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MOGI DAS CRUZES

Viagem cancelada sem reembolso vira caso de polícia em Mogi das Cruzes


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O feriado prolongado da Proclamação da República era para ter sido alegre e divertido para um grupo de mogianos, no entanto, acabou em dor de cabeça e frustração. Isto porque eles haviam comprado, com uma agência de turismo de Mogi das Cruzes, uma viagem para Caldas Novas, porém, um dia antes do embarque, ficaram sabendo que o passeio foi cancelado e, até agora, não foram ressarcidos.


A excursão foi anunciada pela Agência Contelly Tour em fevereiro deste ano e seria realizada em ônibus leito. Ao chegar na cidade goiana, o grupo ficaria hospedado em hotel, com direito a café da manhã, almoço e duas entradas para um parque aquático.


De fevereiro até novembro, 84 pessoas confirmaram presença na viagem, sendo que os valores do pacote variavam de acordo com o tamanho da família – o custo seria de R$ 790 por pessoa. No total, o grupo alega ter depositado em torno de R$ 63 mil para a agência.


Acontece que, em 13 de novembro, um dia antes da partida, por volta das 22h, os clientes receberam uma mensagem dizendo que a dona da agência havia sido sequestrada e forçada pelos criminosos a sacar cerca de R$ 10 mil em caixas eletrônicos e que, por isto, a viagem estava cancelada.


De acordo com o grupo, em um primeiro momento, eles ficaram preocupados com a situação. No entanto, afirmaram que, depois que a dona da agência reapareceu, algumas contradições começaram a surgir e isto fez com que alguns deles decidissem investigar a veracidade da versão apresentada para justificar o cancelamento da viagem.

“Diante das milhares de contradições sobre o ‘sequestro’ e a falta de documentação que comprovasse as reservas do hotel, fui atrás de cada informação e, para minha surpresa, não existiam reservas no hotel, não existiam contratos com empresas de ônibus, enfim, não existia nada. O que tínhamos crianças frustradas, sonhos destruídos e 84 pessoas enganadas”, disse Michelle Rocha ao Notícias de Mogi. Segundo ela, ao ficar sabendo do cancelamento da excursão, seu filho de dois anos teve febre alta por diversos dias.

Após constatarem que as reservas do ônibus e hotel não haviam sido de fato confirmadas e suspeitarem que os comprovantes apresentados pela agência eram falsificados, Michelle e outros integrantes da viagem decidiram abrir um boletim de ocorrência junto à polícia na última terça-feira (19). Porém, quando o grupo chegou à delegacia, encontrou a dona da agência também abrindo um boletim de ocorrência. O encontro inesperado terminou em discussão.

Procurada pela reportagem do NM, a dona da agência afirmou que a viagem não aconteceu “devido a fatores externos” e que, em até 15 dias, devolverá o dinheiro de todo mundo. “Fui vítima de sequestro relâmpago ao realizar transações bancárias na agência do Banco Itaú, situada na Rodovia Henrique Eroles, esquina com a Avenida Voluntário Fernando Pinheiro Franco, centro de Mogi das Cruzes/SP”, disse ela, completando: “Sabemos que esta situação fugiu ao nosso controle e que acarretou danos irreparáveis a ambas as partes, mas não estamos medindo esforços para que tudo se resolva da melhor maneira possível”.

A proprietária afirma, ainda, que o valor depositado pelo grupo não chega a R$ 63 mil. “O valor está muito errado, até porque, dependendo do número de passagens, havia desconto no valor do pacote. Além disso, tinha passageiros que pagariam no dia da viagem”. Segundo ela, foram depositados R$ 35 mil e ela já devolveu R$ 6 mil – a reportagem não conseguiu localizar nenhum cliente que teve qualquer valor ressarcido.

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