As reuniões que vêm sendo realizadas no Cemforpe pela Prefeitura de Mogi das Cruzes, por meio da Secretaria Municipal de Habitação, com a proposta de apresentar detalhes do programa ‘Mogi Meu Lar’, estão sendo alvo de discussões na Câmara Municipal.
Na sessão ordinária desta terça-feira (11), os parlamentares aprovaram um requerimento verbal, de autoria do vereador Iduigues Martins (PT), para convidar o secretário municipal de habitação, Carlos Lothar, para ir até a Casa Legislativa prestar esclarecimentos sobre o teor das reuniões.
De acordo com o autor do requerimento, essas reuniões têm criado falsa expectativa nos munícipes sobre a casa própria. “Está sendo falado que milhares de pessoas serão contempladas. Mas isso não é verdade. As pessoas saem dessas reuniões achando que a casa própria está garantida. Esses encontros estão causando muita confusão na cidade”, disse Iduigues Martins.
O presidente da Casa, Francimário Vieira (PL), o Farofa, afirmou que está negociando uma reunião para debater o tema. “Vamos chamar o secretário de Habitação, de Planejamento e o superintendente da Caixa Econômica Federal. Também fui procurado por sete munícipes na semana passada. Pelo que eu soube, só existem 320 unidades habitacionais liberadas. Outros projetos deram entrada, mas ainda não foram analisados nem há previsão. A nossa mesa diretiva vai fazer convite a todos eles”.
A Prefeitura de Mogi das Cruzes vem convocando os inscritos no Cadastro Municipal de Habitação para encontros desde o início de fevereiro. De acordo com a administração municipal, o objetivo das reuniões é apresentar aos inscritos os empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida que começarão a ser construídos na cidade.
“O que me parece é que está havendo um agenciamento de especulação imobiliária para vender apartamento para pessoas que não se encaixam no programa do governo federal. É muito grave você levar as pessoas a ter este tipo de desinformação. Elas saem de lá esperançosas. Depois, não terá programa nenhum e aí querem direcionar para um empreendimento particular, para fazer a venda do imóvel”, afirmou o vereador Zé Luiz Furtado (PL).
“Lembrando que o secretário foi convocado aqui em março e foi abordado o conteúdo das reuniões. Nessa convocatória do secretário ele explicou e agora, novamente, a Casa está pedindo mais esclarecimentos”, disse o vereador Marcos Furlan (PODE), acrescentando que acredita que o chefe da pasta não recusará o convite para conceder novas explicações.
“À população que está indo a essas reuniões não está ficando claro. Então alguma coisa tem. Estão sendo vendidas ilusões”, acrescentou a vereadora Inês Paz (PSOL).
“Independente de requerimento ou convite, o secretário tem obrigação de prestar contas, porque essa Casa colocou uma emenda que, semestralmente, ele tem que vir aqui fazer prestação de conta referente ao Mogi Meu Lar. E já estamos na data”, lembrou o vereador Milton Lins Bigêmeos (PSD).
O vereador Carlos Lucarefski (PV) disse que tem recebido, diariamente, pessoas com dúvidas sobre o programa Mogi Meu Lar. “Estão todos na esperança de que vai dar certo. O secretário tem que vir aqui para esclarecer essa questão”, afirmou ele.
“É importante votarmos para que tudo isso seja esclarecido e, se tiver alguma coisa fora do eixo, que possam ser acertadas para que os nossos munícipes possam ser os maiores vencedores de tudo isso”, disse o vereador Policial Maurino (PODE).
“Pelo o que apurei, não existem mais do que 300 unidades sendo construídas. Está se criando uma expectativa em cima de um número exorbitante de pessoas em nossa cidade, que estão ansiosas e aguardando a oportunidade de ter a casa própria e isso não vai acontecer”, afirmou o vereador Clodoaldo de Moraes (PL).