A Policlínica da UMC (Universidade de Mogi das Cruzes) realiza, até 30 de novembro, o Mutirão Virtual da Psoríase. Segundo a universidade, desde o início da ação, quase 140 pessoas já foram atendidas e passaram por avaliação.
Este ano, por causa da pandemia, a triagem está sendo feita virtualmente, por meio de um modelo de inteligência artificial que qualifica o nível de gravidade da psoríase. Os casos graves são encaminhados para tratamento presencial na Policlínica. Até agora, pelo menos 59 deste tipo foram identificados e já realizados os agendamentos presenciais, segundo a UMC.
A dermatologista e coordenadora do Ambulatório de Imunológicos da Policlínica, Aline Okita, que está à frente da ação, explica que a psoríase é uma doença autoimune, inflamatória e crônica que causa lesões avermelhadas, grossas e que descamam nos cotovelos, joelhos, couro cabeludo e até nas unhas e articulações. Ela atinge todas as faixas etárias e tem dois picos de surgimento: ao redor dos 20 anos e dos 50 anos.
“Além das lesões de pele, pacientes com psoríase têm maior risco para ter artrite psoriásica, uma doença que causa dor e inchaço nas juntas e pode causar até deformidade nesse local. Esses pacientes também costumam ter mais pressão alta, aumento do colesterol e triglicérides, diabetes, sobrepeso, doença gordurosa hepática, entre outros, inclusive com maior risco de sofrer complicações como infarto”, explica a médica.
A médica ainda ressalta que apesar dessa doença não ser contagiosa, muitos pacientes sofrem preconceito por ter lesões em áreas visíveis. “Muitos vestem roupas fechadas para cobrir as lesões, evitam praias e piscinas, não vão ao cabeleireiro e até perdem oportunidades de emprego por causa da doença. Aproximadamente 25% desses pacientes sofrem de sintomas de ansiedade e depressão”, salienta Aline.
O modelo de inteligência artificial que conversa no WhatsApp com os pacientes e identifica aqueles com psoríase grave foi desenvolvido pela empresa Kintsu Health Tech, que auxilia na ação.
O tratamento da psoríase depende da gravidade das lesões. Quando as lesões estão em poucos locais do corpo, podem ser utilizados cremes e pomadas como o calcipotriol, corticosteróides e até shampoos. Entretanto, se o tratamento com esses medicamentos for muito prolongado, se a doença começar a ir e voltar muitas vezes, se as lesões estiverem em várias áreas do corpo ou em áreas especiais como rosto, genital, virilhas, unhas, couro cabeludo, palmas e plantas, o tratamento sistêmico deve ser feito.
“As opções são a fototerapia (banho de luz), metotrexato, acitretina, ciclosporina e imunobiológicos. A escolha do medicamento será feita dependendo do perfil da doença do paciente e dos riscos associados a cada medicamento. Metotrexato e acitretina por exemplo podem causar toxicidade no fígado. A ciclosporina pode aumentar a pressão e causar alteração renal e deve ser usada por no máximo um ano. Já a classe dos imunobiológicos, conhecidos popularmente como ‘vacinas’, são medicamentos muito eficazes. Eles são aplicados debaixo da pele e podem ser usados no tratamento da psoríase e artrite psoriásica. Os efeitos adversos são raros sendo as infecções de vias aéreas superiores como a amigdalite, por exemplo, as mais comuns, geralmente leves e tratadas sem complicações. Esses são medicamentos de alto custo e estão disponíveis no SUS e nas operadoras de saúde para casos graves de psoríase”, detalha a dermatologista.
A especialista ainda deixa um recado para quem sofre com a psoríase: “Apesar dessa doença não ter cura, ela tem controle com o medicamento correto para o paciente. Lembrando que nem todos os casos serão controlados com o mesmo tipo de medicamento. É fundamental a avaliação de um especialista para a escolha do tratamento correto”, finaliza.
Como participar
Para participar do Mutirão Virtual da Psoríase é preciso acessar https://bit.ly/3ucmBxc ou entrar em contato pelo Whatsapp (11) 93374-0356. A Policlínica da UMC fica na Rua Dom Antônio Cândido de Alvarenga, 170, Centro.
Mais informações sobre a ação podem ser obtidas pelo telefone (11) 4728-5383.