O Governo de São Paulo e o Instituto Butantan confirmaram, nesta segunda-feira (23), que o estudo clínico da vacina CoronaVac, contra o coronavírus (Covid-19), chegou à fase final e os resultados sairão na primeira semana de dezembro. A previsão do governo estadual é que 46 milhões de doses estejam disponíveis no Brasil até janeiro de 2021.
Isso será possível porque o estudo clínico alcançou o patamar necessário para abertura da pesquisa e análise da eficácia da vacina, informou o governo, acrescentando que, até o momento, 74 voluntários se infectaram, número superior ao mínimo requerido para esta etapa, que previa ao menos 61 participantes contaminados.
Os resultados serão enviados pelo Comitê Internacional independente na primeira semana de dezembro para que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) analise o relatório para verificação da vacina desenvolvida pelo Butantan em parceria internacional com a biofarmacêutica Sinovac Life Science.
“A celeridade do Instituto Butantan, também por essa expertise de produção consagrada de vacinas, pode permitir que a CoronaVac seja a primeira disponível para nossa população. Só com a vacina viveremos o nosso normal. Até então, precisamos lembrar que estamos em quarentena e todo comportamento deve ser responsável, mantendo todas as regras sanitárias, distanciamento social e utilizando máscaras. Conclamamos as pessoas para colaborar com as medidas ao controle e combate da pandemia”, afirmou o Secretário de Estado da Saúde Jean Gorinchteyn.
Os testes no Brasil estão sendo coordenados desde julho pelo Butantan em 16 centros de pesquisa científica espalhados em sete estados brasileiros e no Distrito Federal. Na última semana, o primeiro lote com 120 mil doses chegou a São Paulo. A expectativa do Governo do Estado é que o Butantan obtenha a aprovação da Anvisa ao imunizante até janeiro de 2021.
“Estamos muito próximos de ter uma vacina disponível para o Programa Nacional de Imunizações. Esperamos que haja incorporação dessa vacina, que é mais uma do Butantan. Essas notícias colocam nossa vacina como a mais próxima de utilização aqui no Brasil. Cada dia com vacina faz diferença. Estamos aqui pra dar celeridade nesse processo e esperamos cooperação tanto da Anvisa quanto do Ministério da Saúde porque isso aqui se trata de uma situação emergencial e de salvar vidas”, disse Dimas Covas, Diretor do Butantan.
No total, são 13 mil voluntários envolvidos nos estudos no Brasil. A pesquisa utiliza o modelo duplo cego, em que metade dos voluntários recebe doses de vacina, enquanto os demais um placebo sem eficiência contra a doença. Com a abertura do estudo, será possível identificar quantos voluntários contaminados estavam ou não protegidos pelo imunizante.