “turismo rural”



Atenta às oportunidades que o turismo rural pode gerar para pequenos produtores agrícolas, Sheila Aparecida da Silva, ex-aluna do curso superior tecnológico de Agronegócio da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Mogi das Cruzes, teve a ideia de oferecer consultoria a proprietários rurais interessados em expandir os rendimentos “abrindo a porteira” do seu negócio para o turismo.



Moradora de Guararema, cidade localizada a 80 quilômetros da Capital, Sheila também é formada no curso técnico de Guia de Turismo da Escola Técnica Estadual (Etec) Presidente Vargas, de Mogi das Cruzes. Ela conta que a iniciativa surgiu dois anos atrás durante o seu Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) na Fatec. “A intenção era conciliar as duas formações, unindo os conhecimentos de guia de turismo e de gestora de agronegócio. Foi aí que começou o trabalho de assessoria.”



A primeira experiência foi objeto de estudo do TCC e ocorreu em um alambique, com o intuito de avaliar a importância do guia de turismo dentro da propriedade rural. “Organizamos visitas guiadas para mostrar o passo a passo da produção artesanal, contribuindo para demonstrar a qualidade da cachaça e ampliar o conhecimento dos turistas e apreciadores. Hoje, o produtor é bem conhecido na região e se dedica à exportação”, afirma.



Vivenciando a produção

Outro caso de sucesso é o projeto desenvolvido em uma propriedade familiar que tem como atividade principal a criação de abelhas e a produção de mel. Elaine Pacito, proprietária do Sítio São Benedito, diz que o turismo rural aumenta as vendas dos seus produtos e movimenta a economia do entorno. “As pessoas ficam encantadas ao vivenciar o trabalho e ver a beleza das abelhas em busca do pólen. Ao final do passeio, elas querem comprar mel para levar para casa, além de outros produtos naturais fornecidos pela vizinhança.”



A visita monitorada tem duração de três horas e inclui café da manhã, apresentação da história centenária do sítio, caminhada por trilhas, mirante, pomar, igreja, apiário, moinho de fubá e bica para beber água na folha de caetê.

“É um projeto que valoriza a propriedade, estimula a produção e gera novos postos de trabalho. O turismo rural necessita de infraestrutura adequada e de uma boa oferta de serviços para proporcionar a melhor experiência para o cliente”, explica Sheila.

Para o coordenador do curso de Agronegócio da Fatec Mogi das Cruzes, Elias Ribeiro de Castro, a formação estimula a visão empreendedora dos alunos, ensinando a aproveitar o máximo do potencial de cada localidade. “A Região do Alto Tietê tem uma grande vocação para o turismo por sua natureza exuberante e pela proximidade da metrópole. A agricultura familiar também é muito forte. O papel do curso é preparar profissionais focados em buscar alternativas para alavancar o setor agropecuário, tendo como prioridade o uso racional dos recursos naturais e a preservação do meio ambiente.”

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Por Leandro Cesaroni

Jornalista graduado pela FIAM e pós-graduado em jornalismo cultural pela FAAP

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