Um evento online realizado pela Prefeitura de Mogi das Cruzes na noite da última quarta-feira (30), com o objetivo de dialogar sobre temas como transgeneralidade, HIV-Aids, mercado de trabalho LGBT e LGBTFobia, sofreu um ataque por meio de mensagens anônimas de cunho racista e homofóbico.
Além de ofender negros e o público LGBTQIA+, as mensagens faziam apologia ao nazismo. Também foram enviadas fotos de Adolf Hitler, líder do movimento ideológico de extrema-direita que pregava a supremacia alemã e exterminou milhões de judeus entre as décadas de 30 e 40.
De acordo com a administração municipal, o objetivo do webinar ‘TransVersal: Orgulhe-se’, que foi realizado mesmo após os ataques, foi falar abertamente sobre questões referentes a gênero, a partir da apresentação de cada um dos temas e de um ciclo de perguntas e respostas. O evento contou com a participação de convidados como Thiago Quinelato, Regina Tavares, Ágatha Rox, Lucas Raniel, Tiffany Brandão, Lilian Wuo, Felipe Ruffino e uma médica infectologista, além da vice-prefeita, Priscilla Yamagami, e da secretária municipal de Cultura, Kelen Chacon.
Após o ocorrido, a Prefeitura repudiou o ataque por meio de uma nota divulgada em seu site: “A Prefeitura de Mogi das Cruzes repudia veementemente a ocorrência registrada durante a realização do webinar TransVersal-Orgulhe-se, na noite dessa quarta-feira (30/06). O caso será levado às autoridades competentes, para apuração e investigação. Os ataques fizeram clara apologia ao nazismo e, além de agredirem frontalmente o público LGBTQIA+, exaltaram a supremacia racial em diversos momentos. A Administração reitera seu posicionamento radicalmente contra qualquer tipo de preconceito e intolerância e segue defendendo a prática do diálogo, da empatia e da aceitação, bem como o princípio do tratamento igualitário”.
O Fórum LGBT de Mogi das Cruzes também divulgou uma nota lamentando o que aconteceu e afirmando que cobrará providências das autoridades para que os responsáveis sejam punidos: “Diante de tal crime de ódio, vimos pela presente nota repudiar esse ataque, manifestando que NÃO irão nos intimidar e continuaremos mobilizados na cidade para o enfrentamento a qualquer tipo de violência contra os direitos humanos. Comunicamos que registramos todo o ocorrido e ingressaremos com denúncia ao Ministério Público, solicitando abertura de inquérito pelos crimes de LGBTfobia, racismo e propaganda do nazismo e cobraremos insistentemente as autoridades competentes para a localização e responsabilização da pessoa ou grupo que cometeu esses crimes”, diz parte da nota.