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Professora da UMC analisa crise hídrica no Brasil e traça cenários para os próximos anos



A crise hídrica está se tornando um assunto cada vez mais comentado nacionalmente. O governo federal informou que este ano o país passará pela pior escassez de chuva em 90 anos, colocando em alerta o consumo de água e energia. Por conta deste cenário foi declarado estado de emergência hídrica para cinco estados, incluindo São Paulo, desde junho até setembro. A professora do curso de Energias Renováveis da UMC (Universidade de Mogi das Cruzes), Tatiane Faustino, analisou este cenário e compartilhou algumas dicas que podem ajudar a economizar água, poupar energia e dinheiro no final do mês.  



Segundo Tatiane, algumas medidas simples podem ajudar a amenizar o problema. “Reaproveitar a água da máquina para limpar o quintal, reduzir o tempo no banho, não utilizar a mangueira para lavar o carro. Estas atitudes colaboram com a economia de água”, diz a professora, que ainda ressalta a importância da economia de energia. De acordo com ela, não deixar luzes acesas e desligar aparelhos que ficam em stand-by, também auxiliam nesta questão.



Para a especialista, é necessário orientação para tentar reduzir a chance de crise hídrica. “Acredito muito na educação ambiental direcionada ao consumo racional da água e ela deve ser estimulada desde a infância. O que percebemos hoje são iniciativas voltadas para o aumento da produção de água e não para a diminuição do consumo e uso consciente”, destaca



Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2030, a sociedade vai necessitar de 40% a mais de água e 50% a mais de energia e até 2050 a demanda por energia crescerá 60%. Com esse cenário em vista, Tatiane alerta para a possibilidade de uma crise hídrica muito pior. “Observamos uma grande concentração de pessoas em cidades de todo o mundo ameaçando mananciais como lagos, rios e lençóis freáticos, refletindo em um grande consumo de água doce, utilizada para o saneamento urbano. Além disso, a maior parte das águas residuais são devolvidas para o meio ambiente sem tratamento, gerando danos para os ecossistemas e para as pessoas”, ressalta.



Ainda de acordo com a especialista, mesmo economizando e tendo o uso consciente da água, a população sempre correrá o risco de passar por uma nova crise. Por isso, outros tipos de energia, conhecidas como energia verde, têm se tornado uma solução viável para muitas pessoas e empresas.

Um exemplo é a energia solar. Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), este setor tem crescido nos últimos anos. Só em 2020, a instalação de painéis solares cresceu 70%, gerando 7,5 gigawatts, o que representa quase metade da hidrelétrica de Itaipu.

A energia eólica também é uma alternativa nesse cenário atual. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), a energia eólica vem crescendo ao longo dos anos e deve ser uma solução futura para o planeta. O país terminou 2020 com 686 usinas de energia eólica e 17,75 gigawatts, o que representou um crescimento de 14,89% no setor em comparação a 2019. Um raio-x do setor foi publicado recentemente em um artigo da revista científica da UMC. Esta pesquisa comprovou que a energia eólica se constitui como uma importante forma de geração de eletricidade no país.

Para a professora, apostar em uma única energia como sendo a solução não é o correto. “A energia solar é uma das energias renováveis que mais vem ganhando espaço neste mercado e pode aliviar a crise hídrica no setor elétrico, além de diminuir os riscos de racionamento. Porém, não vejo que seja a solução para o futuro.”, diz Tatiane. O cenário ideal para a professora é a utilização de mais energias verdes. “Acredito que podemos fazer uma associação de várias fontes de energias renováveis para que possamos ter boas opções e que atendam a necessidade do país”, finaliza Tatiane.

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