Em audiência pública de prestação de contas realizada na Câmara Municipal na manhã de ontem (17), a a secretária municipal de Educação de Mogi das Cruzes, Juliana Guedes, explicou o que levou a Prefeitura a decidir retomar as aulas presenciais somente em 2021.
A secretária lembrou da consulta popular realizada pela administração municipal em julho, na qual 89% dos pais responderam que não levariam os filhos à escola caso as aulas voltassem este ano. O adiamento do retorno às aulas no município, de acordo com Guedes, também se deve ao resultado de testes de Covid-19 aplicados na cidade. “A gente aplicou uma testagem e verificamos que o vírus circulou muito pouco entre as crianças. O que isso significa? Que a gente tem que ficar preocupado, pois não existe imunidade. Portanto, se essa criança for exposta o vírus vai circular mais ainda”, disse a secretária.
Membro da Comissão Permanente de Educação do Legislativo, o vereador Francimário Vieira Farofa (PL) parabenizou a Secretaria de Educação pela atitude. “A decisão de vocês foi acertada de não retornar às aulas. A gente anda muito pela cidade e a preocupação das mães, dos alunos e servidores é com a segurança”, ressaltou o vereador.
Farofa também perguntou sobre a aprovação ou reprovação dos estudantes em 2020. A secretária respondeu que nenhum aluno será reprovado. “A gente já tem a indicação do Conselho Nacional de Educação, sob forma de parecer, com aval do MEC. Ninguém pode ser reprovado. Ninguém pode perder um ano de escola por causa de uma pandemia. Agora o sistema precisa se reformular para garantir que eventuais não aprendizagens deste ano sejam consolidadas no próximo”, respondeu Juliana.
Prestação de contas
De acordo com os dados apresentados por Juliana Guedes, ao fim do 2° quadrimestre deste ano, Mogi das Cruzes tinha 47.572 alunos matriculados nas 212 unidades escolares do Município, sendo que desses, 24.480 matriculados no ensino integral. A pasta também conta com 2.937 servidores, que se dividem entre o quadro pedagógico e o quadro técnico de apoio.
Segundo a secretária, o município de Mogi das Cruzes arrecadou R$ 581.872.514,36 no período e empenhou R$ 177.263.463,06 na Educação, despesa equivalente a 30,46% do arrecadado, ou seja, taxa superior à exigida pela Constituição Federal, que é 25%.
A secretária também prestou contas das atividades realizadas no período (maio, junho, julho e agosto). Dentre as atividades as lives de orientação para atividades de reposição escolar, videoaulas pelo Youtube e pela página do Facebook e exibição de videoaulas pela TV Câmara, no canal 3.2 UHF.
Com as aulas suspensas em 2020 por conta da pandemia de coronavírus, a Secretaria Municipal de Educação falou sobre alguns aplicativos da pasta, que já eram usados na rede municipal, mas que tiveram um grande aumento de utilização no período; entre eles, o Migo, Simulados e Educa+Mogi. “O Migo é um aplicativo que ensina as crianças a falar inglês, o Simulados tem uma série de exercícios que simulam provas em Português e Matemática e o Educa Mais Mogi é um aplicativo que os pais podem baixar para saber da vida dos seus filhos e ter acesso a esses outros aplicativos”, explicou Guedes.