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MOGI DAS CRUZES

Aluno da UMC supera barreiras de doença degenerativa e se forma engenheiro



Para muitos, o diagnóstico de uma doença degenerativa pode ser o início do fim. Para outros, pode ser apenas o começo de uma longa batalha cujo objetivo é um só: continuar vivendo.



Claudemir Ofrante é uma dessas pessoas que, com a ajuda da esposa, conseguiu superar as barreiras da doença e seguir cumprindo suas metas. Em 2015, quando já estava para se formar engenheiro elétrico na UMC (Universidade de Mogi das Cruzes), ele foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) – doença degenerativa do sistema nervoso, que paralisa os movimentos e, atualmente, atinge 15 mil brasileiros e 200 mil pessoas no mundo.

“Ali eu pensei que a minha vida tinha se encerrado, não pensei em desistir apenas da faculdade, mas de tudo”, contou ele, explicando que os primeiros sintomas da doença afetaram, a princípio, a mão direita – justamente a que ele utilizava para escrever.



Segundo Claudemir, o apoio de sua esposa Érica foi essencial para que ele enxergasse bons motivos para continuar vivendo e lutando pelos seus sonhos. “O apoio da minha mulher sempre foi incondicional, e graças a isso encontrei forças divinas para lutar contra a doença e os desafios que teria que enfrentar”, afirmou.



Claudemir iniciou na área da Elétrica em 1994 ao se matricular em um curso profissionalizante no SENAI. Em 1998, ele passou a integrar o quadro de funcionários da Cimenteira Mizu, no Espírito Santo. Sua vinda para Mogi das Cruzes se deu em 2004, quando a empresa iniciou a montagem de uma unidade na cidade.

A certeza do vestibular só se concretizou em 2010, quando começou a cursar Engenharia Elétrica. No período da faculdade, Claudemir fez novos amigos, lidou com provas, trabalhos, apresentações, noites em claro, e conheceu professores como o Mário César, que sempre acreditou no potencial do estudante.

Os anos seguintes não foram fáceis, ainda mais com o avanço da doença, que limitava a cada dia mais os movimentos. Ainda assim, ele não cogitou desistir, ao contrário: “Eu queria me superar”, enfatiza.

“Perder os movimentos da mão me dificultava bastante a escrita, por isto, para me poupar comecei a tirar fotos da lousa e das anotações dos meus amigos. No último período, os professores fizeram provas orais para me auxiliar, pois já não tinha mais condições de fazê-las escritas”.

Mesmo com as dificuldades, Claudemir conseguiu concluir o curso. Na colação de grau, realizada em agosto, o formando foi aplaudido de pé por seus companheiros de classe, professores, amigos e toda a reitoria da universidade, que classificaram essa como uma das mais lindas histórias de superação que já viram.

Formado e casado

O ano de 2019 foi realmente especial para Claudemir. Além da formatura, ele e Érica oficializaram a união de mais de 20 anos na Catedral de Santana. “O casamento era um sonho antigo e que foi adiado várias vezes. A gente sempre quis casar na igreja, mas acabava não sobrando dinheiro e sempre deixamos para depois”, conta Érica.

Nem sempre a vida é doce e agradável, mas para Claudemir mesmo diante das dificuldades desistir não é opção: “quero dizer que mesmo em meio as adversidades nunca desistam de seus sonhos. Aproveitem ao máximo a vida, não percam oportunidades, não sabemos o que o futuro nos reserva”, finaliza.

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