O governador João Doria se reuniu, nesta quinta-feira (5), no Palácio dos Bandeirantes, com representantes das 645 cidades do Estado de São Paulo para apresentar um plano de medidas de prevenção e assistência para casos do novo coronavírus (COVID-19). O prefeito de Mogi das Cruzes, Marcus Melo, participou do encontro acompanhado da supervisora médica do Departamento de Rede Básica da Secretaria Municipal de Saúde, Cristina Mari Nagatomi, e do enfermeiro da Vigilância Epidemiológica Municipal, Hector Trevor Campos da Silva.
“Peço aos prefeitos e prefeitas que ajudem na disseminação de informações claras, precisas e objetivas sobre o coronavírus. Não há razão nenhuma para pânico, interrupção de aulas, trabalho, atividades esportivas ou espetáculos. A ação mais recomendada pelos especialistas é a prevenção”, disse Doria.
O secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann, apresentou o conceito e o histórico do coronavírus, fluxos de atendimento no SUS e a atuação do Centro de Contingência do Coronavírus, coordenado pelo médico infectologista David Uip, e do Comitê de Operações de Emergência.
No final do encontro, o Governo do Estado distribuiu um guia com informações de conscientização e prevenção ao coronavírus, que também está à disposição das prefeituras para uso e divulgação. O material pode ser baixado gratuitamente no site do Governo de SP.
As estações de metrô e trens da Grande São Paulo também receberão cartazes e material impresso sobre o coronavírus. O Governo de São Paulo informou que também vai orientar municípios a disseminar o guia em postos de saúde, hospitais, escolas, terminais de ônibus e rodoviárias.
Nova suspeita em Mogi
Mogi das Cruzes recebeu, até o momento, três notificações suspeitas, das quais duas foram descartadas e uma aguarda resultado do exame.
De acordo com a Prefeitura de Mogi, a terceira notificação chegou no final da tarde de quarta-feira (4). Trata-se de uma mulher de 31 anos que viajou por Portugal e Espanha, apresentou sintomas respiratórios e procurou um hospital particular da cidade.
“Desde o início dos primeiros casos, ainda concentrados na China, nossa equipe técnica está atenta aos cuidados e orientações necessárias, mantendo vigilância permanente”, afirmou o prefeito Marcus Melo.
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Panorama nacional
A doença é registrada em diversos países, com cerca de 90 mil casos e 3,1 mil mortes, mais de 90% concentrados na China. Até o final desta quinta-feira (5), o Brasil já registrava oito casos confirmados, sendo que seis são no Estado de São Paulo, onde o governo também monitora 135 casos suspeitos e já descartou 131 notificados. Os outros dois casos confirmados são no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, o Brasil passou a ser um país com transmissão local, ou seja, existem dois tipos de contaminados: os que chegaram de viagem internacional, vindos de países com circulação do vírus; e pessoas que tiveram contato com essas pessoas que estiveram no exterior.
O Ministério da Saúde informa que alterou os critérios para definição de casos suspeitos, prováveis e confirmados, devido à confirmação de COVID-19 no Brasil e ao cenário da doença no mundo.
Caso confirmado: a confirmação para COVID-19 poderá ser feita a partir do critério laboratorial, com resultado positivo por meio de RT-PCR (sigla em inglês que significa “Reação em cadeia da polimerase”), por laboratório reconhecido pelo Ministério para diagnóstico da doença. Caso não seja possível a realização da análise, também poderá ocorrer confirmação pelo critério clínico-epidemiológico, ou seja, situações em que a pessoa teve contato próximo ou domiciliar com um caso confirmado laboratorialmente, e que apresentou febre ou pelo menos um sintoma respiratório, no intervalo de 14 dias após o último contato com o infectado.
Conforme definido pelo Ministério, todos os laboratórios públicos ou privados que identificarem casos confirmados pela primeira vez, adotando o exame específico para SARS-CoV2 (RT-PCR, pelo protocolo Charité), devem passar por validação de um dos três laboratórios de referência nacional, a saber: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/RJ), Instituto Evandro Chagas da Secretaria de Vigilância em Saúde (IEC/SVS) no Estado do Pará, e Instituto Adolfo Lutz da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Após a validação da qualidade, o laboratório passará a ser considerado parte da Rede Nacional de Alerta e Resposta às Emergências em Saúde Pública, para investigação do coronavírus.
Caso provável: aplica-se a uma pessoa que teve contato domiciliar de caso confirmado laboratorial e, além disso, apresentou febre ou qualquer sintoma respiratório, como tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal dor de garganta, coriza, por exemplo.
Caso suspeito: podem ser duas situações: 1) viajante que apresenta febre e pelo menos um sintoma respiratório, com histórico de viagem para país com transmissão sustentada ou área com transmissão local nos últimos 14 dias; 2) contato próximo com caso suspeito ou confirmado para COVID-19, nos últimos 14 dias, e que apresente febre ou algum sintoma respiratório, como tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal, coriza, por exemplo.
Vale lembrar que o período de incubação do vírus pode chegar a 14 dias, após o contato com alguém infectado. A transmissão pode ocorrer, em média, sete dias após o início dos sintomas. É importante manter a higiene pessoal para evitar a disseminação do vírus, com medidas simples como lavar bem as mãos e antebraços; não compartilhar objetos de uso pessoal; cobrir tosses ou espirros, preferencialmente com lenço descartável ou os braços; manter distância de dois metros se perceber alguém tossindo ou espirrando.