O Governo de SP lançou, nesta segunda-feira (7), o Plano Estadual de Imunização contra o coronavírus (Covid-19). A campanha de vacinação começará no dia 25 de janeiro, com prioridade para profissionais de saúde, pessoas com 60 anos ou mais e grupos indígenas e quilombolas na primeira etapa. São Paulo também anunciou vai disponibilizar 4 milhões de doses da vacina do Instituto Butantan para outros estados.
Serão feitas duas aplicações por pessoa, com intervalo de 21 dias entre a primeira e a segunda dose. A previsão é que 9 milhões de pessoas sejam imunizadas na primeira etapa, com a aplicação de 18 milhões de doses. A campanha será coordenada pela Secretaria de Estado da Saúde e implementada em parceria com as 645 prefeituras de São Paulo.
O Governo do Estado afirmou que vai propor aos municípios a adoção de normas especiais para vacinação em farmácias, quartéis da Polícia Militar, escolas, terminais de ônibus e postos volantes em sistema drive-thru. O objetivo é garantir a segurança da população e evitar aglomerações nos locais de imunização.
A estimativa do governo é que o esquema de logística e segurança pública para o Plano Estadual de Imunização envolva cerca de 79 mil profissionais, com 54 mil trabalhadores do setor de saúde e 25 mil agentes de segurança, entre policiais militares e guardas civis municipais.
“A vacina será gratuita para todos no sistema público de saúde do estado de São Paulo”, disse o governador João Doria. “Não estamos virando as costas para o Plano Nacional de Imunizações, mas precisamos ser mais ágeis e, por isso, estamos nos antecipando. Somos todos a favor da vida e de todas as vacinas”, acrescentou ele.
O público-alvo prioritário abrange trabalhadores na linha de frente de combate à Covid-19, indígenas e quilombolas e também a faixa etária com maior índice de letalidade por Covid-19 – 77% das mortes provocadas pelo coronavírus até agora são de pessoas com mais de 60 anos.
Até o fim de março, o Governo de São Paulo estima que quase 20% dos 46 milhões de habitantes do estado estejam imunizados com duas doses da CoronaVac.
Vale lembrar que a disponibilização da vacina à população só pode ser feita após a comprovação de sua eficácia, o que tem chances de acontecer após a conclusão da terceira fase dos estudos clínicos – prevista para a próxima semana – e posterior aprovação e registro por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Cronograma de vacinação (Coronavac)
Dose 1
- 25/01 Profissionais da Saúde, indígenas e quilombolas
- 08/02 Pessoas com 75 anos ou mais
- 15/02 Pessoas com 70 a 74 anos
- 22/02 Pessoas com 65 a 69 anos
- 01/03 Pessoas com 60 a 64 anos
Dose 2
- 15/02 Profissionais da Saúde, indígenas e quilombolas
- 01/03 Pessoas com 75 anos ou mais
- 08/03 Pessoas com 70 a 74 anos
- 15/03 Pessoas com 65 a 69 anos
- 22/03 Pessoas com 60 a 64 anos
Sobre a CoronaVac
A CoronaVac é desenvolvida em parceria internacional entre o Instituto Butantan e a biofarmacêutica Sinovac Biotech.
Estudos clínicos divulgados pelo governo estadual demonstraram que 94,7% dos voluntários não tiveram evento adverso. Dos que apresentaram alguma reação, 99,7% relataram sintomas de baixa gravidade, como dor no local da injeção e dor de cabeça leve. Um artigo publicado na revista científica The Lancet apontou que a vacina do Butantan produziu resposta imune em 97% dos participantes dos estudos.