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MOGI DAS CRUZES

“Estou grávida. E agora?”; veja orientações de especialistas da Santa Casa de Mogi das Cruzes


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A descoberta da gravidez pode ser um misto de alegria e apreensão. Para tranquilizar as futuras mamães, especialistas da Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes dão orientações capazes de garantir uma gestação saudável e um parto perfeito.


Ao suspeitar de que está esperando um bebê, a primeira providência é marcar uma consulta na rede básica de saúde. Em Mogi das Cruzes, os agendamentos são realizados pelo telefone 160. Havendo confirmação da gravidez, começa um processo essencial para a saúde da mamãe e do bebê: o pré-natal.


“Um bom pré-natal começa assim que a gravidez é confirmada. Este acompanhamento médico, durante toda a gestação, é fundamental para assegurar total assistência à paciente e ao bebê. Nesta fase, a gestante passa por exames para acompanhar o desenvolvimento da criança e monitorar sua própria saúde. A assistência previne ou detecta precocemente agravos maternos e fetais, diminuindo riscos para a gestante”, ensina a enfermeira Marcela Machado de Santis, gerente de Enfermagem da Maternidade da Santa Casa. Hipertensão, anemia, infecção urinária e outras doenças transmissíveis pelo sangue de mãe para filho são detectadas e tratadas, evitando complicações, como exemplifica ela.


A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, no mínimo, seis consultas de pré-natal, intercaladas entre médico e enfermeiro. Mensalmente, até a 28ª semana, com intervalo mínimo de quatro semanas entre as consultas. Da 28ª até a 36ª semana, quinzenalmente. Da 36ª até a 41ª semana, semanalmente. No caso de gestação de alto risco, as consultas são sempre com médico. Em Mogi das Cruzes, as pacientes de alto risco são atendidas no Mãe Mogiana, com encaminhamento pelas Unidades Básicas de Saúde.


Gestantes de alto risco, a partir da 36ª semana, passam por consultas semanais e são encaminhadas à Santa Casa de Mogi para realização da cardiotocografia (exame não invasivo que avalia o bem-estar do feto, registrando a frequência cardíaca e as contrações uterinas). “Assim, conseguimos intervir com rapidez caso haja alguma intercorrência”, explica Marcela.

Para a primeira consulta pré-natal, que deve ser realizada até a 12ª semana de gestação, é importante listar todos os medicamentos e substâncias que ingeriu e com que periodicidade de uso. Outro ponto é anotar ainda o início do período menstrual. Neste contato inicial, o profissional de saúde fará perguntas para conhecer a gestante e seu parceiro ou parceira, assim como levantará o histórico de saúde da mulher, da sua família e do pai do bebê, além de  calcular a idade gestacional em que a futura mamãe se encontra, assim como a data provável do parto.

É feito um exame físico minucioso, incluindo a aferição da pressão arterial, coleta do citopatológico (se indicado) e verificação da altura e peso da gestante para acompanhamento ao longo do pré-natal. Também são efetivados os testes rápidos para detecção precoce de HIV, Sífilis e Hepatite B e C. Caso seja identificado algum fator de risco, a gestante será encaminhada para o pré-natal de alto risco. Além disso, recomenda-se, no mínimo, uma consulta para avaliação odontológica durante o pré-natal.

É essencial a gestante levar também sua carteira de vacinação na primeira consulta. O médico vai checar se as vacinas estão em dia e orientar quais devem ser atualizadas. A imunização fortalece o sistema imunológico da gestante e protege a saúde do bebê. Os anticorpos da mulher são transferidos para a criança pela placenta e, após o nascimento, pela amamentação. Dentre as vacinas indicadas para a gestante, está a dTpa, contra difteria, tétano e coqueluche.

Segundo recomendação da OMS, devem ser realizados três exames ultrassonográficos na gestação. No primeiro trimestre de gravidez, entre 11 e 14 semanas; no segundo trimestre, entre 20 e 24 semanas; e no terceiro trimestre, entre 32 e 36 semanas.

O Parto

Toda gestante tem direito a um acompanhante no pré-parto, durante o parto e pós-parto, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Única maternidade pública de Mogi das Cruzes e referência em alto risco, a Santa Casa de Mogi se prepara para ganhar quatro novas acomodações na UTI Neonatal, ampliando sua capacidade total de 188 para 192 leitos. São dez leitos de UTI Neonatal (nove deles para atender SUS). Os pacientes já usufruem dos três novos leitos PPP (pré, parto e pós-parto), assim como de dois outros da modalidade Canguru (em que a mãe tem o conforto de repousar ao lado do seu bebê). O hospital realiza cerca de 350 partos a cada mês. Cerca de 85% dos atendimentos feitos pela filantrópica são de pacientes da saúde pública. Seis em cada dez internações hospitalares da Cidade são feitas pela Santa Casa, uma instituição privada e sem fins lucrativos, que presta serviços a entes públicos, atendendo pacientes do Alto Tietê.

“Reforço que cada gestação é única, e o diálogo com a equipe de saúde é essencial. Recomendo consultas regulares, alimentação equilibrada, prática de exercícios leves (com liberação médica), realização dos exames pré-natais, e atenção à saúde mental. Também sugiro que a gestante compartilhe suas expectativas e preocupações, para que as decisões respeitem suas preferências e necessidades”, ensina o médico ginecologista e obstetra Gilberto Lozano, coordenador da Maternidade da Santa Casa.

A escolha entre parto natural e cesárea é uma decisão que, segundo Lozano, começa com um diálogo franco entre a gestante e a equipe médica. “É fundamental entender o que é importante para ela, seja a recuperação mais rápida do parto normal, a preferência por evitar a dor do trabalho de parto, ou até preocupações com a cicatriz da cesárea”, pondera, acrescentando que, além das preferências, são avaliados fatores clínicos, como a saúde da mãe e do bebê, histórico médico e condições do parto. “A prioridade é garantir segurança e bem-estar para ambos”, destaca.

Na Maternidade da Santa Casa, pontua Marcela, “todas as decisões sobre o parto são tomadas de maneira conjunta, com informações claras, acolhimento e apoio da nossa equipe especializada, porque fazemos valer o desejo da parturiente: é um momento da mãe e merece ser único!”.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) orienta que médico e paciente discutam de forma exaustiva sobre benefícios e riscos tanto do parto vaginal quanto da cesariana, bem como sobre o direito de escolha da via de parto. No Parto Normal, a recuperação é mais rápida e há menor risco de complicações em gestações futuras. A Cesárea (Parto Cirúrgico) é indicada em situações específicas, quando há necessidade médica, deve ser planejada em comum acordo com a gestante e a equipe de saúde e é permitida a partir da 39ª semana de gestação.

Sempre que possível, a posição do parto deve respeitar as preferências da gestante. “Muitas mulheres se sentem mais confortáveis em posições como de cócoras, lateral ou semissentada, mas a escolha final também depende da evolução do trabalho de parto e da infraestrutura disponível”, observa o médico.

A Santa Casa dispõe de cama obstétrica. É versátil e pode ser ajustada para atender às necessidades de cada fase do parto. Facilita tanto o parto normal quanto a cesárea, garantindo conforto e segurança para a gestante e a equipe médica. O equipamento está associado a um berço com dispositivos eletrônicos para monitorar as funções básicas do bebê assim que ele nasce, como temperatura, batimentos cardíacos e pressão arterial.

O parto normal é preferido pelas gestantes, na maioria dos casos, segundo Lozano. “Mas cada decisão é individualizada e baseada em diálogo e avaliação técnica. Sempre priorizo o que for mais seguro e confortável para a mãe e o bebê”, assinala o médico.

Caso a cesárea seja necessária, o obstetra realiza o procedimento com rigor técnico. De acordo com o coordenador da Maternidade da Santa Casa, ocorre a aplicação de anestesia apropriada (geralmente peridural ou raquidiana), assepsia minuciosa da região abdominal e técnicas que minimizem cicatrizes e riscos de complicações. Ele observa que a gestante também é orientada sobre os cuidados pós-operatórios.

O parto humanizado é a regra máxima na Santa Casa de Mogi. Ele se consolida quando a mulher não sofre qualquer tipo de violência, as intervenções ocorrem somente quando necessárias e a mulher participa das decisões em parceria com os profissionais que a assistem.

Hora Ouro

É a primeira hora da mãe com seu recém-nascido, quando ocorre o contato pele a pele. A Hora Ouro promove a continuação do vínculo que começou na gestação e ajuda o bebê nesta transição do útero para o mundo. Auxilia também na contração do útero, resultando em menos sangue após o parto e, consequentemente, menor risco de anemia. Além disso, estimula o aleitamento materno e previne a hipotermia no bebê. A Santa Casa de Mogi foi o primeiro hospital do Alto Tietê a implantar a Hora Ouro. 

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