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MOGI DAS CRUZES

Ciclistas de Mogi pedem mais segurança no trânsito em audiência pública na Câmara


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Em uma audiência pública realizada na Câmara de Mogi das Cruzes na noite da última quarta-feira (25), ciclistas reivindicaram medidas que garantam mais segurança no trânsito a quem anda de bicicleta na cidade.


A audiência foi promovida pela Comissão Permanente de Transporte e Segurança Pública da Câmara Municipal e contou com a participação da secretária municipal de mobilidade urbana, Cristiane Ayres; do presidente da Comissão de Transporte, vereador Iduigues Martins (PT); do promotor de Justiça do Meio Ambiente e Habitação, Leandro Lippi Guimarães; além dos vereadores Policial Maurino (Pode), Edinho (MDB), Inês Paz (PSOL) e Mauro Yokoyama (PL).


Dentre as reivindicações feitas pelos ciclistas à secretária municipal estão: mais segurança, reforço de sinalização, aumento das ciclofaixas, ampliação de tachões que separam as bicicletas do restante do trânsito, expansão de bicicletários e políticas públicas que estimulem o uso das bikes em detrimento dos veículos automotores.


Apesar de a categoria pleitear investimentos há alguns anos, a luta por melhores condições foi intensificada com a morte de dois ciclistas no trânsito de Mogi nos últimos meses e a amputação da perna de um terceiro.


Um ciclista de 39 anos morreu em 25 de abril em acidente de trânsito envolvendo um caminhão na Via Perimetral, no Jardim Rodeio. Já em 6 de abril, outro usuário dos pedais, de 64 anos, morreu após ser atropelado na Avenida Álvaro Pavan, em frente à Estação Estudantes, no Centro Cívico.

Em junho do ano passado, o ciclista Alessandro Palazzi foi atropelado na Avenida Yoshiteru Onishi e teve a perna amputada. Já em março deste ano, um grupo de cinco usuários de bicicletas foi atropelado na Estrada de Furnas. As vítimas foram encaminhadas à Santa Casa de Misericórdia do Município.

Diante dessa realidade, o promotor de Justiça de Meio Ambiente e Habitação, Leandro Lippi Guimarães, disse que abriu um procedimento para apurar as condições de segurança dos ciclistas na cidade. “Não cabe, neste momento, fazer juízo de mérito. Mas instaurei um procedimento para acompanhar o desenvolvimento de políticas públicas para essa questão”, afirmou o promotor.

A secretaria municipal de mobilidade, Cristiane Ayres, disse que a pasta está pleiteando recursos federais para atualizar o Plano Municipal de Mobilidade, que é de 2016. “Trabalhamos em primeiro lugar pensando na segurança e, em seguida, priorizamos a fluidez do trânsito. Nesse sentido, estamos buscando recursos para fazer a Revisão do Plano de Mobilidade, que foi aprovado em 2018, mas que trabalha com dados colhidos em 2016. O trânsito é muito dinâmico. Em três meses, muita coisa já muda em uma via. Daí a importância dessa atualização”, afirmou ela.

Além do Plano de Mobilidade, Cristiane disse que também está pleiteando verbas federais para a construção de um Plano Cicloviário. “Esses dois pleitos foram selecionados e estão em fase de encaminhamento na Caixa Econômica Federal”.

Em relação ao Plano Cicloviário, a chefe da pasta explicou que ele vai ajudar a desenhar novos modelos de deslocamentos que ofereçam mais segurança para os amantes da bicicleta. “Vamos entender qual é a necessidade do traçado cicloviário no município a fundo. Tanto para o trabalho como para o esporte e o lazer. Esse projeto será extremamente importante para encontrarmos soluções”.

A secretária disse ainda que, por meio do Projeto Viva Mogi, a pasta pretende implementar mais 30 quilômetros de ciclovias na cidade. “Hoje nós temos 32 quilômetros de ciclovias. Com essa expansão, alcançaremos 62 quilômetros de ciclovias. Teremos ainda mais quatro quilômetros do trajeto da Avenida João XXIII. Assim, alcançaremos quase 70 quilômetros. No Alto Tietê, hoje existem 45 quilômetros de ciclovias. Só Mogi tem 32 quilômetros desse total”.

A secretária Municipal de Mobilidade Urbana, Cristiane Ayres, disse que a pasta vai retomar em breve os trabalhos para terminar a ciclofaixa da Avenida João XXIII, cuja entrega está atrasada. “O projeto foi apresentado no ano passado pelos ciclistas. A proposta era concluir em abril, mas não foi possível por vários fatores, entre eles a falta de fornecimento de materiais de sinalização viária. Duas licitações ficaram desertas, ou seja, nenhuma empresa apareceu para fornecer esses materiais”. Apesar disso, Cristiane informou que a concorrência pública foi retomada. “No dia 25 de abril, assinamos contrato com empresa terceirizada para a sinalização viária. No dia 26 de abril, demos a ordem de serviço com prioridade à ciclofaixa da Avenida João XXIII”.

A chefe da pasta garantiu ainda que vai providenciar intervenções de manutenção na ciclofaixa da Álvaro Pavan, onde um ciclista morreu recentemente. “Estamos colocando placas de trânsito adicionais na Avenida Álvaro Pavan. São sinalizações com mensagens de proibição de parada e estacionamento de veículos ao longo dessa via. Também estamos colocando tachões monodirecionais. Desde 2016, quando a ciclovia foi instalada, nunca houve tachões. Além de ser um segregador, ele tem células refletivas que se destacam quando entram em contato com a luz dos faróis dos carros”.

Outra providência a favor dessa modalidade de locomoção é a inclusão de um representante das bikes para participar do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana. “A partir de agora, teremos um representante do ciclismo no Conselho, algo que nunca havia acontecido em nossa cidade”, disse Ayres.

Secretária Cristiane Ayres (Foto: Divulgação/CMMC)

Transporte público

Além do tema sobre segurança no trânsito para ciclistas, foram discutidas na audiência mudanças recentemente adotadas em linhas de ônibus que servem aos bairros Biritiba Ussú e Manoel Ferreira. Passageiros dessas regiões estão insatisfeitos com as alterações no serviço colocadas em prática recentemente. A troca do local de partida — Terminal Estudantes pelo Terminal Central — e a modificação de horários são motivos de descontentamento por parte de moradores dessas regiões.

A secretária argumentou que a população teria sido ouvida antes de as mudanças serem postas em prática. Porém, os usuários dizem que não foram informados sobre os planos de alteração nesses serviços. “Apresentamos esse plano de transporte com novos traçados para as linhas de ônibus do Município. Fizemos ampla divulgação e várias campanhas. Trata-se de um projeto grande, que repensa a Cidade como um todo”.

Em seguida, Cristina acrescentou que as novidades fazem parte de um projeto piloto e poderão ser ajustadas conforme a população reivindicar. “Foi feito um projeto piloto, que começou a operar em 3 de abril e ainda está em fase de adaptações. Nesse estudo, colhemos 368 sugestões para montar as linhas atuais. As linhas do projeto piloto transportam cerca de 7,8 mil pessoas diariamente nos dois distritos. Nos meios oficiais, recebemos 0,57% de reclamações. Precisamos que a população reclame nos canais oficiais, seja pela internet, seja pelo telefone, ou até mesmo diretamente na sede da nossa Secretaria”.

Audiência pública na Câmara (Foto: Divulgação/CMMC)

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