As cidades da região do Alto Tietê começarão a usar o plasma, um dos componentes do sangue, de pessoas que já tiveram Covid-19 para ajudar no tratamento de pacientes em estágio inicial da doença. As informações foram divulgadas pelo Condemat (
A iniciativa, inédita na Região Metropolitana de São Paulo, já é aplicada nas cidades de Araraquara e Santos, com resultados positivos principalmente na redução das taxas de internação em UTI, onde ficam pacientes com sintomas mais graves de Covid-19.
Com a efetivação da parceria, o Instituto Butantan irá auxiliar os municípios na gestão da logística para coleta, armazenagem, distribuição e utilização do plasma convalescente. Após isso, a intenção é que os municípios se tornem autossuficientes e passem a receber doação de plasma por meio dos hemocentros existentes na Região, informou o Condemat.
O plasma, que é a parte líquida do sangue, é retirado de voluntários já curados da Covid-19 e aplicado no paciente infectado. Os anticorpos presentes no plasma auxiliam o organismo infectado a se defender da doença, até que o organismo afetado tenha tempo de reagir e montar a sua resposta imune e, com isso, evitar complicações da doença.
O presidente do Condemat, Rodrigo Ashiuchi, falou sobre os benefícios que a parceria pode trazer no enfrentamento da doença na região. “É uma parceria inédita e muito promissora na nossa luta contra o coronavírus. Temos todo o respaldo e segurança do Instituto Butantan e da Sociedade Brasileira de Hematologia para utilizarmos mais esta medida para salvar vidas”, disse.
De acordo com a coordenadora da Câmara Técnica de Saúde, Adriana Martins, o tratamento é mais uma alternativa no combate à doença. “Diante do cenário atual, com os índices da doença em alta e o sistema de saúde sobrecarregado, esta é uma alternativa terapêutica para que o paciente, ainda no início de sintomas, não tenha o quadro agravado e não necessite de atendimento hospitalar”, disse.
A coordenadora reforçou ainda que a transfusão do plasma convalescente não substitui outros tratamentos. “Esta alternativa não substitui a vacina e demais recomendações médicas e sanitárias, mas vem como uma nova possibilidade já com resultados positivos”, completou.
De acordo com os critérios técnicos, o tratamento é indicado para pacientes idosos que têm a partir de 60 anos de idade e com comorbidades (diabetes mellitus, hipertensão arterial, coronariopatia e obesidade). A condição essencial é que o paciente esteja entre o primeiro e o terceiro dia de sintomas.
A partir da efetivação da parceria com o Butantan, o Condemat entra agora na fase de implantação do uso da terapia alternativa, com a estruturação do modelo de funcionamento, identificação das cidades que terão a iniciativa e a interligação das redes de banco de sangue. A expectativa é de que em poucos dias o Alto Tietê tenha as primeiras cidades já em uso da terapia do plasma convalescente.