O Notícias de Mogi prossegue, neste sábado (7), com a série de entrevistas com os candidatos a prefeito nas Eleições Mogi das Cruzes 2020, com o objetivo de esclarecer propostas apresentadas nos planos de governo e trazer respostas a outras questões inerentes à candidatura de cada um.
Hoje é a vez de Fred Costa, candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT) que nasceu em Mogi das Cruzes, tem 43 anos de idade, é advogado e filho do ex-prefeito Waldemar Costa Filho. É a primeira vez que Fred tenta o cargo de chefe do executivo municipal.
A candidata a vice de Fred Costa é a coach financeira Suely Fulco (PDT), de 43 anos, que tem experiência na área de gestão hospitalar e já atuou em uma ONG e na AACD da capital.
Confira abaixo a entrevista que Fred Costa concedeu ao Notícias de Mogi:
Notícias de Mogi – Em diversos segmentos do seu plano de governo, o senhor fala sobre a importância de discutir as propostas com a população e aferir a opinião pública antes da tomada de certas decisões. Que mecanismos serão utilizados para manter este canal de comunicação e debate com os cidadãos?
Fred Costa – É impossível fazer inclusão sem entender as necessidades e anseios da população. Portanto, instituiremos o Conselho de Desenvolvimento Mogiano – CODEMO, como instrumento consultivo integrante do gabinete do prefeito, com participação de entidades representativas e de populares eleitos de forma direta. Além do gabinete aberto para receber os reclamos de todos.
NM – O senhor afirma que pretende reduzir as filas de consultas e exames por meio de parcerias com o Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde e entidades privadas. Poderia explicar como isto seria realizado?
FC – As filas de espera de consultas com médicos especialistas são imensas e precisam acabar. Solicitaremos ajuda dos governos Federal e Estadual para diminuir essa demanda e, se necessário, realizaremos convênios com a iniciativa privada para colocar fim às filas. Governar é ter prioridades e a nossa será o povo. As acusações do Ministério Público apontam corrupção na atual gestão – até mesmo na Secretaria da Saúde, com desvio de mais de um milhão de reais segundo os promotores. Na nossa gestão dinheiro público servirá o povo, inclusive para acabar com as filas de espera de consultas, pois não permitiremos corrupção.
NM – Seu plano de governo aborda a necessidade de “ampliar a descentralização da gestão municipal da educação” e “reforçar cada vez mais a gestão democrática compartilhada nas unidades”. Como funcionaria essa gestão democrática com menor participação da administração municipal nas escolas?
FC – Não se trata de diminuir a participação da administração, mas de abrir caminhos para a compreensão de determinadas particularidades de cada unidade, bairro e distrito para melhor atender a demandas que variam de um local a outro, seja por carência de acesso à Saúde, à locomoção, pelo índice de violência, tráfico de drogas, enfim – qualquer vulnerabilidade social local. Informações personalizadas permitirão políticas intersecretariais e direcionadas, pois são vários os fatores que influenciam no desenvolvimento biopsicossocial dos alunos. A coleta destes dados se dará por meio de reuniões e questionários com os representantes e profissionais de cada unidade, que convivem no dia a dia com os alunos e podem colaborar com o direcionamento das políticas educacionais. O desenvolvimento integral do aluno vai além da educação e só uma gestão democrática e descentralizada é capaz de alcançá-la.
NM – Na área da cultura, o senhor apresentou alguns projetos inovadores, como a ‘Virada Cultural Mogiana’, o ‘Cine na Praça’ e o ‘Espetáculo para Todos’. Poderia fornecer mais detalhes sobre cada um deles?
FC – A Virada Cultural Mogiana será abrangente e estará presente nos bairros, onde se encontra grande parcela da população. A descentralização de que tanto falo visa a valorização dos distritos, visando fornecer educação, saúde, segurança, emprego e também cultura a todos os moradores da cidade. Trata-se de ampliar o projeto para alcançar áreas mais vulneráveis, pois a cultura é um valioso instrumento de inclusão social, afastamento da criminalidade e desenvolvimento econômico. O “Cine na Praça” e o “Espetáculo para Todos” têm o mesmo viés. São projetos itinerantes que, dentro de todo um planejamento intersecretarial de desenvolvimento socioeconômico, buscam alcançar e incluir principalmente a periferia.
NM – Sua principal bandeira é a luta pela justiça social, em defesa dos menos favorecidos. O que pode fazer essas pessoas acreditarem que estariam amparadas em um possível governo Fred Costa a partir de 2021?
FC – É, de fato, uma praxe de campanha prometer um olhar para a justiça social. Por isso, ao analisar as propostas, é primordial que o eleitor se atente ao histórico do candidato. Se ele apoiou ou se manteve omisso perante as mais diversas lutas, se acabou por se omitir perante o pedido de cassação dos vereadores envolvidos no escândalo da Saúde e do SEMAE, se defendeu políticas elitistas e genocidas, é bastante improvável que passe a trabalhar agora pela justiça social. Quanto a mim, minha trajetória não deixa mentir. Desde os 22 anos advogando em defesa das minorias e dos menos favorecidos, fui membro da Comissão de Direitos Humanos e presidente da Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência, da OAB, um dos fundadores e colaboradores do Fórum Mogiano LGBT e, atualmente, além de advogado, me dedico à educação, como professor, e sou diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza. Esta sempre foi e será a minha bandeira.
NM – Que lições e ensinamentos passados pelo seu pai, o ex-prefeito de Mogi das Cruzes Waldemar Costa Filho, o senhor pretende levar ao seu mandato caso seja eleito?
FC – Meu pai era conhecido pelo seu gênio forte, mas também pela retidão, até hoje inabalada, e pelo desenvolvimentismo. Ninguém trouxe mais desenvolvimento que ele para a cidade. Me refiro a toda a cidade, e não apenas a uma fração, como os sucessores. Foi um homem de palavra e ação. Isso ele me deixou de herança. É como dizem: Palavras inspiram, mas exemplos arrastam. Se ele prometia, ele cumpria. A competência e o senso de justiça social para administrar e desenvolver Mogi vieram da minha experiência, profissional e de vida, afinal nem tudo se pode herdar. Mas tenho comigo que parte da minha obstinação, devo a ele.
Todos os candidatos foram convidados, simultaneamente, a participar das entrevistas e elas estão sendo publicadas de acordo com a ordem de envio das respostas