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Mogi das Cruzes entra na ‘fase crítica’ da quarentena nesta segunda; veja regras



Mogi das Cruzes entrará, a partir desta segunda-feira (22), na ‘fase crítica’ da quarentena, mais restritiva que a fase emergencial do Plano São Paulo, na qual o restante do estado se encontra. A decisão de aumentar as restrições foi tomada em função do agravamento da situação pandêmica e da ocupação máxima dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).



A nova classificação, válida pelo período inicial de 10 dias, traz regras adicionais referentes à circulação de pessoas, ao funcionamento de serviços essenciais, à realização de drive-thrus e à utilização de espaços públicos.

A principal mudança da fase crítica em Mogi será a restrição da circulação das pessoas nas ruas, que antes acontecia no período compreendido entre as 20h e 5h, em todos os dias da semana. A partir de segunda, essa restrição se estenderá por 24 horas e só será permitida a circulação de pessoas que comprovem estar realizando atividade essencial, como ir ao supermercado, farmácia, trabalho ou unidade de saúde. A decisão se estende a praças e pistas de caminhada.



No caso dos supermercados, já havia a determinação de que os estabelecimentos só poderiam permitir a presença de uma pessoa a cada 10 metros quadrados. Agora essa restrição será dobrada, portanto só será permitida a presença de uma pessoa a cada 20 metros quadrados. As unidades poderão ficar abertas em regime de 24 horas, porém ficarão responsáveis pelo controle de entrada de clientes, conforme as novas restrições.



“Vamos possibilitar e também pedir para que eles possam ficar abertos por 24 horas, porém restringindo ainda mais o acesso das pessoas. Não pode entrar mais de um membro por família e o supermercado só pode permitir uma pessoa a cada 20 m². Precisamos muito da cooperação deles, pois os supermercados têm sido um dos locais que geram maior aglomeração. Nossa fiscalização também estará atenta e poderá notifica-los e, caso necessário, até mesmo emitir multas”, afirmou o prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha.

Outra mudança é com relação à operação de drive-thrus, que só será permitida para atividades essenciais, como o setor de farmácia e alimentação. Para os demais, os drive-thrus não poderão mais ser mais realizados.

“São medidas que não terão efeito imediato, porém que podem dar um fôlego ao nosso sistema e evitar a possibilidade de que alguma pessoa em necessidade fique sem assistência médica. A solução não são mais leitos de UTI. A solução é distanciamento social e vacina”, disse Caio Cunha.

O prefeito esclareceu ainda que a nova fase não é o mesmo que o chamado lockdown – nesta modalidade, é exigido o fechamento até mesmo de serviços essenciais, como supermercados e transporte público. Porém, ele não descarta a possibilidade de que a cidade entre em lockdown, dependendo da evolução dos números.

Caio explicou que o motivo pelo qual a cidade já não entra imediatamente em lockdown é o fato de Mogi das Cruzes estar diretamente ligada a outras cidades da região. Para exemplificar, ele destacou que quase 30% da população da cidade trabalha em São Paulo. Além disso, cerca de 37% dos atendimentos nas unidades de saúde da cidade são correspondentes a pacientes de outras cidades. “Não adianta Mogi tomar essa decisão sozinha. Precisamos do apoio das cidades vizinhas e também do Governo do Estado”, disse ele.

O secretário Henrique Naufel detalhou que a expectativa, com as novas medidas, é de que em um prazo de 10 dias a duas semanas, haja uma melhora nos números de casos e internações, permitindo assim desafogar o sistema de saúde. No âmbito da urgência da situação, ele lembrou de outros fatores agravantes, como a falta de insumos, como kits de intubação e também a exaustão das equipes das unidades da saúde.

“A situação é ruim e a tendência é de piora. Por isso, achamos por bem solicitar ao prefeito que endurecesse as medidas”, disse o secretário, que apresentou um comparativo entre o pico registrado em 2020 e a situação atual. Segundo os dados, ao final do primeiro semestre de 2020, Mogi das Cruzes contava com 77 leitos públicos habilitados de UTI e a ocupação máxima alcançada foi de 43%. Foram cinco meses de pandemia até que se chegasse nesse índice. Já em 2021, em apenas 50 dias a cidade chegou aos 100% de ocupação de leitos de UTI, sendo que o número de leitos aumentou.

O que pode funcionar na fase crítica em Mogi das Cruzes

  • Saúde: Hospitais, clínicas, farmácias, óticas, lavanderias, serviços de limpeza e estabelecimentos de saúde animal;
  • Alimentação: Supermercados, mercados e congêneres, padarias, mercado municipal e feiras livres;
  • Serviços de abastecimento mantidos: Postos de gasolina, serviços logísticos de insumos, agropecuária, agroindústria, oficinas de veículos automotores e estabelecimentos de peças e acessórios para veículos automotores;
  • Transporte público: segue funcionando com reforço nos ônibus da cidade;
  • Delivery e drive-thru permitido para: estabelecimentos de alimentação e lojas de materiais de construção; demais atividades somente delivery;
  • Restrição de circulação 24h: a recomendação é que apenas pessoas com justificativa saiam de casa, para trabalhar, ir ao médico, mercado e atividades de urgência.

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