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Durante todo o mês de dezembro, será realizada a 29ª edição do Samba das Mulheres. Realizado com apoio do Programa de Fomento à Cultura de Mogi das Cruzes (Profac) e também da Prefeitura de Mogi das Cruzes, o evento contará com muita música e a formação de uma grande roda online, além de debates e outras atividades que vão aflorar a representatividade e o protagonismo de mulheres na cultura. A programação é online, gratuita e aberta para pessoas de todas as idades.
Sempre de maneira digital, sem limite de público e com tradução em Língua Brasileira de Sinais (Libras), serão dois pocket shows gravados por dois grupos de samba femininos que nasceram no Samba das Mulheres. O primeiro deles será protagonizado pela formação ‘Samba M’, que busca evidenciar “o protagonismo da mulher negra no samba mogiano”.
Com artistas atuantes na comunidade de Samba do Bairro de Brás Cubas (Elci Souza – voz e percussão; Raquel Ribeiro – voz e pandeiro; e Vitória Moura – percussão e voz), o grupo fará uma animada apresentação regada à samba rock e outros estilos.
Já o segundo pocket show será do grupo Dona da Rua. As artistas Helô Ferreira, Juliana Rodrigues e Lívia Barros interpretarão canções originais com temas da militância feminista e negra na música. Em letras como ‘Que Venha em Mim’, ‘Filha da Luta’ e ‘Justiça’ elas buscam trazer reflexões acerca das múltiplas opressões vividas por mulheres.
Além destes concertos, será formada uma “Grande Roda” de “samba, literatura e debate”. Em formato “super live”, as integrantes do projeto se revezarão, dialogando sobre suas vivências e mostrando sua arte.
Esta agenda contará com números musicais solos de participantes do projeto, leitura de poemas e outras produções literárias de mulheres e pessoas trans, bem como debates sobre gênero, negritude, cultura popular, intolerância religiosa e políticas públicas voltadas para a juventude.
“O samba historicamente é lugar simbólico onde o povo negro se viu representado em suas lutas. Nas rodas de samba de bairro, nas comunidades, nos terreiros, temas caros para o povo negro sempre foram abordados, tanto nas canções quanto no exercício de construção de identidades”, afirmam as organizadoras, em defesa de uma produção cultural como essa, possibilitada pelo Profac.
Sendo assim, a “Grande Roda” pretende convidar mulheres em diferentes áreas de atuação que possam, “além de cantar, tocar ou ler poemas, também falar sobre pautas como LGBTQI+fobia, direitos das mulheres, discriminação de gênero, discriminação racial, educação antirracista, religiões afrodescendentes e manifestações afrodiaspóricas da cidade”.
Já estão confirmadas as participações da professora da rede pública e militante em movimentos locais Mari Mendes; do instrumentista, cantor e compositor Lyan Silva; da cantora, compositora poeta e praticante do candomblé Raquel Ribeiro; da cantora, compositora, produtora e professora Bruna Oliveira; da mestra da Congada Santa Ifigênia Mestra Laine; e da cantora Regiane Pomares.
Entre os temas abordados nestas conversas estarão juventude, gênero, sexualidade, negritude, representatividade trans na roda de samba, periferia, intolerância religiosa e educação.
A ideia é revelar a potência da roda Samba das Mulheres, assim como acontecia presencialmente na Associação Cultural Casarão da Mariquinha e em outros endereços (leia mais abaixo). Por isso, a 29ª edição do Samba das Mulheres conta, ainda, com uma oficina sobre o Plano Municipal de Cultura, voltada para formação das mulheres artistas da cidade.
Quem apresentará esta atividade será a arte-educadora e co-fundadora da companhia Clara Trupi de Ovos y Assovios, Thalita Benigno. O objetivo da ação, que estará gratuitamente no YouTube e plataformas similares, com classificação indicativa livre, é “oferecer subsídio formativo para a população em geral com enfoque no grupo social a que pertence a maioria das integrantes do projeto”.
Ao longo da oficina, que assim como os pocket shows terá tradução em Libras, participantes entenderão o que é e qual a função do Plano Municipal de Cultura; como as mulheres são contempladas neste documento e como ele pode ser um instrumento de fortalecimento da representatividade de mulheres. Também será abordado o Programa Diálogo Aberto e sua participação social na construção e implementação de Políticas Públicas Culturais em Mogi das Cruzes.
*a foto que ilustra a matéria foi feita antes do início da pandemia de Covid-19