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Eleições 2022: confira entrevista com Carol Vigliar, candidata ao Governo de SP pela UP


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Notícias de Mogi prossegue, neste sábado (3), com a série especial de entrevistas com os candidatos a governador do Estado de São Paulo nas Eleições 2022, com o objetivo de conhecer melhor suas propostas de governo para a cidade de Mogi das Cruzes e a região do Alto Tietê.


Hoje é a vez da candidata Carol Vigliar, da Unidade Popular (UP), que tem Rafaela Carvalho como vice.


Vigliar tem 40 anos e atuou no Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), além de ser fundadora do Movimento de Mulheres Olga Benário. Ela nasceu em São Paulo e atualmente mora em Diadema.


A candidata disse ser a favor da retomada do pronto-socorro do Hospital Luzia de Pinho Melo e da realização de novos concursos públicos na área da saúde. Para combater o aumento da criminalidade, ela defendeu uma política emergencial de geração de trabalho e renda. Segundo Vigliar, a solução para o fim das ocupações é uma profunda reforma urbana, com provisão habitacional, garantia de saneamento básico, transporte, segurança e acesso aos equipamentos públicos. Ela defendeu, ainda, a reestatização de todo o serviço de transporte público e a revisão de todos os pedágios do estado.


Confira a seguir a entrevista que Carol Vigliar concedeu ao Notícias de Mogi:

Notícias de Mogi – Desde o fechamento do pronto-socorro do Hospital Estadual Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, em fevereiro de 2021, houve uma sobrecarga no sistema de saúde municipal, principalmente no PS da Santa Casa de Misericórdia. Qual a sua proposta para ampliar o atendimento da saúde na região?

Carol Vigliar – A primeira ação é retomar o atendimento do Pronto-socorro Estadual. Uma estrutura daquele tamanho não pode ficar apenas com consultas eletivas e PS de acidentes.
Devido ao aumento da demanda, a Santa Casa de Mogi ameaça não renovar contrato com a prefeitura, portanto a chance de colapso no atendimento emergencial na região é grande, uma vez que os moradores das cidades do entorno também utilizam os serviços de saúde da cidade.
Outra política importante é o investimento na saúde preventiva com a ampliação das equipes de saúde da família com profissionais multidisciplinares e concursados.
Realizar concursos públicos já no primeiro ano de governo para recompor o quadro de funcionários e reverter o processo de terceirização na saúde serão prioridades.

NM – Os mogianos têm acompanhado, nos últimos meses, o aumento no número de casos de furto e roubos, principalmente na área comercial localizada no centro da cidade. Como a segurança, em maior parte, é de responsabilidade do Estado, quais são suas propostas para reforçar a segurança no Alto Tietê? Acredita que há viabilidade para abertura de um BAEP (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) na região?

CV – Mogi já foi uma cidade mais segura, mas a crise econômica que assola o país, fruto de um governo desastroso que prioriza o enriquecimento pessoal e de seus aliados, tem seus reflexos no aumento da violência e de furtos em todo o país.
A violência aumenta na mesma medida que aumenta a fome e a miséria. Portanto precisamos de uma política emergencial de geração de trabalho e renda. O Estado de São Paulo, o mais rico do país, tem todas as condições de atacar de frente esse problema, com frentes de trabalhos emergenciais para realização de obras de infraestrutura, aumento do salário mínimo estadual, distribuição de auxílio emergencial e investimento em setores sociais.
Nós não defendemos o aumento do aparato policial como uma alternativa de combate aos pequenos furtos e violência, pelo contrário, defendemos a desmilitarização da polícia militar e sua inclusão no quadro da Polícia Civil. Defendemos uma polícia que defenda a vida, que seja preventiva e comunitária.

NM – Além de ter que dar apoio à Polícia Militar no combate à criminalidade, a Guarda Municipal de Mogi das Cruzes teve que atuar, nos últimos dois anos, em diversos casos de invasão de propriedades no município. Quais são seus projetos para a região na área da Habitação e Moradia?

CV – As Guardas Municipais não devem dar apoio à Polícia Militar, seu papel é de proteção ao patrimônio público e proteção da população nos espaços públicos.
As ocupações que vêm ocorrendo na região são consequência do empobrecimento dos trabalhadores que perderam seus empregos e tiveram sua renda reduzida a valores que impossibilitam continuarem a pagar aluguel.
Ocupar áreas ociosas e abandonadas ou subutilizadas não é crime, pelo contrário. É dar vida a espaços que não estavam cumprindo função para a sociedade mogiana.
Esses terrenos abandonados que acabam virando ponto de venda de drogas, concentração de lixo e entulho deveriam, na verdade, serem destinados à construção de moradias para quem não consegue pagar uma.
A solução para o fim das ocupações é uma profunda reforma urbana, ou seja, provisão habitacional, garantia de saneamento básico, transporte, segurança e acesso aos equipamentos públicos. Este é nosso compromisso com a habitação do povo de São Paulo.
Em nosso plano de governo está previsto o mapeamento de áreas particulares abandonadas e com dívidas, a fiscalização da aplicação da Lei do IPTU Progressivo e a desapropriação destas propriedades e sua destinação à moradia popular. Principalmente nas áreas de ZEIS, onde a lei atual garante a provisão de moradias.
Podemos zerar o déficit habitacional do Estado de São Paulo se colocarmos o atendimento às necessidades do trabalhador no centro de sua política. É exatamente isso que propomos fazer.  

NM – No ano passado, depois de uma grande mobilização que envolveu políticos e representantes de diversos setores da sociedade de Mogi das Cruzes, a Artesp anunciou o cancelamento do edital do “Lote Litoral Paulista”, que previa um pedágio na Rodovia Mogi-Dutra. A suspensão do projeto foi considerada uma grande vitória da população mogiana. Caso ganhe as eleições, há possibilidade de a região receber um pedágio?

CV – Estando no governo, iremos rever todos os contratos de concessão das rodovias do Estado. Os pedágios se tornaram uma forma fácil de enriquecimento dos donos das empresas concessionárias. Defendemos o retorno das rodovias ao controle do Estado, a revisão de todos os pedágios e a não construção de mais nenhum.

NM – Milhares de mogianos utilizam os trens da CPTM todos os dias para ir trabalhar na capital ou em outras cidades do Alto Tietê e são recorrentes reclamações com as atuais condições das estações da CPTM na cidade, principalmente as de Braz Cubas e Jundiapeba. Quais são seus projetos para melhorar o serviço prestado pela CPTM? Há viabilidade para ampliação da Linha 11-Coral em Mogi das Cruzes, com mais uma estação no distrito de Cezar de Souza?

CV – O atual governo do Estado é privatista, portanto o sucateamento dos serviços públicos, incluindo o transporte, é uma estratégia para justificar as privatizações, sob o argumento de que a iniciativa privada tem mais competência que o Estado.
Nós da Unidade Popular, defendemos a reestatização de todo serviço de transporte, modernização e ampliação na malha metroferroviária, tudo isso com muita transparência e fiscalização popular. Por isso, não só é possível ampliar a rede até Cezar de Souza, como ir além.

NM – Qual sua opinião a respeito do voto eletrônico? Acredita que as urnas são seguras da forma como são utilizadas atualmente?

CV – Acreditamos que o menor problema das eleições no Brasil são as urnas eletrônicas. Esta tecnologia talvez seja a parte mais democrática e avançada do processo eleitoral.
A verdadeira falta de democracia está na desigualdade de acesso ao tempo de TV, aos debates e às mídias, além da tremenda disparidade na distribuição dos fundos partidários e eleitorais. Estes são os problemas das eleições no Brasil, problemas que tornam as eleições antidemocráticas.
A verdade é que os que criticam as urnas eletrônicas, fazem isso porque querem a volta do voto de cabresto e, se possível, não realizar as eleições para que possam governar sem o povo.
Nós acreditamos no contrário. Acreditamos que as urnas precisam ser usadas mais vezes. As eleições devem ocorrer a cada dois anos, porém a população precisa ser consultada mais vezes sobre os assuntos que nos competem. Precisamos de uma democracia participativa com a realização de plebiscitos populares e referendos revogatórios para que o povo governe esse país e o estado de São Paulo. Iniciando por um referendo revogatório da EC 95 do Teto de Gastos e das reformas trabalhista e da previdência.
É nessa democracia que acreditamos.

Todos os candidatos foram convidados, simultaneamente, a participar das entrevistas e elas estão sendo publicadas de acordo com a ordem de envio das respostas

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