A modalidade de empréstimo consignado do Auxílio Brasil deve começar a ser disponibilizada aos beneficiários em setembro, segundo informações do Ministério da Cidadania, que está definindo as normas complementares para iniciar a liberação do crédito.
O crédito consignado é um tipo de empréstimo em que o beneficiário tem o valor das parcelas cobrado direto na folha de pagamento. O desconto é feito diretamente no salário ou na aposentadoria. Desta forma, o empréstimo pode ser solicitado inclusive por pessoas negativadas (com o “nome sujo”).
De acordo com o Ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, o governo federal já tem 17 instituições financeiras homologadas e aptas à concessão do empréstimo consignado do Auxílio Brasil.
As famílias que recebem através do Auxílio Brasil poderão fazer empréstimo de até 40% do valor do benefício, autorizando a União a descontar o valor da parcela dos repasses mensais.
O empréstimo consignado do Auxílio Brasil e BPC faz parte da Medida Provisória Nº 1.106 que engloba um pacote de iniciativas anunciado pelo Governo Federal para impulsionar a economia do país, como o saque extraordinário do FGTS, a antecipação do décimo terceiro salário de aposentados e o empréstimo do Caixa Tem para trabalhadores informais e autônomos.
Como solicitar o empréstimo do Auxílio Brasil
A linha de crédito consignado do Auxílio Brasil poderá ser solicitada por meio de qualquer banco ou instituição financeira – e não somente pela Caixa Econômica Federal, como acontece com a modalidade destinada a quem é MEI (microempreendedor individual) ou trabalhador informal.
Mesmo ainda não tendo sido oficialmente autorizado, o empréstimo do Auxílio Brasil e BPC já vem sendo oferecido por alguns bancos, como o Banco PAN. No entanto, o processo trata-se apenas de uma antecipação da coleta de dados. O crédito só poderá ser liberado após a regulamentação por parte do governo federal.
Riscos
Os beneficiários do Auxílio Brasil que estão interessados em solicitar o empréstimo consignado precisam ficar atentos aos juros cobrados, que podem ser até três vezes maiores que outros consignados do mercado, como os de aposentados ou funcionários públicos.
O economista e professor de Mercado Financeiro da Universidade de Brasília César Bergo alerta para que as pessoas fiquem atentas ao assédio das instituições financeiras e para não cair em golpes, e ressalta a importância da educação financeira, principalmente para esse público de renda mais baixa. “É importante esse alerta para que as pessoas possam agir de maneira racional e não emocional [na aquisição de empréstimos]”, disse, em entrevista à Rádio Nacional.
“Muitas vezes, elas não têm noção do que é juros, do que é empréstimo”, explicou. “De repente ela assume uma dívida, depois o que ela recebe para poder se manter já é pouco e fica menor ainda. Porque o objetivo maior dessa ajuda [Auxílio Brasil] é [beneficiar as] pessoas que, muitas vezes, estão totalmente fora do mercado de trabalho e não têm outra renda”, acrescenta.
Mesmo assim, para o economista, a medida é positiva e abre um mercado de crédito para esse público investir no seu bem-estar e na melhoria da qualidade de vida, como na aquisição de bens duráveis de maior valor, ou mesmo para pagamento de dívidas com juros mais altos. “Ela pode pegar o empréstimo e liquidar a dívida do cartão de crédito, por exemplo, e ficar com juros menores, pagando prestação mensal”, disse.
*com informações da Agência Brasil
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