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Prefeitos do Alto Tietê questionarão Estado sobre permanência na fase laranja


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A direção do Condemat (Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê) informou que questionará o Governo do Estado sobre a avaliação dos critérios que mantiveram a região na fase laranja do Plano SP, conforme anúncio oficial ocorrido na sexta-feira (26).


Em reunião realizada na tarde de ontem, os prefeitos afirmaram que o Alto Tietê tem condições de seguir para a etapa amarela e disseram que temem impactos maiores na economia regional com o avanço da flexibilização na capital.


Um ofício com diversos questionamentos, em especial com solicitação de maior clareza nos dados e na fórmula de cálculo dos critérios de classificação, está em fase de elaboração pela equipe técnica do Condemat e será protocolado no Governo do Estado no início da próxima semana, segundo informou a direção do consórcio.


“Já solicitamos uma agenda com o secretário estadual Marco Vinholi (de Desenvolvimento Regional) para que uma comissão de prefeitos do Condemat possa entregar esse ofício e obter maiores esclarecimentos sobre os aspectos considerados na classificação”, adiantou o presidente do Condemat e prefeito de Guararema, Adriano Leite.


“É positivo o Alto Tietê permanecer na fase laranja quando temos regiões que voltaram para a vermelha. Mas é frustrante não avançar para a amarela, quando todos os nossos indicadores apontam que temos  condições para isso, a exemplo da capital. Pior que isso, o fato de bares, restaurantes e salões serem liberados em São Paulo inevitavelmente atrairá moradores das nossas cidades, o que prejudica ainda mais a economia local e aumenta o risco de transmissão da doença”, acrescentou.

Na classificação divulgada pelo Governo do Estado (veja abaixo), o critério que pesou para que a região não avançasse foi o de evolução da epidemia, mais precisamente em óbitos. Enquanto na semana passada a região teve uma variação de 0,85, na semana atual o indicador subiu para 1,38, saindo da classificação amarela para a laranja. No critério capacidade hospitalar, a região permanece amarela.

A divergência dos dados do Estado e dos municípios é um dos pontos que voltam a ser questionados pelo Condemat. Na semana de 12 a 18 de junho, o consórcio registrou 156 óbitos, enquanto os dados estaduais contabilizaram 129. Já nesta última semana (19 a 25 de junho), estatísticas do Condemat apontaram 121 mortes, enquanto o Estado 186. 

Outro ponto que será levantado pelos prefeitos do Alto Tietê é a retroalimentação dos sistemas de notificação. Segundo eles, muitas cidades receberam nos últimos dias a confirmação de óbitos ocorridos em maio e abril, que impactam as estatísticas atuais e contrastam com os indicadores de ocupação de leitos de UTI, que melhoraram nas últimas avaliações.

Um dos principais argumentos do Condemat para o avanço da região à fase amarela é a taxa menor de óbitos que a região tem em relação a capital. De acordo com os próprios dados do Estado,  que contabilizam 1.233 vítimas fatais, o Alto Tietê tem 40,6 óbitos a cada 100 mil habitantes. São Paulo, que avançou para a fase amarela, tem 55,4 mortes para cada 100 mil habitantes.

“Nossa região tem trabalhado muito para melhorar a capacidade hospitalar e controlar a evolução da doença. É importante que todos os fatores sejam considerados porque ainda que a saúde seja a prioridade, não podemos ignorar os impactos na economia e a necessidade de avançar na retomada das atividades com todos os protocolos de segurança que o momento exige”, concluiu o presidente do Condemat.

Oficialmente, desde o último dia 15, o Alto Tietê está na fase laranja do Plano SP, o que permite o funcionamento do comércio de rua, shoppings e serviços. Embora essa etapa estabeleça quatro horas diárias para esses setores, a maioria das cidades autorizou o funcionamento por seis horas – as exceções são Mogi das Cruzes e Santa Isabel que, por determinação do Ministério Público, tiveram de atender o previsto no decreto estadual.

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