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MOGI DAS CRUZES

Entrevista: diretor da Santa Casa de Mogi esclarece superlotação na maternidade


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Na última quarta-feira (8), a Santa Casa de Mogi das Cruzes anunciou a suspensão do atendimento da maternidade devido ao agravamento do quadro de superlotação e a constatação de que o serviço encontra-se com sua capacidade ocupacional, física e operacional esgotadas.


Após publicação da informação pelo Notícias de Mogi, muitas mulheres, inclusive gestantes, passaram a enviar questionamentos a fim de saber o que deveria ser feito por quem precisasse do atendimento da maternidade.


Com o objetivo de esclarecer esta e outras dúvidas, nossa reportagem procurou o diretor técnico da Santa Casa, Ricardo Bastos, que nos concedeu a seguinte entrevista:


Notícias de Mogi – Em números, qual é a atual situação da Maternidade da Santa Casa? A que o Sr. atribui a superlotação?


Ricardo Bastos – Melhoramos os números de ontem para hoje. Ontem, tínhamos 42 bebês para 25 vagas. Agora, temos 34 bebês para 25 vagas. Então, de ontem para hoje, já tivemos uma boa melhora.

Atribuo a superlotação a vários motivos. O primeiro, é que a Santa Casa é o hospital referência entre os municípios de Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e Salesópolis. Também é referência em maternidade de alto risco para o Alto Tietê. Então, se fazem necessárias várias medidas para o atendimento desta superlotação. Uma das medidas é a reforma da maternidade para que se abra novos leitos. A outra medida é a construção do Hospital Maternidade em Braz Cubas. A reforma da maternidade da Santa Casa se iniciará ainda neste semestre. Já a obra da maternidade pública de Braz Cubas já foi iniciada e tem estimativa de entrega em três anos.

NM – O que costuma gerar reclamações de alguns mogianos é o fato de a Santa Casa receber pessoas de outras cidades. Qual é a porcentagem média de mogianas atendidas pela Maternidade? O Sr. acredita que, se atendesse somente mogianas, daria conta da demanda?

RB – Embora a Santa Casa receba pacientes de outros municípios, a porcentagem média de mogianas atendidas é de 85% a 90%. Não acredito que a demanda melhoria se atendesse somente mogianas, pois a demanda de Mogi das Cruzes já é muito grande.

NM – Nas redes sociais, ao saberem da suspensão do atendimento da Maternidade da Santa Casa, muitas pessoas passaram a questionar qual é o destino da verba repassada à entidade pelo Hipercap. De que forma esta ajuda contribui com a Santa Casa?

RB – O Hipercap é muito importante. É uma fonte de renda importante que é usada para compra de medicamentos, alimentação, material, pagamentos de pessoal, manutenção de equipamentos e aluguel de equipamentos – pois com a demanda, às vezes é necessária locação destes equipamentos.

NM – Em nota publicada para anunciar a suspensão no atendimento, a Santa Casa recomenda que gestantes busquem outras unidades de referência e procurem a entidade somente em caso de urgência. Neste contexto, uma gestante que chega entrando em parto é considerado um caso urgente?

RB – Sim, toda gestante que procura atendimento na Santa Casa está sendo atendida. É feito o primeiro atendimento e, logo depois, é realizada uma triagem e, em caso, por exemplo, de trabalho de parto, são encaminhadas para internação e assistidas. Apenas damos direcionamento para casos em que a Santa Casa tem dificuldade no atendimento, como, por exemplo, casos de gestantes que chegam em trabalho de parto com bebê prematuro. Aí damos direcionamento para outros hospitais, mas disponibilizamos a ambulância com toda a assistência necessária e atendimento.

NM – Há alguma previsão para a retomada dos atendimentos na Maternidade?

RB – Não temos previsão. Ontem, fizemos um plano de contingência para tentar uma resolução em 48 horas. Na sexta-feira (10), haverá uma reunião para reavaliar a situação e, na parte da tarde, provavelmente já teremos alguma posição.

Gostaríamos de orientar as gestantes de Mogi das Cruzes que procurem a Santa Casa quando estiverem em trabalho de parto, pois a Santa Casa continua prestando atendimento, e que as gestantes de outros municípios procurem, de preferência, atendimento nos hospitais de seus respectivos municípios.

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