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MOGI DAS CRUZES

Médica infectologista tira dúvidas sobre o surto de sarampo em Mogi das Cruzes



Nas últimas semanas, Mogi das Cruzes foi incluída na lista de cidades onde foi decretado surto ativo de sarampo, com nove casos confirmados. Por isto, a Secretaria de Saúde vem realizando diversas medidas na tentativa de frear o avanço da doença.



Foi iniciada, por exemplo, a vacinação em bebês de 6 a 12 meses, conforme recomendação do Ministério da Saúde. Além disso, estão sendo realizadas varreduras de vacinação nos bairros onde já foram confirmados casos de sarampo: Mogilar, Botujuru, Vila Oliveira, Alto Ipiranga, Jardim Planalto, Biritiba Ussú, Vila Natal e Vila Lavínia.



Mogi das Cruzes recebeu 54 notificações suspeitas até o momento, das quais nove foram confirmadas, cinco foram descartadas e 40 aguardam resultados de exames.



Mesmo com as ações de contenção realizadas pelo município, os cidadãos também podem tomar alguns cuidados para evitar que a doença se espalhe ainda mais, é o que indica a Dra. Mariana Martins dos Santos Leal, médica infectologista do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (CEJAM).



Em entrevista ao Notícias de Mogi, a médica explicou como viver em segurança em uma cidade onde foi decretado surto ativo de sarampo. Confira:

Notícias de Mogi – O que explica esse surto de sarampo que tem avançado principalmente no Estado de São Paulo?

Dra. Mariana Martins – O surto de sarampo tem avançado devido à fácil transmissão por contato de secreções nasofaríngeas de pessoas contaminadas (tosse, espirro, fala), que facilita a disseminação do vírus em locais mais populosos. O vírus tem avançado sobretudo no estado de São Paulo porque esse é o estado mais populoso do país.

NM – Quem está mais propenso a contrair o vírus e por quê?

MM – Estão mais propensos a contrair o vírus as crianças e os adolescentes que não receberam a vacina contra o sarampo, por não terem anticorpos contra a doença. Sendo assim, é fundamental a vacinação das crianças, sobretudo as menores de 5 anos, por ser a população mais sujeita às complicações da enfermidade.

NM – Quando chegou ao sétimo caso de sarampo, Mogi das Cruzes já entrou na lista de cidades onde foi detectado surto ativo da doença. Saberia dizer que critérios o Ministério da Saúde leva em consideração nessa análise?

MM – O vírus do sarampo havia sido eliminado da circulação no país nos anos 2000. Então, independentemente do local, um único caso confirmado já pode ser considerado surto no país.

NM – Que cuidados deve tomar uma pessoa que reside em uma cidade onde foi decretado surto de sarampo?

MM – Uma pessoa que reside em uma cidade onde foi decretado surto de sarampo deve evitar locais fechados, onde há pouca circulação de ar ou com aglomerações de pessoas. Além disso, é fundamental estar com a vacina em dia.

NM – Em Mogi, foram registrados casos nos bairros do Mogilar, Botujuru, Vila Oliveira, Alto Ipiranga, Jardim Planalto, Biritiba Ussú, Vila Natal e Vila Lavínia. Isso significa que pessoas que moram ou trabalham nessas regiões têm mais chances de contraírem o vírus?

MM – Sim. Por essa razão, a Secretaria da Saúde está realizando a vacinação na região, conforme orientação do Ministério da Saúde. A transmissão é muito fácil de ocorrer pelo contato com secreções respiratórias de pessoas contaminadas, sendo maior a transmissão no período prodrômico, que é o período que sucede o período de incubação da doença, quando não manifestação específica dos sintomas.

NM – Como o sarampo age em nosso organismo e por que pode matar?

MM – O vírus do sarampo age provocando uma vasculite generalizada e é por essa razão que há a formação dos exantemas, que são as manchas vermelhas na pele. A doença pode matar devido as complicações que podem surgir a partir dela. Um exemplo dessas complicações é a pneumonia, que foi a principal causa de morte em crianças menores de 5 anos durante a década de 1970.

Onde tomar a vacina do sarampo em Mogi das Cruzes

A vacina contra o sarampo está disponível em todos os postos de saúde de Mogi das Cruzes. Conhecida como tríplice viral, a vacina está prevista no Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, e é aplicada aos 12 meses de idade, oferecendo imunização também contra rubéola e caxumba. O reforço da dose precisa ser feito aos 15 meses.

Em caso de dúvida, entre em contato com a Vigilância Epidemiológica pelo telefone 4798-6768.

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