A Câmara de Mogi das Cruzes realizou, nesta segunda-feira (17), uma reunião pública sobre segurança nas escolas, no Auditório Vereador Tufi Elias Andery.
O evento contou com a participação de secretários municipais de segurança e educação, da dirigente regional de ensino, de comandantes da Polícia Civil e Polícia Militar, de vereadores e representantes da sociedade civil.
No início da reunião, presidida pelo vereador Marcos Furlan (PODE), os integrantes da mesa puderam fazer uma explanação inicial.
A secretária municipal de Educação, Patrícia Helen Gomes dos Santos, comentou sobre mudanças estruturais, treinamentos de servidores e ações de saúde mental. “Temos diversidade de prédios e adequações estruturais são necessárias e estão sendo feitas. Escola aberta não significa portão aberto, precisamos ter critérios de acesso às escolas. Iniciamos um processo de formação para todos os servidores da Secretaria Municipal, um ciclo formativo junto com as forças de segurança pública, e também o início da palestra sobre saúde mental, que será disponibilizada aos responsáveis e às crianças que necessitarem”, disse ela.
Entre as medidas preventivas o secretário de Segurança, Toriel Sardinha, afirmou que o efetivo da Ronda Escolar será dobrado, terá treinamento em segurança nas unidades educacionais e fortalecerá a política antibullying na comunidade escolar. Já entre as ações repressivas, enfatizou-se a figura do coordenador de emergência, um professor treinado para tomar as decisões junto a equipe de resposta rápida que irá direcionar as crianças para locais seguros, capazes de identificar rotas de fuga ou realizar a contenção do acesso à sala de aula. Além disso, segundo ele, a a partir de agora, os chamados de emergência em unidades escolares terão prioridade máxima nos atendimentos das equipes de segurança pública.
“Reunimos os protocolos de emergência já existentes e atualizamos os métodos junto com a Educação. Também reforçamos a atuação da ronda escolar, dos anjos da guarda, melhoraremos a estrutura física com cercas, botão de pânico e vamos focar na redução do tempo de atendimento dos chamados priorizando totalmente as escolas”, disse Sardinha.
A dirigente regional de Ensino, Maria Gerlânia, comentou sobre a importância de ações conjuntas. “É o momento de darmos as mãos e trabalharmos a cultura de paz. A Educação é o caminho que transforma e começa em casa. Os pais precisam atuar junto. Temos buscado ações conjuntas com os pais, com os grêmios. Estamos construindo o Projeto Conviva, de convivência individual para cada escola. Assim como, será disponibilizado, pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, um aplicativo para alunos e professores de auxílio psicológico presencial, dentro das escolas. Essas são algumas das ações”, disse ela.
O delegado seccional assistente, Júlio Vaz, por sua vez, afirmou que, entre as ações que estão sendo tomadas pela Polícia Civil, está o acompanhamento de todos os registros, denúncias e boatos sobre o assunto. “Colocamos o centro de inteligência e setor de investigações gerais e se propagados pela internet vamos até a identificação da origem”, afirmou ele.
Com relação à atuação da Polícia Militar (PM/SP), os comentários ficaram por conta do tenente-coronel PM Manoel Ferreira Neto, comandante do 17º Batalhão. “Nesse momento estamos resolvendo a questão de imediato, de forma urgente, mas precisamos de uma mudança cultural de médio e longo prazos, com a qual todos precisam se comprometer. Na questão do policiamento vamos utilizar todo o efetivo policial, reforçar a ronda escolar, e enfatizar que não importa se é uma unidade de ensino privada, pública do âmbito municipal ou estadual, quem chegar primeiro vai atuar, seja a GCM ou a PM”, disse ele.
Os vereadores presentes também se pronunciaram. Em sua fala, a vereadora Malu Fernandes (SD) falou sobre a atuação do legislativo municipal em torno do tema, destacando a iniciativa de sua autoria de constituir um comitê permanente para o acompanhamento da pauta. Lembrou ainda que o objetivo da reunião foi apresentar as ações do poder público para a população e ouvir as demandas da comunidade escolar, especialmente, de representantes das escolas, e de grupos de pais e mães preocupados com seus filhos.
Policial Maurino (PODE): “Como presidente da comissão de Segurança, informo que tivemos uma reunião e foram discutidos alguns pontos para a segurança das escolas. A população está ansiosa para saber quais são as ações e como elas funcionarão nas escolas de Mogi das Cruzes”.
Clodoaldo de Moraes (PL): “Como presidente da Comissão Permanente de Educação temos percorrido as escolas. Estamos sensibilizados e de prontidão, a Câmara está empenhada em tramitar os projetos rapidamente para termos ações efetivas sendo implementadas. A sociedade está com os nervos à flor da pele. Temos todas as forças de segurança pública aqui para que possamos sair com uma ação integrada para não termos coincidência de viaturas numa escola e outra na periferia da cidade descoberta. Sair daqui hoje sabendo o que vai ser feito.”
Iduigues Martins (PT): “A cultura do ódio, da arma, da guerra, clubes de tiro ensinando crianças a atirar. Várias ações foram convocadas e me preocupa se essas ações estão integradas. Os aplicativos, as rondas, precisam ser integradas. Nosso município tem que apresentar projetos para utilizar esse recurso do fundo nacional de segurança pública.”
Inês Paz (PSOL): “Precisamos de medidas imediatistas, mas precisamos ver e analisar porque não é um ataque na escola, mas um ataque à educação que já vem sendo atacada de várias formas. Precisamos pensar em pós pandemia com atendimento psicológico. É importante a cultura de paz, é preciso fazer estudos das redes sociais.”
Edson Santos (PSD): “É importante esse auditório lotado para discutir assunto tão importante e que seja feita essa discussão aqui nesta casa que é a casa do povo. Fui um dos vereadores que apresentaram uma indicação de contratação de vigilantes patrimoniais para as escolas. Nada é mais importante do que a figura humana, isso que aumenta a sensação de segurança.”
Johnross (PODE): “Em toda vida eu nunca vi isso acontecer. O que estamos vendo ainda não é o problema é o reflexo do problema. A célula mãe da sociedade, as famílias que estão sofrendo, que ajudem a reestruturar os vínculos familiares.”
Fernanda Moreno (MDB): “Reunião importante, mas reativa. Estamos seguindo um decreto de 2011 e muita coisa se perdeu nesse tempo. Tenho feito palestras em escolas e queria cobrar que a gente quer trabalhar em conjunto com a prefeitura para que os projetos que são encaminhados saiam das gavetas.”
“Eu vejo essa reunião como uma grande troca de informações, nós aqui temos um lado só e vamos crescer, vamos avançar e vamos compartilhar essas ideias, projetos e debates. Aqui na Câmara Municipal temos inúmeros projetos e iniciativas que tratam desse assunto, mas nada melhor que ouvir quem está na ponta, quem está em cada escola seja pai, seja professor, seja diretor, estudante”, concluiu o presidente Marcos Furlan.
Também estiveram presentes os vereadores Mauro Yokoyama (PL), Gustavo Siqueira (PSDB), Milton Lins, o Bi Gêmeos (PSD), Francimário Vieira, o Farofa (PL), Vitor Emori (PSD), Edinho (MDB), Professor Edu Ota (PODE) e Zé Luiz (PSDB).
Por fim, os representantes da sociedade civil tiveram a oportunidade de fazer o uso da palavra. Algumas questões foram respondidas pelos componentes da mesa.
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