Em uma transmissão ao vivo realizada na noite desta sexta-feira (10), o secretário municipal de saúde de Mogi das Cruzes, Henrique Naufel, afirmou que tanto a cloroquina quanto a hidroxicloroquina estão sendo utilizadas no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus na cidade. Os medicamentos são usados para tratar casos de malária e seus efeitos têm sido testados também contra a Covid-19.
“Sim, estamos usando desde o início. Havia já uma determinação entre os médicos que, se houvesse a aprovação no comitê de ética e pesquisa dos hospitais, a gente poderia usar. Desde o início, então, a gente já estava utilizando para os pacientes internados. Ontem, o Conselho Federal de Medicina aprovou mesmo para os casos leves, mas já estávamos utilizando, tanto a azitromicina quanto a cloroquina”, contou o secretário, acrescentando que o quadro inflamatório apresentado pela doença vem sendo combatido com anti-coagulante.
Nos hospitais, a cloroquina é utilizada sob acompanhamento médico. No fim de março, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu que toda prescrição de medicamento à base de cloroquina ou hidroxicloroquina precisa ser feita em receita especial de duas vias. Ou seja, a entrega ou venda do medicamento nas farmácias e drogarias só poderá ser feita para pessoas com a receita especial, para que uma via fique retida na farmácia e outra com o paciente.
Naufel aproveitou para explicar que o índice de letalidade apresentado atualmente pelo município (de 9,6%) não deve ser levado em consideração pelo fato de não haver certeza do número de infectados em toda a cidade, uma vez que são testados apenas pacientes que procuram os hospitais, o que faz com a proporção entre mortos e infectados seja maior que a média nacional ou de outros países – em nível estadual, a taxa de letalidade é de 6,5%, ao passo que, em nível nacional, é de 4,9%.
O secretário voltou a reforçar a importância de respeitar o isolamento social, principalmente nas próximas semanas, quando deve haver um aumento exponencial nos casos de coronavírus em todo o país. “Não saiam. Continuem em isolamento porque nós vamos ver o reflexo dessa saída de vocês dentro de duas ou três semanas e, se vier aquela onda aguda, realmente não teremos perna para tratar, nem nós nem ninguém”, concluiu ele.