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Em uma coletiva de imprensa realizada no MP-SP (Ministério Público de São Paulo), promotores apresentaram números da Operação Khalifa, deflagrada nesta terça-feira (7), com apoio da Polícia Militar (PM-SP), por meio do Comando de Choque.
Nove pessoas foram presas durante cumprimento de mandados expedidos no âmbito da operação, que investiga o envolvimento de membros de uma facção criminosa com uma rede de exploração da agiotagem na região do Alto Tietê e capital.
De acordo com o MP-SP, a ação do grupo começou em meados de 2020 e, somente no ano passado, foram movimentados R$ 20 milhões em empréstimos, “demonstrando que era uma organização criminosa extremamente rentável”, segundo os promotores.
Os empréstimos eram concedidos a terceiros com aplicação de juros abusivos, que chegavam a 300%. Em caso de inadimplência, havia multas e taxas diárias, além de extorsão, roubo e até sequestro.
Os destinatários dos empréstimos eram pessoas físicas e também jurídicas, que necessitavam de capital de giro para investir em negócios de médio porte. No momento da cobrança, os investigados chegavam a restringir a liberdade dos inadimplentes e invadir estabelecimentos comerciais para subtrair bens como forma de amortecer a dívida.
“Operações recentes deflagradas pelo GAECO têm demonstrado que a facção criminosa vem se sofisticando nas formas de obter rendimentos, deixando de lado as conhecidas práticas de tráfico e roubo para recorrer a atividades mais lucrativas e menos sujeitas à repressão estatal. Fraudes em licitações e empréstimos a juros astronômicos são algumas delas”, afirmou o promotor do GAECO, Frederico Silvério.
As prisões aconteceram nas cidades paulistas de Arujá, Suzano, Mogi das Cruzes, Santa Isabel e Guarulhos. Uma delas foi efetuada no Estado de Santa Catarina. Dois indivíduos continuam foragidos.
Nas 17 buscas autorizadas pela Justiça, as autoridades apreenderam, ainda, seis armas, sendo um fuzil, celulares e joias, além de R$ 65 mil em dinheiro.
A denominação da Operação Khalifa faz referência ao edifício Burj Khalifa, na cidade de Dubai, e às viagens internacionais que registradas, com ostentação, pelos investigados nas redes sociais.