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MOGI DAS CRUZES

Vereadores recebem Secretaria de Saúde de Mogi para apurar supostas falhas no atendimento

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O secretário de saúde de Mogi das Cruzes, William Harada, esteve na Câmara Municipal com sua equipe na manhã desta terça-feira (2), onde foi recebido por vereadores que integram a Comissão Permanente de Saúde, Zoonoses e Bem-Estar Animal (CSZBA).


A reunião, que foi presidida pela vereadora Malu Fernandes (PL), abordou temas como o prédio ainda vazio da Maternidade Municipal de Mogi das Cruzes, em Braz Cubas, o funcionamento do Hospital Municipal, no mesmo distrito, as filas para obter laudos de TEA (Transtorno do Espectro Autista), entre outros temas.

Também participaram do encontro os vereadores Inês Paz (PSOL) e Zé Luiz (PL), que integram o colegiado parlamentar, o presidente do Legislativo, Francimário Vieira (PL), o Farofa, e Edson Santos (PSD).


Harada começou explicando sobre a demora no atendimento nos prontos-atendimentos da cidade. “A epidemia de dengue afetou nosso planejamento. Tivemos que fazer toda a rede primária priorizar a dengue. Com isso, aumentaram as filas de espera para as consultas convencionais. Agora, com a redução da dengue, voltamos a priorizar a atenção básica. As UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] ficaram sobrecarregadas e, por isso, aumentamos o efetivo. Com as filas mais longas, um e outro se exaltam, e inflamam os demais pacientes. Isso gerou tumultos em algumas unidades, como no Hospital Municipal e na UBS do Jardim Universo”.


Zé Luiz quis saber sobre o uso de drones para a prevenção da dengue. “O prefeito divulgou nas redes sociais que haveria na cidade um trabalho com o uso de drones para o combate à doença. Não localizamos nenhum contrato a respeito desse serviço. Isso aconteceu ou foi só mais uma fala aleatória do prefeito?”.

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 William Harada respondeu. “Uma empresa realizou demonstrações nesse sentido. Submetemos os equipamentos à equipe técnica, que os balizou. No entanto, já estávamos em um período em que a demanda de dengue poderia diminuir. Por isso, eu preferi não fazer. É um serviço bom, de fato é efetivo. Porém, vamos abrir uma licitação. Isso porque é bastante provável que, no ano que vem, não tenhamos uma demanda normal em relação à dengue”.

Inês Paz quis saber o que será feito no prédio da maternidade de Braz Cubas, que está pronto, mas ainda vazio.

Harada explicou que há estudos para levar a atual maternidade, hoje administrada pela Santa Casa de Mogi das Cruzes, no Centro, para o edifício recém-construído. “Não existe demanda para Mogi manter uma maternidade na Santa Casa e outra em Braz Cubas. Neste ano, o Governo do Estado implementou a tabela SUS paulista. Em alguns casos, isso chega a significar até cinco vezes a mais no valor pago por alguns procedimentos. Mas esse valor é exclusivo para filantrópicas. Faz parte de um estudo verificar se há interesse da Santa Casa em executar a maternidade nesse prédio novo, mas recebendo pela tabela SUS paulista. Porém, são apenas estudos”.

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Malu questionou sobre o aumento na quantidade de profissionais. “Vocês vão aumentar o número de profissionais para o atendimento? Hoje, o principal gargalo são as longas filas”.

Rosângela da Cunha, a doutora Nenê, secretária-adjunta de saúde, disse que sim. “O Caps Infantil vai ter alguns diferenciais. Teremos três salas para projetos, um refeitório, vamos aumentar os psicólogos e psiquiatras. Além disso, será ali perto de onde já existem projetos de paradesporto. Teremos também dentista”.

Zé Luiz indagou sobre a demora na emissão de laudos de TEA (Transtorno do Espectro Autista). “Existe uma fila muito grande para laudos. A gente recebe reclamação todos os dias de mães que se queixam que estão aguardando na fila para laudar. Existe previsão de força-tarefa para minimizar essas filas? Criou-se uma grande expectativa com a Escola Clínica de TEA. Mas ela só atende a alunos já laudados pela Secretaria Municipal de Saúde”.

Inês Paz reforçou o questionamento do vereador. “Muitas mães demoram para conseguir passar na primeira consulta. É importante movimentar esse primeiro atendimento para amenizar essas filas enormes”.

Juliana Falchete, coordenadora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, disse que é preciso cautela para não acelerar os processos de diagnóstico. “Existe um negócio chamado indústria do autismo. Não tem como operar milagres para resolver isso. Estamos estudando, fazendo cursos e vamos lançar a linha de cuidados TEA. Para o SUS, o que é importante é a intervenção precoce e não o laudo. No entanto, para acessar o sistema de direitos, são exigidos laudos. É preciso tomar muito cuidado. Imagine, por exemplo, como é possível laudar um bebê? E existem bebês sendo laudados. Estamos requalificando as filas para melhorar o acesso e não acontecer desrespeitos com a população”.

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Edson Santos questionou sobre as queixas de atendimento no Hospital Municipal de Braz Cubas. “O ano de 2023 foi o que mais recebeu recursos em saúde. Houve aumento grande nos repasses feitos à Fundação ABC, que administra a unidade. Mesmo assim, as reclamações continuam. O que está acontecendo?”.

Harada atribuiu as queixas ao aumento dos custos e à triagem por nível de risco aplicada no pronto-atendimento infantil. “Nossa vida mudou muito depois da pandemia. Em 2019, o Hospital Municipal custava 3,4 milhões de reais. Em 2022, ele passou a custar 5,4 milhões. Então, esse aumento de despesas aconteceu em todas as unidades, com reflexos nas UPAs e na Santa Casa também. Mas as principais queixas do Hospital Municipal são em relação ao atendimento no pronto-atendimento infantil. Os pais não aceitam a espera na fila conforme a classificação de risco. É difícil os pais entenderem que quem chega com um quadro de menor complexidade vai esperar mais. Amenizamos isso com a inauguração do Vagalume”.

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