Comerciantes de Mogi das Cruzes realizaram uma carreata nesta quinta-feira (28) para protestar contra as restrições impostas pelo Plano São Paulo, programa do Governo de SP que define os níveis de quarentena nas diversas regiões do estado.
A manifestação que teve como lema, “Essa conta não é nossa”, começou na Avenida Cívica, no Mogilar e percorreu as principais ruas da cidade. Ela contou com o apoio de associações que representam o comércio na cidade, como a ACMC (Associação Comercial de Mogi das Cruzes) e Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes).
A presidente da ACMC, Fádua Sleiman, disse que a entidade tem consciência sobre a evolução da pandemia registrada nas últimas semanas e da preocupação que a situação gera, mas afirma que o comércio não pode ser responsabilizado. Segundo ela, as empresas têm adotado todas as medidas sanitárias para garantir segurança em seus estabelecimentos, tanto aos colaboradores quanto aos clientes.
A entidade entende que há discriminação sobre alguns segmentos do comércio, enquanto outros podem atuar normalmente. “A ACMC vem questionar o governo estadual porque alguns segmentos, como restaurantes, bares, hotéis, cursos livres, salões de beleza, teatro e cinema, além de outros setores, não podem trabalhar normalmente. Esta situação cria uma concorrência desleal e injusta, que afeta o varejo”, diz Fádua.
De acordo com presidente da ACMC, com a carreata, os comerciantes buscam sensibilizar o governo estadual sobre os impactos que as medidas trazem ao comércio. “Espero que o governo tenha bom senso para dialogar com as cadeias produtivas. Se não, corremos o risco de haver o colapso na economia”, afirma ela, lembrando que o comércio foi uma das áreas mais afetadas pela pandemia e que diversas lojas encerram as atividades ou foram impactadas negativamente.
Com a fase vermelha do Plano São Paulo, bares, restaurante, lojas de ruas e shoppings, além de academias e salões de beleza, precisam encerrar as atividades às 20 horas. Já aos fins de semana, apenas os serviços essenciais, ou seja, supermercados, farmácias, postas de combustíveis e oficinas mecânicas, podem abrir às portas. Nestes dias, bares e restaurante só podem atuar com delivery.
Apoio do prefeito
O prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha, utilizou as redes sociais para fazer uma publicação apoiando a manifestação. Ele também divulgou fotos conversando com comerciantes em frente à Prefeitura.
“Desde o início da pandemia eu venho propondo soluções inteligentes para o Governo do Estado e pedindo para que não diminua o horário de funcionamento do comércio, pois isso gera mais fluxo de pessoas frequentando os mesmos lugares nos mesmos horários. É incoerente achar que essa medida seja eficaz”, afirmou Caio Cunha.
Segundo o prefeito, todas as tentativas de manter os estabelecimentos noturnos abertos foram barradas pelo Estado “por conta da questão da saúde pública”.
Caio Cunha termina a publicação fazendo um apelo para que os mogianos continuem seguindo os protocolos de saúde contra a Covid-19. “Já intensificamos a fiscalização e estamos promovendo protocolos cada vez mais rígidos, mas dependemos de que as pessoas entendam a seriedade da crescente da Covid-19 em Mogi das Cruzes e não gere aglomerações”, acrescenta ele.
No último dia 22, Caio Cunha já havia afirmado em uma live que aplicaria as novas restrições do Plano SP em Mogi das Cruzes contra a sua vontade. De acordo com o prefeito, se ele não cumprir com as orientações do governo estadual pode sofrer uma ação de improbidade administrativa.
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