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O Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (HMMC), gerenciado por meio de uma parceria entre a Prefeitura Municipal e a Fundação do ABC, firmou um acordo junto ao Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) para o processo de captação de córneas na unidade.
O acordo com o BOS regimenta uma série de atribuições para as partes envolvidas, em geral relacionadas à disponibilização de profissionais habilitados; notificação dos óbitos por morte encefálica; preparação de ambiente adequado para entrevista familiar; garantia de confidencialidade das informações sobre o doador; fornecimento de materiais, medicamentos e equipamentos; preservação, triagem e disponibilização do tecido ocular para a Central Estadual de Transplantes, entre outras obrigações contratuais.
O vínculo não tem custo e possui caráter colaborativo em favor da conscientização sobre a importância de doar órgãos e em benefício aos pacientes que aguardam nas filas de transplante.
“A doação de órgãos e tecidos é um gesto nobre e que salva vidas. Estamos otimistas e muito satisfeitos com essa nova parceria. Esperamos avançar cada vez mais neste objetivo para beneficiarmos mais pacientes com novos recomeços de vida”, disse a diretora-geral do Hospital Municipal de Mogi das Cruzes, Amanda Correa da Cruz
Para que a captação ocorra, há um complexo processo que envolve etapas fundamentais para a realização do procedimento, considerando diversas variáveis, entre elas as contraindicações clínicas.
Conforme critérios definidos para a captação, órgãos como coração, pulmões, fígado, pâncreas e rins devem ser removidos antes da parada cardíaca, ou seja, mediante casos que evoluem para morte encefálica. Considerando o perfil de óbitos ocorridos no HMMC, a unidade não atende aos critérios para este tipo de captação.
No entanto, todo paciente que evolui a óbito com idade entre 2 e 80 anos, em até seis horas após a parada cardiorrespiratória, ou 24 horas — se todo o corpo estiver em câmara refrigerada — configura um potencial doador de tecidos oculares para transplante, não sendo necessário que o paciente esteja em morte encefálica.
O HMMC integra o programa estadual de transplantes desde 2015.
Primeira doação
A primeira captação do HMMC ocorreu a partir da morte encefálica de uma mulher de 57 anos, em novembro do ano passado, com a doação de duas córneas e de um rim. A iniciativa, realizada em parceria com a Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, marcou um avanço significativo na área da saúde da região.
A unidade realiza trabalho contínuo de sensibilização de suas equipes, coordenado pela Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT). O protocolo envolve a abordagem da família pelo médico após a confirmação de morte encefálica, seguida pela atuação da OPO em conjunto com um membro da CIHDOTT.
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